O pirata Notborn Squid e a Ilha dos Papagaios.
Qualquer parecença com similitudes não sabemos o que possa ser, mas o que for não é nem se sabe... (Aprendi com Lula)
Qualquer parecença com similitudes não sabemos o que possa ser, mas o que for não é nem se sabe... (Aprendi com Lula)
A mãe de
Notborn Squid parece que detestava o pai que tinha o sobrenome Silva. Colocou no filho um
nome composto que lhe negava a paternidade: Notborn da Silva (não nascido dos
Silva). O nome completo era: Louis Notborn da Silva. Por ser grudento, aquele
tipo de pessoa conhecida como “baba ovo”, cheio de lábia para conseguir o que
quisesse, logo ficou conhecido como “Squid”, que traduzido do inglês quer dizer
Lula. Todas as lulas são grudentas. Desde que Notborn Silva Squid tinha um
sentimento muito particular: Conquistaria uma ilha e seria o chefe supremo.
Quando estivesse velho, nomearia um substituto a sua altura que lhe garantisse
o sustento e o poder. Teria que ser alguém muito idiota, sem instrução, fiel,
bruto, mas encontraria. Na sua juventude trabalhou numa ferraria de
cavalgaduras porque fugia da escola, e perdeu um dedo quando deu uma martelada
errada que não acertou o cravo. E como são as coisas da vida, foi até um amigo
seu do sindicato dos ferreiros e conseguiu que lhe dessem uma aposentadoria por
“invalidez”. Foi sua primeira fonte de receitas ilegal, na verdade, porque
muita gente sem pernas, braços, sem um olho, com taquicardia, silicose no
pulmão, não conseguiam a aposentadoria. Foi esse amigo que o escolheu para representar
um sindicato, e o colocou em contato com os empresários que estavam com
problemas porque os empregados sempre ameaçavam entrar em greve para pedirem
maiores salários.
Os empresários fizeram um trato com ele: Se os ajudasse a
“maneirar” os empregados, um dia o elegeriam Chefe Supremo da Ilha. A meta era
convencer os empregados a cooperar reduzindo-lhes os salários, como em Cuba,
uma ilha do Caribe, em nome do socialismo. Isso garantiria aos empresários um
lucro fabuloso. Nunca mais Notborn Silva Squid se preocupou em estudar alguma
coisa: Já tinha sua aposentadoria, ficaria rico, estudar para quê? E um dia foi
procurado por uns piratas fugitivos que prometeram ajudá-lo a enganar o povo em
nome dos ideais “comunistas”, evidentemente que com lucros divididos entre os
empresários, os políticos do partido e eles, as “cabeças” da “revolução surda “
a revolução invisível, daquelas que quando o passarinho se dá conta, já está na
gaiola. O passarinho seriam os políticos da oposição que compraria, e o povo inocente
cheio da maldita trindade: Ignorância, fé e Esperança.
Ignorante e
sem instrução, necessitando de ajuda para poder “subir” na vida, seus amigos
piratas o ajudaram, mas eram tanto ou mais ambiciosos que Notborn Silva. Um
deles, conhecido como Joseph Diryours também nunca tinha trabalhado na vida a
não ser na pirataria, assim como Dilbad Tapir, sua companheira em uma
embarcação pirata que raptava indivíduos importantes, assaltava
estabelecimentos comerciais e matavam a sangue frio sem sequer encomendar
missa. Todos eles, por necessidade da
profissão, tinham uma característica em comum: Sabiam mentir fazendo caras e bocas,
chorando, rindo em performances teatrais dignas de artistas saltimbancos do
tipo de uma empresa de Arautos, muito conhecida no reino: A Gbola... A Gbola
fazia opinião e convencia o povo que já sabemos era possuído da Maldita
Trindade: Ignorância, Fé e Esperança. Conseguiu eleger-se como Chefe Supremo da
Ilha dos Papagaios sempre com o apoio mancomunado dos amigos piratas e dos empresários
que financiavam tudo, esperando ficar ricos logo, mandar o dinheiro para o
exterior, sem se preocuparem com o amanhã. Se houvesse um reverterio se mudariam para o exterior. Para conseguirem
esta riqueza, todos combinaram em colocar gente “fiel” e ignorante à frente de
cada setor da administração da Ilha e arranjar pessoal da propaganda e da
remessa de divisas para o exterior para entrarem em contato com tesoureiros do
grupo político dos piratas. E o dinheiro dos impostos foi saindo... Foi saindo
em surdina sem ninguém saber.
Diz o presidente do partido que o tesoureiro não
recebeu nada, que não sabia de nada, mas isso todos eles disseram sempre que
foram apanhados com a mão no açucareiro, a boca na botija, o pé na argola. Nessas
horas, a empresa de comunicação afiliada, a Gbola, se omite ou tenta aliviar a
barra. Já donos do governo, os piratas
podiam agora se mostrar como gente boa, de moral, engravatada, de forma tão
teatral que pareciam doutores de universidade. A maioria não sabia ainda que a
Terra é redonda e que se passa do Atlântico ao Pacífico através de um estreito,
onde Chile e Argentina se juntam. Mas para quê saber disso e fosse do que fosse,
perguntavam-se, se mesmo assim estavam governando a maior ilha da América do
Sul, a Ilha dos Papagaios? Até que...
... Um dia,
um sujeito que tinha sido comprado por um projeto do Partido para comprar votos
dos políticos figurões e ter sempre seus projetos aprovados, botou a boca no
trombone, abriu o berreiro, escancarou
as mandíbulas, gritou alucinantemente como os animais e pessoas que Picasso
pintou em seu quadro “Guernica”... O partido pagava fiel e mensalmente a esses
políticos para votarem no que queria. Foram presos, incluindo o tal Joseph
Diryours e um seu companheiro ambos piratas desde a adolescência. Joseph
Diryours na verdade sempre foi o mentor político e econômico do grupo. Sua
política era a de roubar todo o dinheiro que pudessem das instituições
públicas, usá-lo para comprar os políticos e súditos para ganharem sempre no
congresso e os votos nas eleições, e através da ruína das instituições provocar
uma revolta que os levasse a impor uma ditadura como a de Cuba, uma ilha ilhada
mesmo sob todos os aspectos, da comunidade internacional onde um tal de Castrado
era o imperador... Mas...
...Um dia,
a maior empresa do país que se dedicava a extrair óleo de pedra de sal lá nas
profundidades do oceano, quase faliu. Claro que havia desvios bilionários –
suspeita-se até que seja trilionário – e o povo quase se revoltou. O povo fica
sempre no quase, por que sofre da síndrome da Maldita Trindade, como já vimos,
mas o fato repercutiu muito depois que se suspeitou que o Partido tinha roubado
– além de comprado, os votos nas eleições. O dinheiro todo, uma derrama, saía
dessa empresa. Logo que se soube, as ações caíram, o mercado internacional se
revoltou e abriu ações na justiça para se ressarcir dos prejuízos. Nem a
empresa que contratou para “aprovar” os seus balanços, quis aprovar o ultimo do
ano, onde teriam que ser lançados os prejuízos... O controle dos votos na
eleição veio à tona quando se soube que o ministro (do mesmo partido do
governo) que controla as contagens de votos não deixou ninguém entrar em sua
sala de controle, que havia listas jogadas no lixo, que muitas máquinas
contadoras de votos já estavam “votadas” antes de colocadas à disposição dos
eleitores. A empresa das máquinas era de um país governado por um grande amigo
dos piratas, também um pirata de nome Mature. Agiram juntos. Porém como todo
mundo estava comprado no senado, não haveria como votar uma intervenção para
verificar os fatos. Ficou no esquecimento.
Durante o
governo de Notborn Silva e de Dilbad Tapir, os filhos de Notborn enriqueceram,
e o que enriqueceu mais era um guri que limpava bosta de elefante num zoológico
porque tal como o pai não quis ir à escola, o que era na verdade desnecessário
como se constata. Também enriqueceram o filho de um ministro chamado Mercad
Before, e outros mais. Um dos maiores problemas de Dilbad Tapir é que suas
falas e atos não correspondem a um diploma que diz ter, gastou fortunas
milionárias como se fosse uma em cartões corporativos, prometeu tudo e não fez
nada, a não ser desenterrar os mortos da época em que era embarcada pirata,
dando polpudas indenizações e aposentadorias aos familiares, mas não
desenterrou os cadáveres dos que ela e suas organizações piratas mataram.
A população
começou a revoltar-se e não se sabe como vai terminar. A economia vai tão mal
que é o único país do mundo aonde os juros bancários chegam a 200%. A inflação
(não oficial) já vai na casa dos dois dígitos , O Produto Interno Bruto é uma
brutalidade da forma como cai e é negativo, o preço da gasolina é o mais alto
das Américas, e não há o mais mínimo sinal de melhoras. Não se sabe como vai
terminar a saga do partido que nasceu há 35 anos e já se prepara para morrer
após uma saraivada de balas dadas nos próprios pés, como se tratasse de
suicídio político. Diz-se muita coisa,
fala-se muita coisa, mas parece que existe uma expectativa que depois do
Carnaval se tomarão atitudes para não estragar a alegria do povo. É verdade...
Chorando pelas esquinas com apagões de energia e falta de água em meio a cheias
torrenciais, a alegria deve ser de chorar lágrimas de pré-sal...
Uma
papagaiada histórica de piratagem que isenta os habitantes por sofrerem da
síndrome da maldita trindade, mas que de repente costumam despertar... Sai
debaixo que vem chuva de populações irritadas!
® Rui
Rodrigues
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