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sábado, 19 de maio de 2012

Porque a crise mundial não termina antes de 2018.



Porque a crise mundial não termina antes de 2018.
(Oxalá não seja antes de 2028)





Há séculos, centenas deles, que se sabe que quem tem dinheiro são os Bancos. Eles que sempre tiveram dinheiro.

Quando em 2008 os banqueiros foram aos governos para lhes pedir dinheiro porque estavam passando por uma situação “difícil”, os cidadãos deste planeta pasmaram... O seu dinheiro de impostos estava sendo “emprestado” de pai para filho pelos governos, o pai, aos seus filhos banqueiros, que não sabiam lidar com o motivo principal de sua existência: o dinheiro.

Tão absurdo isto parece ao mais distraído cidadão, que aos poucos o povo começou a ganhar as ruas em protestos.

As empresas que analisam a liquidez dos bancos, vieram a público para desvalorizar a liquidez dos Bancos, e por tabela dos respectivos países onde atuam. Isto só contribuiu para o descrédito no sistema política x economia x bancos.

Sabe-se que existe corrupção em todo o planeta, mais nuns menos noutros, e certos governos têm maior ou menor capacidade de administração. A Islândia foi o primeiro país a estar à beira da falência devido à crise. Não se tratou de capacidade de administração nem de corrupção. Simplesmente pelo total reduzido de capital de giro proporcional à população e sua capacidade de gerar dinheiro, qualquer flutuação no mercado poderia gerar uma crise interna. Em 2008 não houve apenas uma flutuação, mas uma crise muito grande, com influência global. Seguiram-se Espanha, Grécia, Portugal, Irlanda, como os mais afetados: gastavam mais do que podiam. A Grécia está hoje no centro das atenções, porque não consegue formar um governo que atenda simultaneamente ao mínimo que a população pode suportar e a obrigação de pagar os empréstimos ao FMI e ao Banco Central Europeu.

Mas apenas a Grécia?

Na minha opinião, não. Com a crise instalada, o consumo interno diminui por falta de dinheiro. Os serviços públicos diminuem de eficiência por falta de verbas. Lentamente, dia a dia, a situação se agrava. Novos empréstimos serão necessários porque os Bancos, em plena crise, retêm o dinheiro que para de circular. Empresas fazem o mesmo, e os governos temem criar novos impostos. Outros países passarão pela “síndrome da Grécia”

Estamos como peixe encurralado numa armação de pesca... Falta de dinheiro gera diminuição de consumo, que gera falta de empregos, que gera diminuição das importações, que gera diminuição dos preços ao consumidor, que gera diminuição de recolha de impostos...

É um ciclo crítico.

O que hoje se passa na Grécia se estenderá a Portugal, Espanha, Irlanda e demais países da União Européia e por tabela aos países em desenvolvimento que terão de reduzir suas exportações, e vender mais barato as matérias primas que exportam.

Quanto tempo demora então para voltar à normalidade? Melhor ainda: O que fazer para voltar à normalidade?

Esta é a segunda vez na história recente que acontece uma crise deste tipo: em 1929 que só terminou com o inicio da segunda guerra mundial, em 1939. Terminou realmente em 1945, porque a guerra em si já era produto da crise de 1929. Para que uma crise termine é necessária a retomada de confiança do mercado. O mercado não pode retomar a confiança por decreto.

É necessário tempo para o mercado acalmar e a confiança ser retomada. Estamos, pelos vistos, numa primeira fase da crise que começou em 2008. Quatro anos passados, a União Européia está num processo de agravamento de crise, com governo atrás de governo caindo e sendo substituído por outros que, tal como eles, não podem resolver por si a situação, pelos problemas enunciados que dependem de “mercado”.

Quando a economia mundial regredir a níveis que permitam menores salários, menores níveis de consumo, menores lucros, então poderá voltar a crescer. O crescimento da economia global, tal como a altura média da população, tem limites. Não pode crescer indefinidamente como crêem os que apostam na bolsa...

A economia mundial estava inchada, gorda, concentrada na camada de gordura da pele bancária e das mega-empresas, que ditavam aos governos o que desejavam que fizessem. Os governos fizeram, mas exauriram a confiança de todos e deles mesmos.

Temos agora uma crise econômica e uma crise política em que o próprio sistema está em xeque...

E tudo isso não se conserta até 2018...  E 2028 parece uma data mais provável... Até lá escutaremos arautos de governos anunciando boas novas que de velhas já conhecemos como limitadas. Mentirão. Até que sintamos que falam a verdade, a crise continua por falta de confiança...

Rui Rodrigues

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