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terça-feira, 19 de novembro de 2013

O quente e o frio - Divagações!

O quente e o frio.

Somos aparentemente bem adaptados ao calor e ao frio. Mas resta uma dúvida: Somos mais adaptados ao calor ou ao frio?

Se sentirmos muito calor, podemos tirar a roupa para esfriar a nossa temperatura interna, passar o dia na piscina, usar ares condicionados e ventiladores, comer sorvetes, beber muita água e aproveitar o escorregar dos corpos suados para fazer um bom sexo... Mas num forno, assamos e não há como resistir.


Se, pelo contrário, sentirmos muito frio, podemos cobrir-nos com montanhas de cobertores, taparmos todas as entradas de ar, tomar sopas bem quentes, nos escondermos debaixo de edredons e até aproveitarmos a situação para termos uns momentos de bom sexo, e como desprezar uma lareira, um vinho, um tapete macio na sala para não ralarmos nossos joelhos quando aproveitarmos o momento para fazer um bom sexo... Mas nos Alpes, nos Andes, no Pólo Norte ou Pólo Sul, acabada a energia, é uma questão de tempo: Viramos corpos congelados e no futuro seremos descobertos por um aquecimento global e dirão:


- Pessoal! Vejam como eles faziam sexo naquela época... Olhem para isto... Cabeças junto com pés... Coisa que não se viu em Pompéia quando retiraram do solo toda a massa de poeira de vulcão solidificada. A erupção do Vesúvio pegara de surpresa toda a população e aquela poeira moldou os cadáveres, preservando-os para a posteridade. Nas paredes das casas azulejos mostravam cenas de sexo absolutamente explícito, como se fossem histórias de cordel. Já se pichavam paredes naquela época, e nota-se que havia casas de prostituição, mas o número 69 escrito em letras romanas (LXIX), não lhes sugeria mais do que o velho e tradicional papai e mamãe em várias posições, variações sobre a mesma particularidade do tema.


Naquela época não havia fogões, por isso a posição de “fogareiro” não existia. Quem tivesse prepúcio pequeno não ia à sauna, a não ser para ver o dos outros. Quem tinha o prepúcio muito grande não ia por causa do assédio dos que o tinham pequeno. Já as mulheres, tal como hoje, só temiam o tamanho dos seios, se grandes ou pequenos, coisa a que homem nunca deu muita importância (Angeline Jolie tirou os dela e não foi por greve de peito ao marido), porque o fruto proibido, é mais, bem mais em baixo. Quanto a Pompéia, apesar da fama de gostarem muito de sexo, nenhum casal estava trepando na hora do churrasco. 


Detive-me um pouco no tema do sexo, porque sem ele não há descendência. Eu nunca vi um espermatozóide transando com um óvulo dentro de provetas para fazer nenéns quase artificiais, mas não deve levantar nem prepúcio de defunto, nem fazer mulher tremer as pernas, abri-las e beijar loucamente. E foi graças a essa sexanagem toda, ao longo dos séculos, milênios e alguns milhonêmios que chegamos até aqui, discutindo o que parece uma coisa sem importância: O quente e o frio, qual deles o melhor. Por aqueles tempos, há centenas de milhares de anos, o homem já tinha povoado o hemisfério norte e sofria agora uma enorme, tremenda glaciação. Como sobreviver com os campos eternamente cobertos de neve, a caça muito rara, poucos e raros frutos e verduras somente em alguns poucos lugares onde havia apenas alguns dias de verão? Foi um processo de seleção que obrigou à diminuição do tamanho dos grupos. As renas passaram a ser a alimentação básica assim como os peixes, os salmões que subiam os fiordes e os rios para terem seus momentos de transa e procriarem. Que transa triste a dos salmões: A fêmea põe os ovos numa depressão que provoca no fundo dos rios, com as barbatanas, põe os ovos e os salmões machos ficam do lado, observando e brigando para ver quem ejaculará em cima deles... Nenhum contato pessoal, nenhum beijo... Nada... Ainda pior do que transa entre galo e seu harém de galinhas. Só a espécie humana é capaz de transar decentemente nos reinos da natureza e ainda fazer propagandas que para vender sugerem explicitamente o sexo. Sexo não só procria como vende produto adoidado. Não consigo me imaginar, eu e minha mulher, ao vendermos nosso apartamento para comprarmos outro, anunciarmos a venda e no dia marcado abrirmos a porta da garagem, e lá estarmos os dois, transando freneticamente com direito a gritinhos e fingimento de gozo, em cima de uma cama com um cartaz imenso, dizendo: - Já transou numa casa maravilhosa como esta?


Os dias de verão no planeta são mais longos no que se refere a iluminação e calor acima dos trópicos de câncer e de capricórnio, mas na zona tórrida e até bem perto dos trópicos, o calor cansa, queima a pele, as praias se enchem de gente e nem á noite se pode trepar na praia mesmo dentro de água, que não aparece uma criancinha precoce e grite para todo o mundo:

- Olha mãe... Eles são mais divertidos que você e papai trepando... Eles estão trepando dentro d’água e ela está de cabeça para baixo... É o velho LXIX romano aquático, uma modalidade que pode passar aos jogos olímpicos daqui a bastantes anos de aulas de sexo nas escolas, universidades, cozinhas, quartos automóveis e alcovas. Só tenho uma preocupação: Quando o sexo ficar tão banal como calçar um sapato, e a traição deixar de ser traição para passar a ser um direito inalienável dos cidadãos, vamos nos divertir com quê?

Querem saber?

De repente o calor e o frio não têm a mínima importância... E, além disso, indo para a Lua, transar sem a força da gravidade, flutuando na câmara de uma estação espacial, deve ser tremendamente incômodo... Camisinhas cheias flutuando no espaço numa orgia, misturadas com bolinhas de champanhe pode até ter um lindo visual para a comemoração da passagem de mais um ano novo no espaço, mas faltarão os fogos de artifício e as velhas perguntas excitantes e tradicionais:

- Escuta... Olha bem para mim, bem dentro dos meus olhos... Você está me traindo?

Mas mais falta ainda, o não haver necessidade de fazer ou ter que ver uma cara de traíra como a da Ideli Salvatti dizendo:

- EEEEuuuuuuu ?...  Usando helicóptero de serviços públicos ???????... Imagina!!!!!



₢ Rui Rodrigues

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