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sábado, 7 de fevereiro de 2015

De volta aos velhos costumes.







Certo dia do mês de fevereiro de 2015, a Islândia me surpreendeu pela segunda vez. A primeira foi durante a crise de 2008. Para enfrentá-la, usou as redes sociais e perguntou à população o que queriam da vida. Queriam uma nova constituição segundo a qual, e usando as redes sociais, pudesse o povo votar no que de mais importante houvesse a votar, numa forma que eliminava a “representatividade” e instaurasse a participação nos destinos da nação. Isso é democracia participativa e embora tenha eu mesmo proposto esta forma de governo em meu livro “A Ré-Pública”, em 1997, ISBN 85-900308-1-4, CDD-909, admirei-me de ter começado em lugar tão longínquo do Brasil. A segunda foi agora, quando os islandeses resolveram voltar à religião de Thor, o deus Viking do trovão que usava um enorme martelo, não como um deus que faça milagres, mas como um livro aberto de conceitos a serem seguidos.

Com estas admirações em mente, e aos quase 70 anos de idade, em plena forma física para a idade, sem nunca ter tomado remédios para doenças nem ter freqüentado hospitais nem ir sequer a médico para curar resfriados, temo que tenha de pedir perdão a toda a humanidade por ter na minha juventude gritado por mudanças, contribuído de certa forma ainda que mínima, para que chegássemos a este ponto de rapina das verbas públicas, do aviltamento da vida, do descaso internacional para os conflitos mundiais, do surgimento de chefes de estado que mais lembram Hitler, Átila, Mussolini, Nero, Videla, Fidel Castro, Che Guevara, Mendele, Chávez, Lula, Dilma, Cristina Kirshner, e tantos outros.


Estou de volta aos velhos costumes com uma família que tenha trabalho digno, que possa criar seus filhos que não deveriam passar de dois, de criar galinhas num quintal para manter as proteínas em dia e uma pequena horta para temperos, para o controle da natalidade, para a igualdade de homens e mulheres, para governos honestos e de princípios, humanistas, de preferência sem partidos, que tenham forças armadas que garantam a independência e não se lancem sobre o povo, a volta do “guarda-noturno” que gentilmente nos abre as portas quando esquecemos as chaves, dos heróicos homens e mulheres dos correios que entregam correspondência até no meio do mato, na roça, e de pelo menos duas novidades: O voto que possa ser retirado de político ou servidor público que não sirva a nação com dignidade ou mesmo sob suspeita, e o uso das redes sociais para votar em tudo e não apenas de quatro em 4 anos deixando tudo por conta “deles”... Eles cobram muito caro, vivem como príncipes, reis e rainhas, e não nos devolvem nem as migalhas. Matam até os cães para não lhas roubarem...

Por isso tudo e muito, muito mais que não são apenas 20 centavos, estou de volta á velha e boa família que faz pão em casa e bebe um vinho, cozinha e conversa enquanto cria filhos e netos, e mandam maus políticos às favas! Nas coberturas de prédios se podem fazer hortas coletivas e criar galinhas. A beleza vem depois das necessidades. Que não se fique “bonito” às custas do dinheiro público. O trabalho deve ser suficiente para pagar a beleza, e a menos da aposentadoria para os que já trabalharam – de fato – que não se paguem salários com dinheiro público a quem tem a vida de lazer com a qual fatura dando a maior parte a agentes “pessoais”, nem a presidiários que voltarão ao crime logo que saiam da prisão.

A República está doente, enferma em fase terminal e é preciso ressuscitá-la para os bons costumes... Arte tem que ser arte mesmo, educação tem que voltar a ser educação, ordem e progresso têm que significar Ordem e Progresso sem mas mas mas....

® Rui Rodrigues

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