INTERVENÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS.
Não há como negar. A indignação contra políticos corruptos e visões distorcidas do que significa governar numa democracia em que os representantes eleitos devem representar os cidadãos em seu nome e em seu favor, perdeu-se na complexidade do que se entende por democracia e pela ação de agentes que pelos corredores do poder defendem seus interesses. Os cidadãos não têm hoje, representantes à altura, com moral e ética, e isto se vê não só no Brasil como na Espanha, em Portugal, na Grécia, por todo o globo exceto nos países onde a educação fez superar a fome, os cupons de racionamento, e baniu o comunismo. De modo geral, a Europa prepara-se para uma mudança radical que não abraçará nem o capitalismo exacerbado, nem o comunismo nem o socialismo doente que busca no comunismo moribundo, quase morto, a verborréia com que atrai multidões em torno de um ideal inalcançável: A igualdade na posse de bens, porque quem trabalha mais e melhor merece ganhar mais e melhor, sem descuidar quem não possui esses atributos.
Sem representantes à altura, a indignação encontrou nas ruas a resposta para a solução de se fazer ouvir, porque governantes que têm as leis e a constituição que eles mesmos fizeram, têm também as forças armadas, os juizes e a polícia ao seu lado. Não há como tirá-los porque qualquer tentativa dirão que se trata de um atentado à democracia. Mas se não representam, como não estão representam de fato os cidadãos, em tão não se trata de democracia, e as Forças Armadas estão livres para agir ao abrigo da Constituição – SEM AS EMENDAS QUE A ALTERARAM – que foi aprovada no tempo em que os representantes ainda pensavam como cidadãos honestos, de bem, em favor da população ou da maioria que os elegeu. Hoje os partidos políticos estão mancomunados, dividem as verbas, os cargos, os ministérios, e a vida social se degrada dia após dia.
Democrata ferrenho tenho que admitir que, democraticamente jamais se mudará alguma coisa porque não há diálogo. O governo atua como quer, de forma mancomunada interpartidária. Nosso senado hoje é um clube particular onde se decide da sorte dos sócios que pagam caro mas não recebem nada em troca.
Ao aventarmos a hipótese de uma intervenção militar teríamos que fazê-lo considerando a repercussão nacional e internacional de forma a que fosse aceita em ambos os campos. Eis como vejo uma hipotética intervenção militar, com uma prévia declaração pública e mundial de que a intervenção seguiria os seguintes passos:
- A duração do governo militar se iniciaria com a votação nas redes sociais e em site que instalaria na Net de uma Nova Constituição que não permita o aparecimento de políticos oportunistas; que esteja de acordo com a moral e a ética que os cidadãos merecem; que será votada item por item pelos cidadãos maiores de 15 anos.
- O término da intervenção militar será ao final de no máximo dois anos contados a partir da data da declaração de intervenção
- Os políticos condenados pela justiça aguardarão o resultado da análise de seus recursos em prisão domiciliar.
- Todos os políticos identificados como ‘fichas sujas” serão afastados de seus cargos definitiva e para todo o sempre.
- Casos em que haja indícios de corrupção serão investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, e julgados de forma rápida.
- Não haverá revanchismos, torturas, perseguições, nem censura de qualquer tipo, exceto no que tange ao item 7 a seguir.
- Fechamento sumário e investigação de todos os Institutos e associações que tenham comprovadamente colaborado com o desvio de verbas públicas quer por contratos viciados, quer por concessões do poder público que as beneficiou, ou por desrespeito e conspiração contra a constituição [1], antes das emendas provisórias que devem ser excluídas, visto não terem sido votadas pela maioria dos cidadãos.
- Aplicação de impostos aos lucros das Igrejas.
- Ministros escolhidos por votação popular
- Verificação de diplomas para concursados ou contratados do serviço público quando a função o exigir.
- Verificação de toda a documentação onde haja suspeitas de corrupção por grupos aleatórios de cidadãos capacitados, aposentados, agindo em conjunto com a Polícia federal e o Ministério Público[2].
Neste momento crucial da política mundial e nacional, há que ter a “cabeça fria” e tentar a todo custo frear o extremismo a que a nossa indignação nos poderia levar. O foco deve ser dirigido exclusivamente ao combate á corrupção, à imoralidade, à falta de ética com a “res pública”, a coisa pública.
De outra forma, a própria intervenção estaria sujeita ao julgamento público sobre sua credibilidade, e neste caso, uns sairiam das ruas e outros passariam a ir para as ruas. O movimento tem que ser de unidade nacional.
© Rui Rodrigues
[2] É tanta a corrupção que não haveria funcionários suficientes no Ministério Público nem na Polícia federal para analisar tudo de forma rápida para evitar injustiças ou solução de continuidade.
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