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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Uma mão a acenar de longe, do outro lado do imenso oceano!

Chegaram aos poucos...



Primeiro os pescadores, depois as fábricas e os distribuidores de pescado. Pequenas casas à volta das instalações industriais. Chegam depois os turistas e gente que compra as casas desses que já as construíram bem á beira da praia, porque lhes ficava mais à mão entre a casa e o trabalho. As indústrias acabam por ir-se embora, e muitos pescadores também. Vão para outras plagas, outras terras nem sempre à beira do mar, que de descansar os ouvidos do marulhar das ondas também se faz mister. Mas são tantos os turistas que vêm pelo peixe, que novas casas se constroem e necessariamente também hotéis. E Bancos... Não se podem esquecer os Bancos, aquelas caixas fortes que só se roubam pelo lado de dentro, porque pelo lado de fora há policiamento. Cinemas já se construíram e desconstruíram: Os equipamentos eletrônicos e a NET dão conta do público e o tornam mais íntimo e egoísta, solitário e até mais barato. Já pouco se ama na praia sobre a areia ainda quente entre o crepúsculo e as horas de véspera, porque há quartos para alugar em hotéis, onde o único vento a arrepiar os pelos da pele são os do ar condicionado. 



E quando reparamos, aquela pequena vila não vilã, se transforma numa imensa cidade cheia de ausências de pescadores, gentes simples e agradáveis, da fauna da pesca, e da vida que existia entre as areias e o bater das ondas, pelo chão, enterrada, ou pelas águas, não se sabe ao certo para onde foi.

 


A pacata vila é agora uma cidade onde não se corre ao vizinho a pedir uma xícara de açúcar porque o nosso acabou e se devolverá amanhã. Não há vizinhos. Dois talvez, quatro... Seis talvez já não os haja. na Praia de Armação de Pêra no Algarve. Beijos, Miguel e Nilde!

Uma mão a acenar de longe, do outro lado do imenso oceano!

®
Rui Rodrigues 

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