(Antigamente as "coisas" corriam mais de vagar
hoje as "coisas" correm muito mais de pressa)
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Quando tinha 4 a seis anos de idade vivia em Lisboa. Comecei a perceber que no radio tocavam musica muito antiga, antiga, recente. Os carros e caminhões mostravam a evolução tecnológica ao vivo, nas ruas. Em época do pós-guerra as modas na rua nos contavam sobre o perfil financeiro das pessoas. Época das costureiras, alfaiates, donas de casa fazendo e arrumando seus vestidos, remendando os puídos e rasgados.
Pelas notícia que me vinham do Brasil onde vivia meu pai emigrado e de outras nações para onde tinham ido primos e primas (estamos falando de 1949-1951, pós-guerra), Portugal andava no ritmo dos carros elétricos chiando rodas nos trilhos e fazendo plim-plim à guisa de buzina, e o mundo rodava como "arrastadeiras da Citroen", fazendo "vruumm-vruuum"...
Aos poucos o mundo foi ficando mais rápido e frenético, mais "simbólico" na massa "pop", mais real na ciência, mais caprino na política de rebanhos assustados... As forças da ordem, premidas pela "economia", são cada vez menores face ao estourar dos rebanhos e manadas populares...
Ah... A Europa continua comendo brioches, não se importando com os democratas massacrados de Hong-Kong nem com os de Guaidó na Venezuela, deixam os emigrantes se afogar no Mediterrâneo, mas ficam histéricos porque com o tempo seco o fogo na Amazônia fez um pouco mais de fumaça....
Rui Rodrigues
hoje as "coisas" correm muito mais de pressa)
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Quando tinha 4 a seis anos de idade vivia em Lisboa. Comecei a perceber que no radio tocavam musica muito antiga, antiga, recente. Os carros e caminhões mostravam a evolução tecnológica ao vivo, nas ruas. Em época do pós-guerra as modas na rua nos contavam sobre o perfil financeiro das pessoas. Época das costureiras, alfaiates, donas de casa fazendo e arrumando seus vestidos, remendando os puídos e rasgados.
Pelas notícia que me vinham do Brasil onde vivia meu pai emigrado e de outras nações para onde tinham ido primos e primas (estamos falando de 1949-1951, pós-guerra), Portugal andava no ritmo dos carros elétricos chiando rodas nos trilhos e fazendo plim-plim à guisa de buzina, e o mundo rodava como "arrastadeiras da Citroen", fazendo "vruumm-vruuum"...
Aos poucos o mundo foi ficando mais rápido e frenético, mais "simbólico" na massa "pop", mais real na ciência, mais caprino na política de rebanhos assustados... As forças da ordem, premidas pela "economia", são cada vez menores face ao estourar dos rebanhos e manadas populares...
Ah... A Europa continua comendo brioches, não se importando com os democratas massacrados de Hong-Kong nem com os de Guaidó na Venezuela, deixam os emigrantes se afogar no Mediterrâneo, mas ficam histéricos porque com o tempo seco o fogo na Amazônia fez um pouco mais de fumaça....
Rui Rodrigues
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