O mundo vai acabar numa ditadura.
A Grande corrida vai começar.
Que será o Grande Ditador Único e Final?
Foi assim que o mundo da humanidade começou. Em tribos onde havia um ditador, o chefe da tribo, que ditava o comportamento do resto do grupo. Primeiro à dentada e aos sopapos, depois de com martelos de pedra, progrediu para arcos e flechas, espadas de bronze e de ferro. Mas as tribos já se haviam transformado em cidades, cidades-Estado, mais precisamente, o ditar ordens ficou mais complexo, e o ditador, o Rei, pediu ajuda aos seus mais próximos amigos: Os da irmandade religiosa. Foi assim que sumo-sacerdotes, sacerdotes e acólitos se transformaram em reis e criaram o que se chamou de Teocracia.
Cidades-Estado se uniram para criarem estados, alguns pequenos, outros enormes, e para impor um governo, entenda-se uma visão de como manter a ordem, o desenvolvimento e obter lucros, na verdade uma grande empresa com donos, era necessário um tipo de governo mito mais complexo, com setores para inventar leis, para aplicar as leis, para impor a ordem, arrecadar os impostos, cuidar dos doentes na guerra e das gentes de posses na paz, ensinar a escrever aos indicados pela sociedade, forças bélicas para defesa e ataque, desenvolver centros de pesquisa e artes bélicas, controlar a agricultura o comercio e a industria, espionar os povos fronteiriços e etcétera, etcétera tão complicado sistema, que tiveram que ampliar os palácios do Rei para acolher democratas e republicanos, abrindo filiais de cada setor em cada cidade. Mas para isso, a ditadura de governo se ampliou ainda mais. Agora qualquer um podia ser do governo ditatorial: Os que se diziam democratas e os que se diziam republicanos, todos tentando convencer-se uns aos outros pela quantidade votos dados e não pela “razão” dos votos. Assim, por unanimidade, por exemplo, decidiu-se que em caso de perigo o Presidente poderia declarar guerra a povos estrangeiros sem consultar o povo, perguntar-lhe se queria declarar guerra ou não, coisa que republicanos e democratas todos concordaram, mesmo aqueles democratas que se tornaram ditadores como Allende e Pinochet, e aqueles republicanos como Fidel Castro e Francisco Franco, além de outros em todo mundo. Porém, já que estamos falando nisso, os piores de todos foram Stalin, Hitler, Mao, e muitos outros que tripudiaram demais das populações. Nas ditaduras os governantes e seus protegidos vivem à tripa-forra, cercados de tudo que podem ter, enquanto o povo é escravizado em nome do “coletivo”.
Mas não contavam com a astúcia do subconsciente humano, que criou a economia e quer comprar tudo mais barato para vender mais caro: Para isso, ou se trata a população como escrava, ou se cobram impostos demasiados, ou se desenvolve a tecnologia para evitar o uso da mão de obra. Ditadores à moda antiga, usam os dois primeiros processos: Os trabalhos escravos e impostos excessivos. Basta olhar à volta para saberem quem faz isso. Já os mais modernos usam o desenvolvimento tecnológico. Usam robôs pra tudo que é lado, em qualquer coisa. No primeiros países a população cresce adoidado, porque pensam que quanto mais filhos tiverem mais ajuda terão no fim da vida e na velhice, o que é puro engano. Nos paises de tecnologia avançada a população decresce porque falta trabalho para todos - agora prerrogativa quase que só de robôs. A tendência é que quem produz viva de lazer a vida toda enquanto os robôs trabalham. Os robôs já estão até assumindo parte dos cargos nas forças armadas.
Porque o mundo acabará como começou, continuou e ainda é uma ditadura? Ainda é, embora a maioria não consiga enxergar. Mas se lhes perguntarmos, a esses que não enxergam, em quantas leis votaram, em quantas declarações de guerra votaram, ou quantas vezes quiseram tirar alguns governantes do poder, mas não lhes foi dada condição nem oportunidade de votar nisso, vereis que há unanimidade: Ninguém participa do “governar”, a não ser os que governam em ditaduras disfarçadas de republicas, democracias e reinados, um ou outro império. São sutilezas antropológicas históricas como Sócrates frente aos Sofistas. Tem ganhado sempre os sofistas por completo analfabetismo político das populações.
Com o mundo cada vez mais cheio de ditaduras extremas suavizadas pelos direitos humanos e a propaganda, as populações mundiais aumentam. Precisam de escravos. Cada vez mais escravos. Quando falta trabalho, entram em barcos e atravessam o mediterrâneo, por exemplo. Vão ser menos escravos por lá, mas continuarão escravos. Nessas horas esquece-se o racismo dos brancos, fugindo da ditadura negra. Em outras ocasiões, esquece-se o racismo negro para buscar o apoio da ditadura dos brancos. O problema não é racismo, não é ditadura: O mundo é pequeno, limitado e ninguém quer passar mal. A bem ou a mal, só cabem bem menos do que somos para se poder viver sem problemas graves. Não somos uma espécie “social”. Somos uma espécie de sobreviventes que querem continuar sobrevivendo. É duro? É... Mas procure outra explicação e outras soluções para as limitações humanas numa bola viva que gira ao redor do Sol e que não aumenta de tamanho. E se aumentasse, morreríamos esmagados por causa da força de gravidade que gerasse.
Muita terra para pouca gente é a solução deste planeta. Com pouca gente, surge novamente a figura do sacerdote religioso que para controlar populações – quase tribos – não precisa de grande aparato. O resto da Terra não cultivável será de puras florestas verdes, mares azuis, vida marinha aérea e terrestre preservadas, sem lixos para poluir, ciclistas para darem facadas, caixas de bancos para explodir, edifícios gêmeos para derrubar, cidades históricas para destruir, sem cabeças para degolar...
Já vimos o bastante. Já lemos todas as utopias, todos os tratados políticos e filosóficos, todas as tretas “tratativas” e tratados. O mundo sempre viveu numa ditadura não importa de quem ou de quê esteja no “governo”. Governo é um negócio para gerir o que se passa dentro das fronteiras onde se tenta preservar o tal “negócio”. E podem continuar estudando filosofias políticas. O subconsciente da humanidade não liga muito para isso. Ele (e ela) sabe para onde vai, e o que as filosofias podem mudar é e tem sido apenas temporário. Pura filosofia. Porque não irmos mais rapidamente para que possamos encontrar outros planetas onde o sempre menos é mais?
® Rui Rodrigues.