A RICA INDUSTRIA DA POBREZA
Fala-se muito em acabar com
a pobreza, mas de efetivo, vê-se muito pouco. Parece que a pobreza serve a
“alguém” ou a algumas “instituições”
A ignorância nos faz
acreditar em muitas coisas que são completamente impossíveis, como salvar-nos
de uma doença para a qual não existe cura, transformar nosso casebre num
palácio num piscar de olhos, acertar numa loteria milionária. Só um milagre
seria capaz disso. No passado da humanidade apareceram uns profetas que
amenizaram as ansiedades dos que queriam ficar ricos, curar-se de doenças.
Alguns conseguiram ficar ricos fazendo escravos, conquistando pela força de
exércitos, matando familiares para ascenderem ao poder, como Brutus matou
César. A história, desde a antiga, até a de nossas eras mais recentes,
contam-nos a história de uma humanidade onde uns buscam a qualquer preço
conseguir o que desejam, e outros se submetem porque não têm a força para
impedir que sejam roubados. Hoje, em regimes democráticos – como dizem ser
todos os regimes atuais - rouba-se pelas falhas premeditadas das leis, pelo não
cumprimento das leis, ou por juizes que mal as interpretam. Não raro os
governos que se regem por rígidas constituições, conseguem meios a que chamam
legais de alterar a constituição. Os juizes que aprovam estas alterações
conseguem convencer senados corrompidos com o poder, de que tais modificações
são válidas e não ferem a constituição. Os altos salários e benesses dos
senadores, contribuem enormemente para que mantenham, a qualquer custo, aquilo
a que chamam Ordem: isto é, a opinião desse bando de senhores e senhoras
chamados de senadores e senadoras. Dizem que o povo vota mal. Não, o povo não
vota mal. O povo vota nos candidatos que os partidos lhes apresentam para serem
votados. Estes candidatos não podem desobedecer às diretrizes dos partidos. Os
partidos obedecem às empresas que lhes financiam as campanhas políticas com grandes
sobras de campanha.
E a industria da pobreza
como funciona?
Descobriu-se, recentemente,
na era moderna, uma classe de pessoas que freqüentam universidades em cursos
específicos: São os “formadores de opinião”. Essas pessoas não estão
interessadas em melhorar a vida de ninguém em geral, ou estabelecer novas
filosofias políticas. Elas fazem parte de um grupo de apoio ao governo e aos
partidos políticos e dentre outras funções são capazes de: explicar a
necessidade de uma nova lei, de uma aliança política inconveniente, de
filiar-se a um partido, de justificar absurdos de forma a que se transformem
numa “moda” ou numa necessidade. Por exemplo, e pelo “método de redução ao
absurdo”, poderiam convencer boa parte da população de que não é conveniente
cultivar trigo ou consumir pão de trigo, numa segunda fase, quando faltar
trigo, convencer que a culpa é do governo anterior, e numa terceira fase a
pedir o impeachment do governo atual porque não apoiou os produtores atuais de
trigo. A política, sempre com base em mentiras, falsas necessidades, tenta
sempre equilibrar o desconforto dos cidadãos de modo a que estes julguem serem
convenientes e aceitáveis ”as regras” que os governos lhes impõem e suas
alterações. Em grande parte são ajudados pela religiosidade de grupos
religiosos, que vêm na promessa de lugar nos céus, uma sustentável conformidade
com as dificuldades da vida. Pensam que depois, lá no paraíso, serão
recompensados. Algumas religiões em particular já “oferecem” algo mais
imediato: Afirmam que se receberá em dobro o que se der. As igrejas ficam com o
dinheiro, e os fiéis com a fé. Este tipo de aproveitamento da inocência popular
provoca também, e tem provocado ao longo da história, batalhas e confrontos por
diferenças religiosas, devidas à falta de educação nas escolas e instituições
de ensino. Religiosos se aproveitam para enriquecer as suas contas bancárias.
Em países onde a educação é levada a uma enorme maioria, senão a todos os
cidadãos, isto já não é possível em grande escala. A Constituição Européia nem
faz menção a qualquer deus em seus
termos e condições. Todas as religiões pregam a teoria da Conformação, segundo
a qual, fiel de “deus” - seja deus o que quer que entendam como deus – todo
aquele e aquela que se conforma com o modo de vida, não reclama, pode ser
extirpado de seus haveres porque nada representam na vida terrena. Mas ficaria
a pergunta, para gente inteligente e educada, para que querem então as igrejas
esse dinheiro que tiram dos cidadãos fiéis. Dirão que é para construir novas
igrejas e angariar mais fiéis. E se todas as igrejas agirem assim, resta a
pergunta: Quando será a próxima grande guerra religiosa como no tempo das
cruzadas...
Religião afora, como
funciona a industria da pobreza?
Pobre não tem noção do
dinheiro. Desde a mais tenra infância vive sempre gastando tudo, não porque não
saiba economizar, porque até sabe, mas porque o dinheiro é pouco e para ter o
suficiente para se sustentar, gasta o pouco, quase nada, que tem. O dízimo que
pagam à igreja funciona como um boleto da sorte: Será que serão sorteados no
próximo escrutínio da loteria de deus para receberem o dobro do que deram, e até
mais, ficando ricos? Ou pobres, mas indo para o céu? E os altos impostos que pagam embutidos nos
gêneros alimentícios? Dizem que “é assim” e que sempre foi. E se passa
candidato a eleições que lhes promete uma camiseta, uma bicicleta, umas cestas
básicas, vendem seu voto. Acreditam no candidato assim como acreditam em que
pagando dízimos irão para o céu. São capazes de passar décadas e décadas
esperando por candidato que fará as obras que acabem com os esgotos a céu
aberto, sempre cheios de esperança, mas são incapazes de se juntarem,
contratarem um advogado e meter uma ação contra a prefeitura que não cuida do
que deveria cuidar. Os impostos são tão altos que deveriam ser suficientes para
cuidar de tudo, mas não servem para nada. O fim dos impostos é outro: Servir os
financiadores de campanhas políticas, os grandes investidores da indústria da
pobreza, que ganham sem fazer nada de útil para os cidadãos carentes.
A indústria do tabaco está
com seus dias contados. Mas vale lembrar como funciona a economia. Havia. Em
algumas marcas, dois tipos de maço para cada marca: o maço de papel comum, e o
“flip-top”, feito com cartão, e que podia abrir e fechar toda a vez que se
tirava um cigarro do maço. Pois bem: o preço era igual para ambas as
embalagens. Mas, como evidentemente, uma embalagem era mais cara do que outra,
o que acontecia, era que, a classe mais pobre e em maior número de consumidores
da marca, financiava a embalagem mais cara para um grupo menor de consumidores.
Poderemos perguntar porque razão a classe mais pobre não comprava “flip-top”.
Por uma razão muito simples: por vergonha de usar um produto destinado a “gente
de classe”, e por não ser condizente com seu “status”, ou com seus hábitos, ou
até com sua roupa. Um maço desses só compravam em festas, em momentos sociais.
A falta de educação inibe, limita, causa vergonha própria. Da mesma forma, a
industria brasileira vende carros de marcas estrangeiras, vendidos aqui no
Brasil, a preço superior ao que exportam. Ou seja, o consumidor brasileiro paga
parte do valor dos carros que são exportados para consumidores que, pelo
contrário dos nacionais, têm muito maior poder aquisitivo.
Pobres e ignorantes
conformam-se com os mandos e desmandos do poder, quer seja emanado do poder
público, ou dos sacerdotes das igrejas. O poder público fala em nome dos
cidadãos – sem sequer lhes pedir opinião, dizendo-se seus representantes. Os
sacerdotes falam em nome de deus, sem sequer saberem se deus fala muçulmano,
hindu, língua judaica, inglesa, russa, grega, sioux, guarani ou banto.
Muito tempo ainda decorrerá
até que se entenda, pela educação, o que é a Democracia Participativa. Há ainda
muito trabalho pela frente.
Mas o que é ser pobre? O
Banco mundial diz que é quem ganha menos do que dois dólares por dia... Como de
pode acreditar numa estupidez destas? O Banco Mundial é também um formador de
opinião e eu não acredito nele. Existe farta documentação a respeito na NET.
Para a democracia participativa, por favor consulte http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/.
Rui Rodrigues
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