Há realmente coisas
impossíveis neste mundo. Mundo é o nosso Universo visível, em que vivemos, e
tudo o que conhecemos. Uns de nós têm mais conhecimento que outros e mesmo
assim compartilhamos alguns ideais. Interpretemos esses ideais como “vontades”
para facilitar a interpretação deste texto, tomando como exemplo a vontade de
dois filósofos: Heisenberg e Karl Marx. Heisenberg queria medir a posição e a
velocidade de uma partícula qualquer num determinado instante. Karl Marx queria
que o capital fosse dividido entre todos de forma praticamente igual, de forma
a que todos tivessem um padrão de vida razoável. Nenhum dos dois conseguiu seus
intentos. Parece que seus desejos, suas vontades, são impossíveis, ou dito de outra
forma mais razoável, têm seus limites.
Comecemos por Heisenberg, de
forma resumida.
Imagine uma partícula no
espaço que deve ser observada para que se possa medir sua posição no espaço e
sua velocidade num determinado momento. Não importa que meios usemos para
“olhar” a partícula, precisaremos de um quanta de luz. No momento em que
enviamos o quanta sabemos a posição exata da partícula, mas lhe imprimimos mais
energia modificando sua velocidade. Este fato comprovado se aplica também à
velocidade de forma que se conseguirmos saber a velocidade não poderemos saber
com precisão onde ela está exatamente: A maior precisão corresponde à distância
entre as cristas do quanta de luz. Mais precisão mais energia para reduzir esta
distância entre cristas, mas mais energia corresponde a alterar o estado da
partícula. Pode parecer confuso, mas é mais ou menos como tentar ultrapassar a
velocidade da luz, outra impossibilidade: Quanto mais aumentamos a velocidade
de um corpo mais sua massa aumenta freando a velocidade, impedindo assim que
seja ultrapassada. Estes dois fatos tanto são verdade que mandamos foguetes ao
espaço e nossas casas estão cheias de equipamentos eletrônicos que sem estas
descobertas teriam sido impossíveis.
Resumindo, quanto mais,
menos. Heisenberg tem seu nome inscrito como um dos gênios da física por esta
descoberta. Chama-se à sua teoria “ Princípio da Incerteza”.
O socialismo também de forma
resumida.
Há uma meia dúzia de países
que vivem relativamente bem em seus regimes socialistas. Três deles, a Noruega,
a Suíça e a Alemanha, têm grandes diferenças em área territorial, em população
e no PIB, ou Produto Interno Bruto, que significa toda a riqueza que o país
produz. Este valor de PIB varia de ano para ano de acordo com o mercado
internacional. Se há crises, o PIB diminui. Se o mercado está favorável, o PIB
cresce, a menos que, dentro das fronteiras, por diversos ou qualquer motivo
caia a produção, diminuam as exportações aumentem as importações. O mercado
internacional faz trocas e cada produto tem o seu valor. Se um sistema político
se baseia no capitalismo, cada bem tem um valor de mercado traduzido em moeda.
Se a moeda é abolida, pode haver escambo (troca) de bens, mas os “favores” logo
se introduzem como moeda. No fundo há sempre uma “moeda” de troca, uma
referência em qualquer sistema político.
O sucesso do socialismo nos
três países indicados, Noruega Suíça e Alemanha, se deve a uma folga razoável
no resultado positivo da balança comercial, que se junta aos impostos para
permitir investimento no sistema produtivo, ter reservas para emergências, e
pagar os custos do Estado e dos benefícios sociais. Todos que podem trabalham,
os que não podem são sustentados pelo sistema. Funcionam bem. Nos demais países
com governos socialistas alguma coisa falha: Ou têm gente demais, ou exportam
menos do que importam, ou recolhem poucos impostos ou há muita corrupção. É
mais ou menos como a partícula à qual queremos medir sua velocidade e sua
posição. Ou uma coisa ou outra é tudo o que podemos ter. No caso do socialismo
aplicado ao Brasil, e supondo que se mantém a mesma população, seria necessário
exportar muito e muito mais (aumentar a produção, investir pesadamente em
industria e agro-pecuária criando empregos e gerando maior recolha de impostos)
manter os impostos ou até diminuí-los porque já são extraordinariamente altos,
e aplicar nas melhorias do estado mantendo às suas custas os que não puderem
trabalhar. Tudo isto sob controle e fiscalização coerente e honesta de
princípios. A disparidade entre o salário mínimo e os cargos ocupados por
políticos não pode ser tão díspar, ou disparatado como é atualmente.
Não há “mágicas” na Física,
na matemática ou no modo de gerir uma nação. O que pode haver são lideres que
pretendem, querem, exigem que se chegue a um determinado patamar de bem-estar
social e da nação sem saberem como chegar lá nem o que é necessário fazer em
meio a uma corrupção desenfreada porque, para o estado conseguir apoio tem que
pagar propina, comprar votos. Isto não leva a nada a não ser a derrocada da
nação o estropiamento das instituições, a deterioração da moral e da ética, o
aumento do consumo de drogas, muita gente inativa e falta de recursos para
desenvolver a educação, a indústria, o comércio, os transportes, a segurança e
saúde públicas. Com todo o respeito por qualquer trabalhador, o lugar do
trabalhor sem educação superior não pode ser nos mais altos postos de governo. Estes se destinam a quem têm instrução superior porque são eles que sabem de matemática, de economia, das matérias que
são necessárias para saber como está a nação e do que precisa. Votar por
simpatia ou beleza, ou pelo sorriso, é jogar o futuro fora. Há quem pense: Pode
sim. Trabalhador mesmo sem o primário pode ser presidente ou ocupar ministério
porque ele se cerca de gente que entende. Pois a “gente” que entende o engana,
mesmo não sendo ele mesmo corrupto e nunca conseguirá saber “porque” deu tudo
errado.
Se governar fosse fácil,
todos os países estariam bem de vida, todas as famílias viveriam sem problemas,
cada cidadão se governaria sem a ajuda do estado, mas pelo contrário é difícil.
Quanto maior o conhecimento mais sucesso pode ter uma nação. Cuba é um mau
exemplo. Desde a revolução que sobrevive às custas da ajuda de países que se
sensibilizaram por sua precariedade em conseguir governar-se, mas pode garantir-se
que a causa está na preguiça, na esperteza (que não é o mesmo que inteligência)
e na teimosia de seus líderes desde então. A inveja fecha o círculo da
catástrofe no poder e para “mostrar” ao mundo que Cuba orgulhosamente vivia
bem, baixaram as exigências para obtenção de diplomas, falsificaram os dados
estatísticos, prenderam oposicionistas e mandaram outros tantos para a morte no
paredão. Ainda hoje a título de solidariedade, mandam cubanos vigiados para o
exterior recebendo o Estado cerca de 80% dos salários. Em Cuba não podem pagar
nem a centésima parte do que recebem no exterior. O falso “sucesso” cubano foi
apenas propaganda do governo, num país de fronteiras fechadas. A mentira foi
sempre uma moeda de troca pela ilusão da felicidade cubana. Basta ver os
edifícios como estão conservados, o parque automotivo e as industrias que
possui. Ilha por ilha, o Japão é um gigantesco gigante capitalista, Cuba um anão
“socialista”. De quase 100 países que já foram comunistas, restou apenas a
Coréia do Norte governada por um anão gordo. Cuba fez as pazes com os EUA
recentemente. Veremos como se desenvolve agora, mas há “coisas” neste mundo que
são realmente impossíveis. A filosofia de Carl Marx morreu na prática, pode ser
consultada nos alfarrábios de história.Só por curiosidade, karl Marx era casado com uma senhora muito rica, milionária e sempre viveu às custas dela. Ele não trabalhava. Trabalhador era Heisenberg.
® Rui Rodrigues.
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