Um deles me coloca frente a frente com a natureza de Deus, a natureza ou o nada. Se imaginar que Deus é único e que não podemos fazer o que ele faz - ou fez - sinto-me numa situação animal em que a unica coisa que teria que fazer seria viver, exatamente como qualquer animal, sem outra pretensão qualquer. Não gosto de pensar em viver "apenas" como um animal. Creio que temos que "pensar" maduramente.
O nada, a natureza ou Deus fez o fogo com que construiu estrelas e planetas. Nós, a humanidade, também já fazemos fogo, não tão forte, mas já fazemos fogos muito mais fortes e quentes que os dos churrascos.
O nada, a natureza ou Deus fez a luz. Nós, a humanidade, também já fazemos luz. Não ainda luzes tão fortes como a das estrelas, mas já as fazemos bem intensas.
O nada, a natureza ou Deus permitiram o voo para certas criaturas, mas não nos deu asas e nossos corpos são muito pesados para voar, mas assim mesmo sabemos e podemos voar muito bem. Tão bem, que já fomos à Lua, mandamos naves pelo espaço, estamos preparando viagens a Marte.
O nada, a natureza ou Deus fizeram a vida cheia de diversidade, espalhando-a pela terra, o ar, os rios lagos e mares. Sempre criamos a vida de nossos semelhantes, gracas ao nada, à natureza ou a Deus, mas já estamos criando vida diferente, diferenciada, e em breve novas especies que se poderão adaptar a novos planetas que colonizaremos.
O nada, a natureza ou Deus criou e dominou os átomos, a radioatividade que existe no universo, estrelas e planetas coisa que já dominamos como principiantes. Por enquanto limitados a bombas que servem para destruir meteoros destruidores que se aproximem demasiado de nosso planeta e para gerar energia.
O nada, a natureza ou Deus criou ondas de longo alcance que servem para nos comunicarmos, e embora não se comunique conosco via ondas de radio ou de outro tipo qualquer, somos já capazes de nos comunicar de planeta para planeta, da Terra para qualquer lugar do espaço-tempo.
O nada, a natureza ou Deus criou seres minúsculos, quase invisíveis, que nos atacam para viverem, e seres imensos e fortes para nos destruírem, ou teria sido para competirem conosco controlando-nos a natalidade? Mas já foram quase todos destruídos, e a não termos cuidado, nos destruiremos a nós mesmos pela mesma "condição" de competir. Mas também já controlamos a própria natalidade e vivemos cada vez mais. Precisamos ficar "ativos" por todo o tempo da esperança de vida. Um dia chegaremos lá...
O outro problema que tenho é o da pressa. Acho que estamos demorando muito para nos tornarmos mais do que semelhantes ao nada à natureza ou a Deus e talvez não tenhamos tempo de evitar catástrofes naturais que nos possam destruir. E então surge o meu terceiro problema: A nossa divisão em governos e povo. Os que nos governam não têm a visão da premência do tempo e pensam que estão no governo - por qualidades que o povo não teria - por terem sido designados por Deus. Esses sim, têm problemas bem maiores que os meus!
Um dia toda a humanidade estará empenhada em construir em novas estrelas e planetas, e, quem sabe, novos universos. E então, teremos nos encontrado definitivamente, com o nada, a natureza, ou com Deus.
Um momento...decididamente acho que não tenho esses problemas... Mas afinal... Quem os tem?
Rui Rodrigues