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sábado, 4 de março de 2017

Eu, "O"!....

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Quem de nós nunca pensou: " Se eu fosse Deus, eu faria...". Ou, o que dá no mesmo, "Porque Deus não..." como se julgássemos o que "Deus" teria feito... E, evidentemente que podemos julgar Deus, porque não sabemos quem ele seja, nem se o souberam interpretar como deveriam. Imagine-se que seja um extraterrestre que tenha construído nosso planeta segundo sua "vontade" e capacidade... Quando soubermos quem ele seja poderemos então julgar se é um Deus, ou simplesmente uma forma de "vida" mais adiantada, construtora de universos. Pode verificar, que para construir um Universo igual ao nosso não precisaríamos mais do que 23 gramas de matéria comum, algo como um pãozinho francês. 

Eu também sou desses que se pergunta sobre este Universo e "se fôssemos deuses o que faríamos". Mas, como Deus, teria que ser bem humorado. Então permitam-me imaginar "O" Deus, no momento solene da construção do Universo em que vivemos, suas preocupações, seus temores... Haveria muita coisa a dizer, mas pelo momento, o quanto do tanto se basta por ser bastante. Sigamos então o raciocínio de Eu, "O" Deus, para que sintamos o peso moral e ético de se criar um universo...
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Primeiro pensei: Caramba!... Que é que eu estou fazendo aqui, sozinho, único, nesta escuridão terrível, sem saber onde estou nem porque estou?
 Já tive paciência demais, agora vou fazer a luz, mas não quero fazer nada à toa. Quando "riscar o fósforo" quero ver algo que mude, não fique sendo sempre a "mesma coisa". Saco! E mais... Quero construir algo que me surpreenda, que eu mesmo não possa adivinhar como será senão não tem graça nenhuma...

Então vejamos. Pra que raios vou construir um universo? Como sou vaidoso pra caramba, tem que ser para possibilitar a vida de criaturas para me adorarem. Essas criaturas deverão sentir muito prazer em viver senão vão se suicidar e os prazeres poderão ser visuais e sensoriais. Por exemplo, os seres sentirão prazer na paisagem, na descoberta dos segredos do Universo, em adivinhar as coisas, em comer, em beber, tomar uns porrinhos de vez em quando até babar na gravata ao melhor estilo de saída de PUB, sexo, muito sexo na falta de outra coisa. 

E pus-me a maquinar como deveria ser o universo, e vi que para a vida que seria criada ter motivações para viver, deveria sentir dificuldades em tudo, para vence-las pouco a pouco, e, para dar tempo a isto tudo, os seres vivos teriam que se reproduzir para evoluir mas morrer para não encher os planetas. Os planetas somente se encheriam quando a inteligencia for suficiente para permitir que alguns deles saiam e se salvem. Mas para isso os planetas habitáveis terão que ficar muito longe, de tal forma que as coisas vivas somente possam encher todos os planetas quando o universo terminar, porque eu mesmo vou torrar meu saco de ficar olhando para a evolução. Preciso sempre de coisas novas para me distrair.

Sendo assim, umas criaturas terão que voar, outras que nadar, e outras caminhar. Umas serão mais inteligentes que outras, e se comerão umas às outras, sem dó nem piedade. Se eu tivesse problemas de moral, ética, não faria universo onde os mais fracos sempre perdessem para os mais fortes, nem onde os menos favorecidos com inteligência sempre tivessem mais problemas em sobreviver, nenhum recém nascido morreria antes de ser adulto, não permitiria a existência de pobreza, membros perdidos ou defeituosos se regenerariam... E como o próprio universo, tudo terá que nascer, evoluir e morrer.
E "risquei o fósforo" e "fiat lux". 

Nossa... Nem vou continuar mais... Se eu fosse o vosso Deus vocês me odiariam, mas me agradeceriam por estarem vivos... Vai dizer que não?! 

Afinal, somos todos masoquistas ou nos divertimos com isto?   

Rui Rodrigues

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