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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Esquerda ideológica e Comunismo - Brasil




(foto da Universidade de Coimbra)




Comunismo e esquerda ideológica no Brasil
(da possibilidade de vingar )

A idiossincrasia das nações – que identifica e une os cidadãos – constrói-se ao longo de séculos, milênios. No caso do Brasil podemos dizer que começou a ser construída há dois mil anos. Pela idiossincrasia se distinguem umas nações das outras, e por isso sabemos que franceses são distintos dos ingleses, dos alemães, dos malgaxes, russos, egípcios, chineses...

O Brasil é uma nação com forte componente nacionalista. Nós brasileiros amamos o Brasil e temos o ideal comum de ver esta grande nação progredir no seio de todas as outras. Embora possamos identificar um nordestino de um sulista, a unidade e homogeneização da identidade brasileira é um fato e está profundamente enraizada. Muito mais do que possamos pensar.

A idiossincrasia brasileira começou a formar-se na época de César, o Imperador romano quando invadiu a península Ibérica. Ali viviam os descendentes de uma mistura de raças com base celta que deram origem aos lusitanos. Conhecemos os celtas e os lusitanos por sua bravura e tendência para as artes e o espiritual. Viriato foi um chefe guerreiro lusitano que resistiu por anos aos assédios de César onde hoje se situa a serra da Estrela. A vitória de César só foi possível depois que tratou para a morte de Viriato com um traidor que o assassinou. 

Bem mais tarde, no ano de 1093 DC, já na era feudal, começaram a aparecer reinos por toda a Europa. Um dos primeiros foi o da Galícia, que entregou a um conde, o Conde D. Henrique, um feudo chamado Portucale ao sul da Galiza entre os rios Douro e Minho.  O feudalismo era aprovado pela Igreja Católica que aprovava ou indicava reis. O filho do conde D. Henrique contrariando o sistema feudal e a autoridade do Papa declarou a independência do feudo aos 18 anos de idade, em 1193. O antigo feudo passou a chamar-se Reino de Portugal desde então. Até aqui se pode constatar como é forte o sentido de independência dos portugueses e brasileiros, herdado de celtas e lusitanos, mas não só, como veremos a seguir.

O reino foi ampliado até o sul, o Algarve, completando o mapa atual. A partir de 1300 começaram as navegações em busca de caminhos que levassem os portugueses ás fontes de comércio de que tinham notícias: Terras visitadas por Prestes João e Marco Polo. Buscavam na realidade os caminhos das especiarias e o da seda. O norte de Portugal sofreu influência judaica desde 300 AC, e aumentou com a expulsão dos judeus da palestina em 70 DC, e o fim do Império Romano do Ocidente em 1476 DC. O povo judeu foi responsável pela fundação de inúmeras universidades por toda a Europa, tendo participado da de Coimbra, fundada em 1290. Em 1500, Portugal atingia as costas do Brasil para reconhecimento. A experiência de terras invadidas dos índios nativos e da escravidão de povos africanos trazidos para o Brasil gravaram profundamente a idiossincrasia brasileira, criando aversão completa à exploração do ser humano, e o respeito ás fronteiras internacionais.

Em 1807, o rei D. João VI de Portugal veio para o Brasil para não perder a guerra com Napoleão em cooperação com a Inglaterra com quem tinha uma aliança desde 1218 e que mantém até hoje. Este fato, de uma imensa terra na América do Sul ser a capital de um Reino europeu, fortaleceu a personalidade do povo brasileiro, que até então se julgava português, e o era com toda a propriedade. Napoleão perdeu a guerra mostrando que D. João VI estava certo em sua estratégia. Voltou a Portugal após a derrota de Napoleão, deixando o filho, D. Pedro I no governo do Reino sul americano – o Brasil. Como a inquisição fazia suas vítimas de forma atroz em toda a Europa e em Portugal também, famílias  descendentes de judeus, outras que professavam diferentes religiões, ou que ansiavam por liberdade e novas oportunidades, começaram a chegar ao Brasil. Eram motivadas principalmente pela liberdade religiosa a exemplo das famílias inglesas que emigraram para os EUA.

Quando a corte de Lisboa resolveu que D. Pedro II, filho de D. Pedro I teria que voltar a Portugal e aumentou os impostos para 20%, o povo brasileiro teve o mesmo sentimento que os portugueses tinham tido em 1193 ao separar-se de Castela. A unidade em torno de uma pátria comum de mesma idiossincrasia explica porque razão a America do Sul espanhola se separou em muitos países de língua espanhola, e a unificação do território brasileiro numa língua única portuguesa. Uma só nação, íntegra.

A partir da primeira guerra mundial em 1914, o Brasil começou a ser complementado com habitantes de toda a Europa e Japão, principalmente, que buscavam novas oportunidades de vida, dispondo-se a trabalhar arduamente, com muito mais empenho do que trabalhavam em suas terras de origem, para construir uma jovem nação onde havia liberdade de expressão e essas tão sonhadas oportunidades.

O povo brasileiro, descente de celtas, suevos, alamanos, vândalos, iberos, lusitanos, romanos, árabes, judeus, godos, ostrogodos, índios sul americanos, negros africanos, e gentes de todas as raças da era moderna, sempre fez questão de ter liberdade, novas oportunidades de trabalho, fortíssimo senso de independência, tino comercial, dentre outras virtudes.

Cansados de tradições guerreiras e de perseguições, não fogem à luta os brasileiros, mas tentam resolver sempre pela manutenção da paz.

Seria impossível, com esta tradição e idiossincrasia, que o povo brasileiro estivesse disposto a ser liderado por um Stálin, Fidel Castro, ou qualquer ditador que lhe tire a liberdade de expressão, as oportunidades de empreender, de crescer profissionalmente, de ter o seu próprio negócio, a sua casa, o seu pedaço de terra onde se julga independente e livre.

Por isso, quando em 1964 sofreu os efeitos de pesada ditadura importada do medo ao comunismo, não apoiou os movimentos comunistas. Preferiu sofrer a ditadura, contornando-a tanto quanto podia, esperando que terminasse.

O Brasil é hoje a sexta economia do mundo, e a esquerda já não é ideológica nem tem oportunidade de voltar a ser porque o comunismo morreu. Foi uma pena, porque a ideologia era excelente. Os líderes é que não prestaram. Preocuparam-se com o sistema e esqueceram o povo, para quem deveriam governar. Esses líderes colocaram a ideologia como alvo principal e relegaram os anseios populares em suas nações. Mataram  e calaram em nome de uma ideologia. O povo deixou de produzir.

O alto moral do povo brasileiro, a estoicidade de resistir ás adversidades, o forte senso de unidade e de independência, o espírito empreendedor e a alegria de viver nestas condições, que muito para além de serem ideologia são a mais pura das realidades, mantém esta grande nação no rumo de suas próprias vontades.

Rui Rodrigues


Oração ao Deus Único




Oração ao deus único

Olhai por todos nós, senhor... Olhai por todos nós...

Sabemos que és único, onipotente, o construtor de todos os Universos,
Que és onipresente, bom e que por seres Deus não precisas de ajuda de ninguém, nem dos sacerdotes, porque não dizem a mesma coisa entre eles.

Sabemos que não te manifestas de forma que te possamos reconhecer,
E por isso ninguém, de nenhuma religião já te viu ou ouviu,
Porque vibras como Deus e tua linguagem não é sonora.

Não és homem ou mulher.

Conhecemos muito pouco de ti, quase nada, mas Olha por nós,
Porque todos te amamos, independentemente de cor, raça, gênero, etnia ou nação.

És a nossa esperança, porque todas as esperanças que nos têm mostrado,
todas elas se revelaram perenes ou insuficientes. Não são essas esperanças que esperamos de ti. Nós, por nós mesmos, não nos resolvemos.

Por termos inteligência, ou julgar que a temos, descobrimos que existes,
Mas precisamos ainda ser mais inteligentes para ir ao teu encontro,
tendo sido vãs as palavras de que te seguem e querem o bem da humanidade.

Tu és o Deus único de toda a humanidade.

Só tu podes cuidar de nós, para que não nos percamos na estrada da evolução, em eternas lutas de poder entre indivíduos, empresas, sociedades e nações. Ensina-nos a competir sem nos destruirmos.

Ajuda-nos a não jogarmos palavras ao vento dando e frustrando esperanças.

Sabemos que não deténs exércitos nem a destruição, porque essas são escolhas nossas, desta triste humanidade em que cada um, cada nação, sempre pensa que é a melhor, a maior, a mais correta, mas somos todos fruto da mesma origem e tudo é temporário.

Olhai por todos nós, Senhor, porque nós não sabemos olhar por nós mesmos e podemos perecer.  

Apontam-nos para uma vida no além, mas a que nos deste foi esta, neste planeta, e mesmo existindo essa vida, precisamos cuidar da que temos consciência de nos teres dado.

A esses, perdoai-lhes senhor, porque esses e nós não sabemos o que fazer.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O Contrato de Convivência Consentida



O contrato de Convivência Consentida

Todo contrato deve atender ambas as partes de forma a que se satisfaçam, fiquem satisfeitas. Se ficarem mutuamente satisfeitas, melhor ainda.

Foi o caso de Isabel de Garcia y Albuquerque, de sessenta e oito anos ao assinar o “contrato de convivência consentida” com Pedro da Cunha Alves, um sexagenário de 69 anos. Para todos os efeitos um casal moderno que assistira até às barricadas de Paris por uma melhor educação e ao festival de Woodstock pela liberdade total e indiscriminada.

Ambos viviam solitários, nestes duros tempos de falta de credibilidade interpessoal, cada um em sua casa, mas ainda sentiam fôlego para uma relação final até que a terra os comesse. O passado de Isabel contemplava dois maridos, três amantes e segundo suas contas, mais ou menos uns setenta e cinco casos eventuais na base do supetão: a presa passava por seus olhos, ela lançava-lhe todas as suas armas físicas, gestuais e intencionais, e depois de uma rapidinha que não demorava mais do que uma hora, lavava-se, arrumava-se, ajeitava-se, perfumava-se, passava batom e ficava com a nítida sensação de que “lavou tá novo”.

Pedro da Cunha casara uma vez só, e segundo sua contabilidade já meio duvidosa pela memória que a idade ainda permitia mais de duzentas, e não se lembrava se alguma delas teria sido realmente sua amante, ou caso eventual simples ou casualmente repetitivo. Uma coisa era certa e comum aos dois: Não gostavam muito de viver sós e precisavam juntar-se a alguém, mais que não fosse para terem motivos para arranjar novos amantes, novos casos eventuais, como que num processo de rejuvenescimento que só as cirurgias plásticas também proporcionam. Ambos eram muito experientes de vida. Ambos sabiam também que a discussão dos termos do contrato de convivência consentida não seria coisa fácil.

Perante um escrivão do cartório que a cada termo do contrato se emocionava, sentia raiva, sorria de puro gozo ou apresentava discreto olhar de incredibilidade ou admiração, os dois se sentaram para acertar alguns detalhes e finalmente assinarem o documento que lhes garantia a independência na dependência, a liberdade nas limitações, e a convivência sustentável nas constantes divergências que logo começariam a aparecer.

- Concordo com a divisão em partes iguais das despesas da casa – disse Isabel – mas temos que ter uma geladeira grande e duas pequenas. Na grande, os alimentos comuns. As outras são uma para mim e outra para você guardarmos o que cada um comprar só para si. Podemos até dividir, mas há coisas que você gosta que eu não gosto e vice-versa. Assim não haverá discussões. Virou-se para Pedro da Cunha e lançou-lhe um olhar interessado, deu-lhe um sorriso simpático e perguntou: - Concorda?

Pedro da Cunha assentiu com a cabeça, devolveu-lhe o sorriso e passou ao ponto seguinte. Disse: Cada um tem a sua conta no banco para despesas particulares e uma para as despesas comuns. Quanto aos bens adquiridos a partir de hoje, serão sempre adquiridos meio a meio e no caso de um de nós se ir antes do outro – o que é mais provável- o outro fica com a parte do que se foi... Concorda? Isabel pensou um pouco. Não pretendia adquirir nada. A vida tinha sido difícil e pretendia gastar tudo antes de se ir. Foi franca com ele. Concordava, mas não pretendia comprar nada de imóvel. Só trocar de carro e alguns móveis para inaugurar o apartamento novo que estavam alugando. Viveriam nele enquanto vigorasse o contrato.


- Querida, sobre nossas relações íntimas... Temos sido muito francos um com o outro e isso deve transparecer no Contrato -Disse Pedro da Cunha- Creio que temos que garantir um mínimo de relações. Sabe como é... Dor de cabeça, indisposição, tudo bem, mas imagine que a partir de certa altura isso aconteça todos os dias de todas as semanas do mês, meses a fio... Ou que eu mesmo negue fogo da mesma forma... Salvo motivo de força maior... Como ficaríamos?

- Nós não precisamos dar desculpas um para o outro como se fossemos casados “normalmente” ou como antigamente. Se isso acontecer, e não pudermos aguentar a desgraça, abrimos o jogo e denunciamos o contrato. Separamo-nos e damos o trato como acabado.

Isso fazia sentido para Pedro da Cunha. Foi assim, em pleno entendimento, que se acertaram nos outros itens contratuais:

Art.8º - Se qualquer um dos dois passar a roncar, o outro tem o direito de dormir com quem não ronque ou ronque menos ou de forma menos desagradável enquanto persistir a roncação.

Art.9º - Todos os anos se trocará de gênero de empregado. Um ano uma empregada e no outro um empregado para agradar a ambos os Conviventes. Se o empregado ou a empregada consentirem, podem passar a mão à vontade.

Art. 10º - Cada uma das partes terá direito a um(a) suplente, de sua livre escolha, para os casos de discórdia por incompatibilidade de gênios ou vontades, como por exemplo ir a um baile ou tomar chope com os amigos. Se uma das partes quiser fazer algo do gênero e a outra não quiser acompanhar, usa o suplente ou a suplente.

Art- 11º- Conceito da “semana um semana outro”. Este artigo dispõe sobre as alternativas nas responsabilidades. Se um dos membros do casal lava a louça numa semana, o outro a lavará na semana seguinte. Aplica-se este artigo a todas as atividades do dia a dia.

Elege-se o Foro Íntimo de cada um para resolver as pinimbas decorrentes da aplicação dos termos deste Contrato, que em casos extremos dispensa o Julgamento arbitral. Casos denunciados por ele serão julgados na cidade de Amsterdam, e denunciados por ela em Timbuctú para assegurar que a união teria uma última oportunidade de continuar.

E nem sei se foram felizes por muitos anos ou algumas horas. Sei apenas que buscaram a felicidade durante toda a vida, experimentando todos os caminhos possíveis para garanti-la. Até por um contrato de intenções.

No testamento dos dois constava bem claramente que os vibradores que ela deixara eram legado para a neta e que a bonequinha inflável que se chamava “Minha gostosinha” ficaria para o neto dele...

 Rurodroguix

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cenário – 2018


Cenário – 2018

As guerras a que o mundo estava acostumado tinham líderes, nações, exércitos. A vida nas cidades, desde que não estivessem sob ataque direto, transcorria sempre numa paz latente. Tudo funcionava como era habitual.

Isso se lia nos livros de história.

Os generais costumavam ler os livros que descreviam as batalhas, estudando as táticas de guerra. Elaboravam cenários nos quais seriam hipoteticamente atacados por determinada nação, ou as atacariam. Cada general das forças armadas de cada nação do mundo juraria a seu rei, presidente ou primeiro ministro que estava preparado. Tinham, porém, na história universal, alguns poucos exemplos daquilo a que chamavam “guerra não convencional”, ou de guerrilha, e que haviam gorado as intenções de muitos generais. Napoleão era um bom exemplo: Vitorioso em muitas batalhas perdeu para a guerrilha russa e ibérica, e já enfraquecido perdeu a última batalha. A final, a decisiva. Há sempre uma batalha final, decisiva, que termina uma guerra, mas os generais sempre apostaram que a ganhariam, porque não podiam negar que estavam preparados. Perderiam o posto, seriam execrados, chamados de traidores.

Não havia maior exemplo de guerra “não convencional” do que a batalha de Leningrado, travada entre russos e alemães, pela posse desta cidade. Foi uma guerra travada de porta em porta, no meio de ruas e praças, semi destruídas por bombardeios. A história conta da ação dos exércitos, mas muito pouco sobre o sofrimento dos civis. Isso tem uma explicação: Justifica os exércitos, preserva o moral para futuras guerras. Esta visão, que oculta o sofrimento das populações, preserva também a necessidade, sempre questionável,  de ações violentas por parte dos exércitos e os justifica.

A partir das barricadas de Paris nos anos 60, quando a juventude esclarecida dos estudantes se insurgiu contra o estado e a educação francesa, mudou-se o comportamento das forças policiais no mundo. Não podendo mandar o exército contra a população, que aumentaria a revolta, armaram este setor das forças armadas com escudos, roupas especiais, e as muniram com veículos ligeiros de segurança reforçada, além de granadas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, cassetetes reforçados, rádios de comunicação, e todo um arsenal que não consegue esconder o alto grau de eficiência da policia como força paramilitar. Novas técnicas foram desenvolvidas para conter e dominar populações revoltadas. Contudo, as forças policiais são sempre diminutas em termos de porcentagem da população porque tais movimentos de revolta nas ruas eram sempre localizados num bairro de uma cidade, quer por protestos contra o governo local, geral, ou reuniões de entidades que não eram do agrado geral, como as do FMI, ou do G8, dentre outras.

Não se poderia acreditar que algum general tenha sido o primeiro a aconselhar o início de uma guerra. Eles sabem que tanto podem ganhá-las como perdê-las por fatores aleatórios. Em geral as guerras se haviam iniciado sempre por problemas financeiros, obtenção de matérias primas, ou ideologias políticas ou religiosas, e como dissemos acima, sempre havia líderes, nações que as declaravam, mas quem dava a primeira palavra no sentido de declarar guerra, eram sempre os setores econômicos da nação, ou os ideólogos e religiosos. Esses setores detinham a moral geral da nação, a produção bélica e o controle sobre as populações. O setor da economia fabricava os equipamentos, as armas. Fabricava tudo. Em extrema necessidade ideológica, religiosa ou econômica, pediam, exigiam a guerra. Os generais simplesmente diziam o que necessitavam para que estivessem preparados.

Outra característica fundamental das guerras convencionais, é que sempre começavam por uma nação contra outra, e por um setor das fronteiras, por uma cidade atacada. As limitações faziam com que raramente se atacassem duas cidades ao mesmo tempo, ou se avançasse ao longo de toda a fronteira.

Foi assim que quando começou a crise financeira de 2008, nenhum general se preocupou além do normal. Estavam debruçados sobre enormes dossiês que estudavam a diário destrinchando hipóteses de ataque e defesa, conforme devessem atacar algum país em particular, ou defender-se de outros. O povo começou a ir para as ruas na Grécia (enfrentamentos violentos com a polícia), na Espanha (ocupando praças), na Inglaterra (quebrando o que encontravam), nos EUA (ocupando Wall Street), e de repente, a primavera árabe, com revoltas que derrubaram antigos e tradicionais ditadores. Todos pediam democracia e lisura na forma de governar.

Os generais não se deram conta do tamanho da crise. Os banqueiros não se deram conta do sacrifício que estavam exigindo das populações para pagarem os altos juros e diminuir a administração pública – para economizar e pagar esses juros e essa dívida – os governos não se deram conta de que tinham caído na mão de agiotas legalizados pelo título pomposo de “banqueiros” em nome de suas respectivas nações. Também não se deram conta do “lero-lero e vem cá que eu também quero” que sucedeu à doação de dinheiros públicos aos bancos para evitar ou minimizar a crise que se estendia desde 2008. Depois dos Bancos, as construtoras, e em geral as empresas que forneciam fosse o que fosse para os governos, começaram a aumentar o valor de seus preços. Também queriam participar do botim, já que os governos estavam distribuindo dinheiro recolhido por impostos, e essa era a sua fonte de enriquecimento mais viável. Mais viável do que o próprio comércio competitivo, onde já era impossível reduzir ainda mais os custos. Uma coisa gera outra, e a corrida para um futuro traçado de forma inconseqüente pelos governos da terra, foi se desenvolvendo, agindo uns à semelhança dos outros, como castelos de dominó, sobre os quais uma pedra inicial tomba primeiro.

Em 2011-2012, começou a segunda fase da crise de 2008. Até então, o iceberg da crise mostrara apenas a sua já importante e enorme ponta: a necessidade de desviar dinheiros públicos para evitá-la. Isso levou ao esvaziamento dos cofres públicos, e diminuiu drasticamente a capacidade dos governos atenderem a função para a qual foram eleitos: cuidar da população através do fornecimento de serviços públicos, justiça, segurança, saúde, transportes, infra-estrutura, educação... As cidades começaram a se deteriorar e maior carga de trabalho e de impostos foi gerada.
Chefes de Estado começaram a cair em Portugal, Grécia, Itália, não por semelhança com a primavera árabe, mas por administração deficiente de suas nações, onde a corrupção atingiu limites de sufocamento financeiro.


Quem pode adivinhar a capacidade de resignação, os limites de pressão que uma sociedade pode suportar? E se essa pressão se exercer sobre uma grande parte das sociedades do globo?

Uma forma consciente de reduzir os preços de matéria prima ou produto essencial a um estilo ou necessidade de vida, é produzir mais e mais. Produzindo mais, os preços caem. Outra forma é fazer tratados vantajosos com os países que as produzem quer por pressão política, quer por trocas comerciais, ou invadir o país que as produzem. Neste último caso, qualquer pretexto mais ou menos plausível serve para iniciar uma invasão.  Os EUA, necessitando de petróleo para sua população crescente, garantindo o condicionamento do ar em residências e o transporte, tinham invadido o Iraque alegando a posse de armas de destruição em massa. Foi um erro que o mundo logo esqueceu, mas tal como marido ou mulher que trai, nunca reconheceu o erro. Quando em 2014, o Irã estava em vias de construir o seu primeiro artefato nuclear, já possuía mísseis que poderiam atingir Israel e muitos países bem além de suas fronteiras. Prometido há pelo menos uma década, o Irã fora finalmente invadido nesse ano, assegurando o preço dos combustíveis nos EUA e a manutenção dos patamares da economia americana, que embora desgastada pela crise, ainda crescia a um ritmo de 1 a 2% a.a. Já numa fase anterior, forças européias tinham invadido a Líbia, o que proporcionara os benefícios dos preços baixos de petróleo principalmente para a França. Europa e EUA dividiam o poder sobre o mundo. Isso também era convencional. A história universal demonstrava isso em várias épocas de sua evolução, juntando gregos e romanos dividindo o mundo, Portugal e Espanha, Inglaterra e EUA... Mas no cadinho de uma crise econômica mundial, com os governos sendo questionados quanto á sua democracia e representatividade, em geral e em todo o planeta, esse era um panorama completamente diferente de tudo o que jamais tinha acontecido na história da humanidade.

Com o calote da Grécia, de Portugal, da Itália e da Espanha, a crise se alastrou pela Europa. Houve uma enorme deflação, empresas fecharam. As potências mundiais, que haviam experimentado duas décadas de crescimento dos países emergentes que vendiam seus produtos manufaturados e matérias primas a baixo custo para poderem crescer, lutavam agora com uma agravante. Em crise, compravam menos dos países emergentes que não podiam baixar ainda mais os seus custos, e reduziam as suas importações. Faltava dinheiro - que estava imobilizado com os Bancos - mas estes estavam com um problema enorme. Sem garantias, não emprestavam dinheiro. O dinheiro estava entalado, jazendo em cofres á espera de oportunidades. Sofriam com a própria crise que haviam criado em 2008 ao secarem a fonte das verbas governamentais. Sem emprego, a população mundial, com cerca de 9 bilhões de habitantes, ganhou as ruas do mundo. O estalar das movimentações de rua aconteceu primeiro e inesperadamente nas principais cidades dos países da Europa, sem que alguém o ordenasse. Em menos de uma semana já se  espalhara pelas Américas, Ásia, África. Os governos foram caindo um a um e plebiscitos foram rapidamente implementados para definir novas constituições dando poder ao povo para decidir através de voto.

Quando a poeira assentou, contaram-se os prejuízos num mundo devastado.
Aproveitando-se da convulsão mundial, o regime da Coréia do Norte caíra definitivamente, e o Irã já não representava perigo nuclear com suas instalações explodidas numa ação relâmpago do exército de Israel. O mundo árabe reclamou, mas não reagiu. Cuba era capitalista finalmente, o povo comemorava nas ruas. Os restos mortais de Fidel foram transferidos para lugar ignorado.

Começara uma nova era mundial.

Rui Rodrigues

sábado, 31 de março de 2012

A Psicologia do galinheiro e Mahmud Ahmadinejad


A Psicologia do galinheiro e Mahmud Ahmadinejad

Existe uma antipatia generalizada contra Mahmud Ahmadinejad, 6º presidente do Irã, em terras a ocidente e a oriente do Oriente Médio.

Essa antipatia mais recente e popular no mundo ocidental vem de algumas atitudes que lhe foram atribuídas pela mídia: negando o holocausto, beneficiando urânio que eventualmente poderá ser usado em armas nucleares, desejo de varrer Israel da face da Terra, Mahmud tornou-se antipático por seu espírito “violento”. Como não acredito que um presidente possa ser tão louco, ou desvairado, ou incongruente como algumas fontes dizem, resolvi pesquisar por conta própria, já que a política internacional é construída de forma tal que seus ecos, verdadeiros ou falsos, são transportados pela mídia e nos atacam os ouvidos, normalmente para nos confundir.

Encontrei coisas interessantes, e aparentemente, Mahmud ou não bate bem da bola, ou está querendo agradar a alguém, talvez o povo ou o Ayatolá, como discurso político para chamar a atenção sobre si mesmo e o regime que representa como qualquer ditador costuma fazer!

Há dias li sobre Solano Lopez o presidente paraguaio que em 1864 deu inicio às operações de guerra contra nada menos que a Argentina, o Uruguai e o Brasil. Claro, evidente, absolutamente previsível, que perderia a guerra, como perdeu. Só ele e seu estado maior pareciam não saber, e o povo foi na onda ainda não sabemos bem porque razão, mas mais provavelmente por medo, já que Solano Lopez era filho de um ditador também vitalício: Carlos António Lopez. Anos seguidos de ditadura ensinam o povo a obedecer por medo e a ficar calado sem reclamar. Muito pior, a aclamar as decisões do governo, tal como acontece na Coréia do Norte e em Cuba. Será Mahmud um tresloucado como Solano Lopez, Kim Jong ou Fidel, que perdem a noção das metas de governo e embarcam na cegueira da revolta contra o “status quo” internacional?

Constatei que Mahmud já foi simpático a nada menos que George W. Bush quando era presidente dos EUA[1], que o apoiou contra as reformas do presidente Khatami até 2005, quando Mahmud lhe sucedeu. Este apoio americano pode ter contribuído para a sua eleição e é muito comum a Washington: Já apoiaram Bin Laden e Fidel Castro, dentre outros, antes de convertê-los em inimigos (ou provocar sua ira para que se tornassem inimigos). Fabricar inimigos pode ser uma excelente reserva futura para geração e explicação de conflitos, a ponto de ser difícil separar os fundamentos políticos dos morais e comerciais.

Mahmud foi homenageado e entrevistou-se em 24 de setembro de 2007, em N. York, com o Neturei Karta International, conhecido grupo de judeus ortodoxos que contestam o sionismo por julgá-lo contra os princípios da Torá. Na ocasião, os rabinos enfatizaram a paz e a amizade seculares entre judeus e muçulmanos, reafirmando o seu desejo de paz entre os dois povos, rejeitando o sionismo.

A frase atribuída a ele sobre “varrer Israel do mapa” [2], pode ser interpretada como “varrer o sionismo” que ocupa Jerusalém ou Israel, que ora entra em negociações de paz, ora invade as terras em conflito. Existem vários movimentos em Israel que são contra as ocupações dessas terras[3], e um plebiscito em Israel deve estar fora de cogitação do governo. È a parte sionista da sociedade israelense que não se opõe á invasão de terras.

Quanto à não existência do holocausto, parece haver mais uma conotação anti-sionista sobre as indenizações que foram pagas ás famílias dos perseguidos por Hitler. Mahmud pergunta-se se não seria o caso de indenizar também os palestinos que foram expurgados de suas casas. Não parece que negue definitiva e completamente o holocausto pelo paralelo estabelecido.

Em sua vida política, o engenheiro Ahmadinejad ocupou vários cargos e já foi mesmo destituído de um deles, voltando a ser professor numa universidade. Atuou no exército iraniano contra os curdos, povo este que é perseguido por iraquianos, iranianos, turcos. Isto porque as fronteiras estabelecidas na região foram definidas politicamente e não pela geografia humana: os curdos foram esquecidos como povo independente, embora jamais tenham perdido a sua identidade.

Foi dito e posteriormente desmentido, que era descendente de judeu, talvez baseado no fato de seu pai ter trocado de nome – chamava-se Ahmad Sabourjian – para evitar descriminação contra famílias rurais, na oportunidade em que se mudaram de sua terra natal Aradan, perto de Garmsar , para Teerã.

Em face de uma postura dúbia, com expressões e movimentos inconsistentes, provocativos ou de assustado que por isso mesmo fala grosso, Ahmadinejad está transformando-se no inimigo público número um do mundo ao redor do Irã. Temo que venha a ser um novo Solano Lopez, certamente derrotado, mas com um lugar garantido num céu virtual cheio de virgens moças e virgens experientes, com muitas flores, mel, tâmaras e leite de cabra.

No grande galinheiro da política internacional, que jamais reflete a vontade popular, quando alguém lança um grão de milho, a correria é geral. Quando o galo assedia uma galinha faz-se silencio, tudo quieto. Pensou-se um dia que o galo da política internacional viria a ser a Organização das Nações Unidas, mas esta une-se apenas contra países pequenos ou médios, e existe o poder de veto... Ninguém tem dúvidas de que num conflito internacional entre grandes potências, as Nações Unidas acabem os seus dias, assim como acabou a Liga das Nações antes da Segunda Guerra Mundial.

Em política internacional ganha a esperteza, não o confronto direto. Mahmud está com os dias contados, num Irã á beira da invasão internacional. Lutará sozinho no seu galinheiro.

Rui Rodrigues



[1]   The new republic, 24 de abril de 2006.A child of the Revolution takes over. Ahmadinejad's Demons, por Matthias Küntzel]
[2] Extraído de   http://pt.wikipedia.org/wiki/Mahmoud_Ahmadinejad  “”””Em 26 de outubro de 2005, a IRIB News, uma agência de notícias estatal do governo iraniano que transmite em inglês, controlada pela Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB), arquivou uma discurso de Ahmadinejad para a conferência "World Without Zionism" na Ásia, intitulado: Ahmadinejad: Israel must be wiped off the map.[14] A história foi divulgada pelos meio ocidentais e rapidamente se tornou um assunto muito comentando em todo mundo.
Muito meios de comunicação repetirão a afirmação da IRIB de Ahmadinejad como "Israel deve ser varrida do mapa",[15][16] em português isso significa "causar o fim de um lugar",[17] ou "apagar completamente",[18] ou"destruir completamente".[19]
A frase de Ahmadinejad foi "بايد از صفحه روزگار محو شود" de acordo com o texto publicado na página do escritório presidencial.[20]
A tradução apresentada como oficial pela IRNA foi contestada por Arash Norouzi, o qual disse que a afirmação "varrida do mapa" nunca foi feita e que Ahmadinejad não se referiu a nenhuma nação ou região de Israel, mas ao "regime ocupando Jerusalém". Norouzi traduziu o original persa para inglês, com o resultado, "o Imam disse que o regime que ocupa Jerusalém deve ser desaparecer (ou dissipar-se) da página do tempo."[21] Juan Cole, um professor de história do Oriente Médio moderno e sul da Ásia da Universidade de Michigan, concordou com a tradução para a frase como, "o Imam disse que o regime ocupando Jerusalém (een rezhim-e eshghalgar-e qods) deve [desaparece da] página do tempo (bayad az safheh-ye ruzgar mahv shavad).[22] De acordo com Cole, "Ahmadinejad não disse que ele iria 'varrer Israel do mapa' porque não existe esse tipo de expresão em persa." Alternativamente, "ele disse que esperava que seu regime, i.e., um estado judeu-sionista ocuapando Jerusalém, poderia entrar em colpaso."[23] O Middle East Media Research Institute (MEMRI) traduziu a frase similarmente, como "esse regime" deve ser "eliminado das páginas da história."[24]””””

[3] Ver Machsomwatch,(http://www.machsomwatch.org/en  (tem versão em inglês)

terça-feira, 20 de março de 2012

É Fan-tás-ti-coooooooo ....


É Fantástico!!!!

É Fantástico que mais uma vez a Mídia tenha mostrado o lado mais torpe da essência humana: O tirar proveito em causa própria usando o poder de pertencer a um órgão do Estado, ou de poder corromper em nome dos lucros exorbitantes de empresas privadas.

É Fantástico que nunca, absolutamente nunca, o governo saiba destas coisas que todo mundo sabe, e não se tenha preocupado em denunciá-las e julgá-las em operações relâmpago. É Fantástico como podemos votar sistematicamente em candidatos que não cuidam do “governar”, parecendo que se elegem apenas para tirar vantagens financeiras, monetárias, econômicas, ganhar dinheiro com o suor e o sangue dos impostos que são altos exatamente por causa disso e por isso mesmo... É Fantástico que ainda não tenhamos percebido que não importa qual o candidato que elegemos, todos se tornam iguais no roubar, porque fazem parte de um sistema de agrados gerais entre partidos, e os partidos mandam em seus afiliados.

É Fantástico que governos e governantes corruptos se aliem a empresários que lhes pagaram as eleições, retribuindo com a permissividade da corrupção... E é ainda mais Fantástico que obriguem o povo a votar, porque a não ser assim, jamais votaríamos em quem se candidata para governar ao abrigo de uma Constituição furada por centenas de Medidas Provisórias que a descaracterizaram. Cada Presidente que chega ao poder, vai alterando a Constituição para que se adéqüe às manobras políticas que permitem a evasão de verbas, a corrupção.

É Fantástico que governadores não saibam da corrupção que corre solta em seus estados, com desperdícios em Hospitais, Escolas, Departamentos de Polícia, que vêm na terceirização um pomar onde se colhe dinheiro fácil, em troca de meia dúzia de assinaturas mancomunadas...

É Fantástico que um povo tão humano, inteligente, bonito, tão fantástico, ainda suporte um sistema político como esse que temos...

É simplesmente Fantástico!

É Fantástico ninguém saber de nada e todos saberem de tudo!

É Fan-tás-ti-coooo !!!!!!!!!!!

Rui Rodrigues

sábado, 17 de março de 2012

Um novo olhar pela arte rupestre





Um novo olhar pela arte rupestre.


As cavernas de Lascaux na França nos mostram pinturas de uma rara e sempre atual beleza artistica. Arte não tem idade, mas estas pinturas, do Paleolítico Superior, possivelmente obras de Cro-Magnons, têm aproximadamente 36.000 anos.

Muito se fala que foi pintada por homens que não iam caçar. Naquela época, os fracos não sobreviviam e os grupos não tinham mais de 60 a 90 indivíduos. A agricultura ainda não tinha sido descoberta. Assim, pressupõe-se que, extraindo a quantidade de menores de idade, anciãos e mulheres, deveria haver habitando nestas cavernas cerca de 20 homens adultos que invariavelmente saiam para caçar todos os dias. Passavam dias e noites caçando. Estes homens Tinham mãos duras e fortes que não se adequavam à pintura.

Como crianças não tinham desenvolvimento mental para pintar aquelas obras de arte e os homens estavam caçando, temos que procurar entre os anciãos e anciãs, e entre as mulheres como os autores daquelas obras de arte, salvo uma exceção: a de um artista a cada geração que as pintasse.

O mais provável é que essas obras tenham sido pintadas por mulheres no intuito de decorar as cavernas e incentivar os homens a saírem. Mulher não gosta muito de homem em casa o dia inteiro porque causa muita confusão. É o que ainda dizem!

Numa época em que prevalecia o matriarcado e se faziam pequenas estátuas de deusas e não de deuses, como a virgem da fertilidade da foto, não vi ainda em nenhum livro de arqueologia e paleontologia qualquer referência a que tais obras tenham sido pintadas por mulheres.

Foi certamente o mais provável, assim como mais provável foi que o curandeiro ou pajé, tenha sido sempre uma mulher que acumulava as funções de parteira. Quando homens fundaram religiões, excluíram as mulheres das práticas sacerdotais.

Rui Rodrigues

PS- meus olhares sobre a história, filosofia, etc, são baseados em lógica e probabilidades matemáticas.

terça-feira, 13 de março de 2012

O estado ondulatório da humanidade e da natureza.





A razão matemática mais conhecida que estabelece uma relação entre o Cosmos, ou o Universo como desejemos chamar ao que vemos rodeando o nosso planeta, é a célebre fórmula de Einstein E=mc2, onde “E” significa energia, “m” a massa da partícula ou do corpo, e c2, a velocidade da luz multiplicada por ela mesma. A velocidade da luz é de cerca de 300.000 quilômetros por segundo...

O universo sustenta-se por si mesmo seguindo leis que podem ser expressas em fórmulas matemáticas. Algumas são conhecidas, outras estão em vias de o ser e outras ainda não conhecemos.

Quando olhamos a vida neste planeta, sabemos que a base fundamental está numa molécula muito simples na sua constituição, em forma de espiral a que damos o nome de Acido Desoxirribonucléico, ou mais simplesmente ADN. Há uma matemática em cada átomo que compõe essas moléculas, que diferenciam a vida entre si, e cada ser, por sua vez.

Mas quando olhamos a natureza e tentamos explicar o comportamento humano, parecemos perdidos e achamos que a matemática já não se aplica. Dizemos que estes fenômenos não pertencem ás Ciências Exatas. Parece mesmo que o aspecto da natureza que muda de dia para dia, de noite para noite, de instante a instante, e os caminhos da humanidade são amorfos, inconsistentes, indefinidos, mudam por mudar ou porque têm que mudar, mas não associados à matemática. Chega a parecer-nos que é um estado caótico, não previsível...

Se pensarmos desta forma em relação à humanidade e á natureza, parece-me que estaremos redondamente enganados.

Olhemos a humanidade. Podemos imaginar que são várias pirâmides de "sociedades" ou grupos dentro de uma pirâmide maior chamada humanidade. As grandes sociedades, as nações, formam pirâmides dentro das quais existem outras, como por exemplo, no caso da sociedade espanhola, a pirâmide dos que torcem pelo Barcelona, uns de forma doentia, outros de forma normal e outros ficam apenas satisfeitos se o Barcelona ganhar. Esta pirâmide “entra” por dentro de outras, porque haverá torcedores do Barcelona que são comunistas outros socialistas, outros capitalistas.

Parece difícil, no dias de hoje, que se pudesse determinar uma “matriz” matemática segundo a qual se pudessem prever os rumos da sociedade espanhola, considerando a vontade de independência de algumas de suas etnias (pirâmides étnicas, onde muitos, apesar da etnia, torcem pelo Barcelona), mas nas pequenas pirâmides e até em algumas podemos prever alguns movimentos hoje. Para montar a imensa matriz matemática, em função de uma incógnita - a tendência da nação espanhola - seria necessário um estudo profundo dos gostos e tendências de cada pirâmide nacional e sua interferência com as demais, mas não podemos dizer que seria impossível, e a futuro, não o será.

Para quem estudou matemática, seria uma teoria dos conjuntos construída não com base em círculos, mas com base em pirâmides que se entrelaçam pontualmente. Enquanto na primeira temos uma teoria dos conjuntos bidimensional, com as pirâmides teríamos uma teoria dos conjuntos tridimensional. Creio que ainda não possuímos um computador potente o suficiente para executar os cálculos, e mesmo a nossa matemática ainda necessitará avançar um pouco mais, mas num futuro próximo, serão dados os primeiros passos para prever não só as tendências da humanidade como também as tendências do clima com grande aproximação a futuro distante .

Talvez comecem pela meteorologia, como necessidade mais premente, dividindo a Terra até a estratosfera em cubos, medindo a umidade, a temperatura, a velocidade de aproximação de outros cubos com características diferentes, influindo uns sobre os outros, onde nem o campo magnético da terra, nem os ventos solares sejam esquecidos, tomando emprestada da teoria do Caos, os “atratores” conhecidos.

As tendências de pirâmides ou de cubos movimentam-se em ondas que são absorvidas por outras pirâmides ou cubos, ou vibram tão forte que são capazes até de derrubá-los. Foi o que aconteceu com o livro de Karl Marx que como uma onda influenciou as pirâmides sociais russas até se tornar uma onda que chegou ao Caribe de Fidel Castro. Outra onda, a do capitalismo, absorveu o impacto. Poder-se-ia ter previsto o fim que agora parece claro: A onda do comunismo acabou e o mundo inteiro pede participação e representatividade nos governos. 


Lamentavelmente não verei muito do progresso que virá para que as pirâmides sociais possam ter alimento suficiente para não se aniquilarem umas às outras, como nos ensaios de Pavlov. Mas de Stonehenge até hoje já demos um bom e enorme passo.

Rui Rodrigues

Nota:   Hoje temos uma previsão atmosférica incipiente com poucos minutos de antecedência de evento catastrófico, e previsões de comportamento duvidoso emitidos por cientistas políticos ou “adivinhos” de plantão, nada ou pouco confiáveis...

domingo, 11 de março de 2012

Tudo e todos punem...


Tudo e todos punem... Sempre seremos punidos!

Não há como evitar, como fugir da punição!

Ainda Moisés andava, e como andava, pela Terra, quando certo dia sentiu já no deserto, que o povo, ignorante como sempre desde então, andava pensando por conta própria e fazendo tudo que Moisés não queria que fizesse: desobedecer! Irritado, subiu a um monte e ficou lá até sentir fome.

Voltou com dois pedregulhos esculpidos em letras onde os que sabiam ler- naquela época apenas uma meia dúzia de escribas sabia ler e escrever – poderiam conferir o que estava escrito. Provavelmente nada estaria escrito, porque Moisés não era escriba. Mas logo os escribas que obedeciam a Moisés se apressaram em ler o que estava escrito.

O povo não gostou nem um pouco... Falaram mal do Moisés, quiseram fazer greve, queriam até voltar para o Egito. Pelos escritos nas tábuas, a boa vida tinha chegado ao fim e não se podia mais cantar a mulher do próximo, o homem da próxima; roubar egípcios, dizer ao pai que tinha amantes que não gostava de suas saídas noturnas, e muitas outras proibições, num total de 10. Felizmente nada proibia que continuassem bebendo vinho ou cerveja, mastigar sementes alucinógenas, hábito aprendido com os sacerdotes egípcios que em transe faziam viagens fantásticas ao “além” de Ra, de Isis, Hórus e Pta.

Esse negócio de proibir – é realmente um grande negócio porque redunda sempre em multas caríssimas – foi se espalhando pelo mundo. Hoje se proíbe quase tudo. Há sempre um lado da sociedade que proíbe alguma coisa, nem que seja urinar nas calçadas em caso de aperto por incontinência urinária de idosos, mesmo não havendo banheiros públicos por perto: Ou o idoso urina nas calças, ou paga multa. Nem pensar das prefeituras colocarem urinóis públicos em cada esquina, porque se o fizessem acabariam com a industria da multa...

A julgar pelas estatísticas, grande e considerável parte da sociedade masculina, em qualquer lugar do mundo e sob qualquer religião, tem, além da mulher, encontros casuais de alto desempenho, ou um par de amantes para os dias mais tristes. A sociedade feminina, também... Mas faz-se de conta que isso não é importante, que nem exista ou seja representativo, e proíbe-se isso na lei civil e nos casamentos religiosos. Assim se movimenta a lei, dando oportunidade ao pagamento de advogados, taxas, emolumentos, contribuições, e em muitos casos comissões para reversão da tendência do julgamento – Comprar a lei, em outras palavras...

Os anúncios de automóveis fazem sempre menção de “do zero aos cem” em 10 segundos, velocidade limite de 180 km/hora, 220, 300 km/hora, e nós, que gostamos muito de corridas da fórmula qualquer coisa, arrancamos e dirigimos em alta velocidade. Policiais escondidos, disfarçados, e até pardais anotam a placa do carro com radares sofisticados e punem os excessos. Nem pensar em diminuir a potência dos motores dos automóveis para que se restrinjam às velocidades limites, porque isso acabaria com a indústria das multas.  Temos que ser punidos de qualquer forma.

O que dói mais, porém, não são as punições de Deus, porque já sabemos – pelo que parece - que Ele não nos entende muito bem, mas as punições dos amigos. Foi assim que a esquerda chegou ao poder em todo mundo, com a ajuda de seus amigos, ou seja, nós os cidadãos. Finalmente o socialismo ascendeu ao poder de forma democrática e capitalista... E se apoderou do nosso capital guardado nos tesouros nacionais, dando-o a bancos, distribuindo-o entre os amigos, empreiteiros e empresários em geral, nomeando ministros que se revelam corruptos da maior periculosidade, e ambiciosos, muito ambiciosos, porque furtam, roubam, assaltam em milhões, bilhões. Apanhados com a boca na botija, com a mão no pote de açúcar, com a boca no balão tentando arrebentá-lo... O dinheiro desaparecido jamais retorna aos cofres .

Mas.. Mas... Mas quem os punirá?

Rui Rodrigues

sábado, 3 de março de 2012

O choque dos Reinos- Meu reino por um cavalo !!!!







O CHOQUE DOS REINOS
(Brasil versus FIFA)

Meu Reino por um cavalo!...Meu reino por um cavalo...

O grito ecoou pelo planeta viajando a bordo de navios que carregavam bardos dispostos a repetir as trovas noites sem fio, livros foram escritos e transcritos vezes sem fim, até que a frase ficou famosa. Hoje ninguém se lembra quem a pronunciou[1], mas sabe-se que esse alguém tinha um Reino e precisava de um cavalo para qualquer coisa, menos para salvar o Reino, porque o daria em troca do cavalo...

Parece gozação, não é?... Parece sim, devemos confessar, mas esses ditadores de meia tigela fazem de tudo para se promoverem, para ganharem fortunas, em tudo e em todos que vêm pela frente, e até pisam na bola.

Estou adorando este meu Brasil mais maduro, que impõe á Espanha a mesma humilhação que esta lhe impôs com os turistas brasileiros que visitavam a Espanha... Este meu Brasil que escutou impávido a solicitação da FIFA em 24 de Outubro de 2011 para que o Brasil trocasse o Ministro que “interlocutava” com a FIFA, e ontem, dia 02 de março de 2012, disse á FIFA que não aceitava mais o seu interlocutor apavoneado, grosso, imbecil, ignorante, sobretudo burro de esfregar uma orelha na outra, que pensava que a FIFA se sobrepunha aos interesses nacionais do povo brasileiro... È preciso ser-se muito burro e muito cavalo para agir dessa forma.

Creio que Joseph Blatter, que já foi apontado como corrupto, assim como Ricardo Teixeira, donos da Confraria da FIFA, devem estar muito preocupados. O Brasil já não é aquele país cordato em que qualquer um, até mesmo um borra- botas como Gerôme Valcke, francês de nascimento, ensopado de Napoleão e Villegaignon, podiam dizer o que queriam e xingar qualquer um impunemente, sobrepor-se à Constituição de uma nação soberana...

O mundo precisa entender que a FIFA pode comprar jogadores, instituições, ministros, mas não uma nação nem um ministro quando deseja e pode ser honesto.

Rui Rodrigues

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[1] Foi Ricardo III, em 1485, agonizante, durante a batalha de Bosworth. A exemplo do cavalo de Xerxes, imperador persa, milhares de anos antes, o cavalo deveria relinchar na hora certa. Assim disse Shakespeare.