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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O que as fotos antigas dizem, ou o que nelas se pode descobrir...

O que as fotos antigas dizem, ou o que nelas se pode descobrir...

Primeiro precisaram de uma máquina fotográfica e de uma sala de revelação. Havia gente que usava os banheiros – e principalmente a banheira – para fazer uma “câmara escura” onde se revelavam as películas... Começaram usando vidro para revelar as fotos. Depois entrou a Kodak e tudo mudou. Mudou tanto que a própria Kodak parou de fabricar seus rolos de filme quer para fotos quer para máquinas de filmar. No início todas as fotos eram a preto e branco, mas já na década de 30 do século passado (como os séculos mudam tão depressa) apareceram as películas coloridas. A cada “Oh...” - de admiração da humanidade por uma descoberta da genialidade humana - logo se segue um “ Áaaa...” de lástima porque não se usa mais... Somos um tipo de vida ambulante evolutiva e meio confusa que inventa coisas que logo joga fora e que quando não guarda as velharias, se arrepende ao saber que uma delas, igual à que tinha, valem hoje balurdios de dinheiro nos leilões da Sotheby’s... No fundo, produzimos sempre coisas novas movidos mais pela necessidade de ganhar dinheiro na venda do que na necessidade real de uso. Exceções são o telefone, a geladeira, o automóvel, o celular e mais uma infinidade delas, porque cada um acha que uma coisa ou outra é “imprescindível” até o momento em que a joga fora... Poderíamos dizer: Mas se é para jogar fora, porque compraram?”... Mas seria uma perfeita idiotice... É como comprar uma camiseta sem mangas (cavada) vermelha e logo antes do ano acabar, dizerem que isso é cafona. Com vergonha de não estar na moda, dá-se a camiseta para o porteiro que fica muito agradecido, mas quando chega a casa a dá para a mulher para as obras de caridade da igreja. Mas por falar em moda, lá vai a primeira foto antiga...



Nós, seres humanos, temos um senso de “justiça e humanidade” realmente impressionantes... Esta foto é da primeira grande guerra que assolou a Europa entre 1914-1918... O termo que se usa quando vemos uma pessoa avermelhada, irritadíssima, os olhos soltando das órbitas, e comentamos “Olha... Parece mesmo esgazeada!!!” vem dessa época terrível... O modo de lutar, completamente arcaico, imoral e idiota, consistia na abertura de trincheiras ao longo da frente de batalha de cada exército. De repente, uma onda humana se levantava das trincheiras de um lado e tentava tomar s trincheiras dos inimigos. Trincheiras eram valas escavadas no solo, que facilmente se encharcavam quando chovia e causava mortes por frieiras nos pés, porque ainda não tinha sido descoberta a penicilina nem antibióticos. Para piorar alguém se lembrou de soltar granadas de gases sobre os inimigos... Sufocados, o gás comendo-lhes as entranhas, ali ficavam agonizantes, contorcendo-se os soldados até que chegasse a hora das moscas que sobraram no ambiente. Guerras começam sempre porque num país forte algo falta: Ou comida ou dinheiro, ou água, ou petróleo, ou a economia vai muito mal. Para desviar a atenção e para “tentar resolver” os problemas internos, declara-se guerra a algum país que tenha o que se quer ou que, mesmo que não tenha nada de interessante, seja mais fraco. A cavalaria naqueles tempos não tinha muito espaço onde se mover taticamente, e sua ação era limitada. Os poucos pelotões de cavalaria, eram municiados com máscaras para gases, e os cavalos não escapavam do sacrifício de ter de habituar-se a respirar através de um saco filtrante...  Com todo o respeito pelos que tombaram em defesa da liberdade e de um mundo mais humano, devo confessar que seguir ordens para atacar quando ninguém nos atacou em nosso território me dá ânsias de pôr o fuzil de lado e dizer: Podem formar o pelotão de fuzilamento, porque me recuso a atacar alguém que nada me fez de mal, nem a mim, nem à minha nação... Não posso colocar minha vida à disposição para atender vaidades, vontades e orgulhos de lideres que não me representam!

E as guerras continuam. As máscaras é que melhoraram o aspecto e a eficiência, os cavalos já não são usados... Só burros em guerra!

N. York – Quinta Avenida.

Esta foto é de 1930 e ainda se vêm alguns chapéus. As ruas agora estavam mais limpas porque os bondes puxados a burro, mulas e cavalos tinham acabado. Os garis deveriam por isso ter seus salários reduzidos, mas foram aumentados porque a população começou a jogar “chiclets”, guimbas de cigarro, e outros dejetos no chão. Cidade de alta competitividade obrigava a fumar para vencer o estresse. Artistas fumavam adoidados, desbragadamente, até ficarem esgazeados e foram necessárias cerca de 8 décadas para que, como que por encanto, o tabaco de sir Walter Raleigh fosse substituído pela maconha de Janis Joplin... A humanidade sempre estressada precisa de mecanismos para vencer o estresse. Por isso, quanto maior a cidade, maior o estresse, maior a diversão, casas noturnas, liberdade sexual... Uma fábrica de artistas desde o mais simples, que é o trabalhador assalariado aos que pisam palcos famosos como Sinatra, Marilyn Monroe e Lyndon Johson. Os dois primeiros na Broadway em palcos e o ultimo como público sempre que saía da Casa Branca e dava umas voltas por lá para distrair. Desejos não correspondidos geravam suspiros. Como as populações sempre suspiram por falta de alguma coisa como amor correspondido, desenvolveram o cinema lá para as bandas de Los Angeles e o teatro com peças musicais. Muitas peças de teatro se transformaram em filmes como “um bonde chamado desejo” e  “My fair Lady”.
Se repararmos na foto todos demonstram que têm algo a fazer, exceto idosos contemplativos que deveriam estar pensando o mesmo que eu : Alguns iam para o trabalho, outros estavam a serviço cumprindo tarefas relativas a seus empregos, outros iam comprar entradas para o cinema ou teatro, e certamente um ou outro estava indo tomar uma talagada num bar, a caminho da delegacia para prestar declarações a pedido do xerife numa época de caça às bruxas procurando comunistas. Alguns estariam indo fazer compras. Havia turistas certamente, e falsos turistas que ficariam anos, décadas, aguardando um “green card” que jamais chegaria. Um ou outro transeunte iria fazer um teste para participar de um show, ou de um serviço de “escort”. Alguns se despediam da cidade: Iriam para a guerra da Coréia. Em algum lugar Martin Luther King ainda pregava a união de brancos e negros. Morreu sem saber o sucesso de sua feliz e necessária campanha.  

Líder das forças aliadas que haviam vencido a segunda grande guerra mundial, os EUA tinham chamado a si a difícil mas rendosa tarefa de regular o mundo. Onde achassem que era necessário impor a ordem lá estava Tio Sam com seus exércitos, aviação, marinha, impondo a ordem, já que o pavio político era curto. A indústria bélica sempre tem a vantagem de manter o nível de empregos, manter a economia em níveis altos. Os EUA somente não enfrentaram a URSS e a China porque gigantes têm um fôlego muito grande, e Napoleão e Hitler já haviam provado que invadir países grandes é como um gafanhoto querer comer um leão. As ruas de N. York tinham um sentimento por essa época e não se falava em outra coisa: A guerra fria. Um temor iminente de conflito bélico com a URSS, com provável uso de armas atômicas, um medo da invasão amarela no mundo vinda da populosa China. É impossível olhar uma foto de N. York e não “perceber” todo esse clima e até ouvir o som das pessoas na rua, as buzinas dos automóveis, um radio alto em algum lugar tocando “strips and strips forever” do John Filipe Souza... Em algum cinema deve estar passando “cantando na chuva”, Frank Sinatra pode aparecer cantando “lady is a trap” e Marilyn Monroe poderá ter a saia levantada pelo vento dos respiradouros do metrô, e mostrar as belas pernas e sua boca de eterno e gostoso beijo.

Silêncio por favor... Deixem ouvir os sons da foto. E se os fatos narrados não são de 1930, e sim de 1950/1960, ou mesmo atuais, que importãncia tem, se nem a paisagem mudou tanto assim ?



© Rui Rodrigues

Meditando na semana de 29 de janeiro de 2014






Meditando... 
  • Nosso cérebro é como um armazém de pequenas caixinhas com tampa... Em cada uma armazenamos um tipo de informação... Nosso maior problema é quando insistimos para que algum amigo, amiga, amante, nos abra a tampa de uma determinada caixinha e ao olharmos verificamos que não estamos lá... Algo como o gato de Schrödinger. Mas problema ainda maior é quando, por saudades, começamos a destampar caixa atrás de caixa, e a tirar os gatos e as gatas de lá de dentro... 

Cuidemos pois, que o tempo é de meditar...

₢ Rui Rodrigues


Nosso planeta não infla.. 
  • Este nosso universo - tudo indica- possui 11 dimensões, sendo quatro delas visíveis, ou melhor perceptíveis... As outras sete são pequenas e "enroladas"... Existimos nas 11, mas só percebemos as quatro: Comprimento, largura, altura e tempo.... A nível de espírito, de nossa sensibilidade para perceber o "além", o que quer que isso signifique, fica difícil ter um mínimo de certeza, porque não faz parte da nossa "realidade"... tal como as múltiplas histórias de Feynman, são muitas as hipóteses, tantas quantas a nossa imaginação... Sou dos que creem - se é que não estou sozinho nisto - Que tudo o que imaginamos existe em algum lugar deste ou de outro universo... O problema é quando, em que lugar e se é possível chegar lá, constatar e voltar... se não for possível isto, preocupar-me-ei quando passar desta para melhor, porque vivo nesta realidade, de pés atados neste Universo que infla, vivendo numa bola que não infla...



















  • Parabéns governador do Rio de Janeiro - (Me desculpe mas esqueci seu nome) - Pela construção da nova estrada Rio- Teresópolis... Que vai reduzir na metade a duração da viagem e aumentar em dobro o valor dos pedágios... Além é claro, de permitir a fuga de bandidos de forma mais rápida do Rio, de abreviar o tempo de distribuição de drogas entre municípios, e, principalmente, para evacuar todas aquelas pessoas que perderam suas casas nas avalanches passadas e nas futuras... Cidadãos "evacuados" é o que mais há em sua gestão governador (volto a pedir desculpas mas esqueci seu nome definitivamente)... E, tecnicamente, teremos as pistas cheias de ondulações (bom para massagem durante a viagem), no túnel provavelmente nem haverá rota de fuga no caso de veículo incendiado no seu interior, a ventilação será forçada e quando houver falta de energia- há tantas - dirão que a culpa de sufocamentos será da terceirizada da energia... E quando os bandidos fecharem as duas bocas do túnel, farão uma boa limpa...Dizem que fizeram a primeira grande via Rio-Teresópolis porque o Geisel morava lá... Será verdade? E agora porque será, governador, com tanta premência de obras e serviços deficientes no Rio de Janeiro e Teresópolis? Porque será, governador? Quanto custa o km e qual o trem tipo usado para cálculo da pavimentação? Quanto tempo vai durar aproximadamente? Qual o custo do km a nível internacional para a mesma qualidade? As normas técnicas devem ser consideradas no contrato, na fiscalização e na construção .... 

Não é , G-O-V-E-R-N-A-D-O-R ?


₢ Rui Rodrigues


  • Um pensamento para Deus...


Hoje estamos com uma estação espacial aqui bem perto de nós, temos uma sonda que está viajando pelo espaço fora de nosso sistema solar, fizemos viagens de exploração tripuladas à Lua e enviamos sondas a vários planetas do sistema solar.. Isso nos custou 12.000 anos de progresso e evolução, uma tentativa de sermos cada vez mais inteligentes.

Por isso não deixa de ser notável que, sem enfrentar ou desafiar Deus, Adão simplesmente lhe desobedeceu (assim se pensou quando imaginaram que as espécies deste planeta tinham sido feitas tal como as vemos e nem se cogitava em evolução, o que não invalida a existência de um criador)...

O que importa é a beleza do pensamento aposto na Bíblia: Podemos amar, venerar a Deus, de forma muito parecida à de um Pai, mas também desobedecer-lhe tal como fez Adão, não uma, mas duas vezes, quem sabe até mais... Porque a palavra não é absolutamente certa, por ser humana, inspirada ou não,  e depender de uma evolução que não estava prevista quando se escreveram as Escrituras...

Tudo deve evoluir, Francisco!... Tudo...


₢ Rui Rodrigues

FotoFoto

De quem é a culpa da queda da passarela da linha vermelha no Rio de Janeiro?

É proporcional à inteligência dos envolvidos , excetuando as vítimas... Mas podemos identificar de imediato:

- O motorista errou, mas seus níveis de conhecimentos técnicos não lhe permitiam maior responsabilidade nem irresponsabilidade...
- a Prefeitura tem controle de câmaras, sabe que motoristas de caminhão com caçamba fazem isso de forma contumaz, mas não pune, não inibe, deixa correr frouxo porque grande parte desses caminhões trabalham para a Prefeitura ao abrigo de contratos do tipo "sabe deus como"... É a sua a maior parte da responsabilidade que divide com o CREA e a ABNT...
- O CREA e a ABNT sabem em que país vivemos... Suas normas são as de países comuns, e no caso das passarelas, também, tudo perfeito, mas.. Não somos um país comum... Somos a 6a economia do mundo, mas somos atrasados numa catrefada de aspectos... Aqui, nesta nação, as passarelas devem ser calculadas para impactos laterais provocados por motoristas de caminhão com caçamba, distraídos e apressados. Divide a responsabilidade com a Prefeitura. Pode fazer passarelas "normais" mas mais elevadas e com elevador nos extremos.. Assim resolve..
- A industria automobilística nacional ou estrangeira aqui lotada, deve considerar que por aqui, as caçambas devem bascular não ao alto, mas de lado... Assim também resolve..

₢ Rui Rodrigues

sábado, 25 de janeiro de 2014

Acha que o “mundo” está mudando ou mudou? Pode ficar pior ou melhor.

Acha que o “mundo” está mudando ou mudou? Pode ficar pior ou melhor.




(Verdades doem, mas fazem-nos crescer e se consideradas, nos provocam menos dor do que se as ignorarmos)


Ouve-se muita coisa por aí, principalmente nas redes sociais, onde parece que o íntimo de cada um se expõe mais. São notícias e informações mais humanas, mais emocionais, nem sempre verdadeiras, mas trazem no bojo percepções de uma realidade que demonstra inequivocamente que a humanidade está mudando o seu comportamento. Ouve-se, por exemplo, que a crise de 2008 começou nos EUA; que a China derrubou as economias mundiais com seus preços aviltados e sua moeda propositalmente desvalorizada; que está faltando “homem”, dizem as mulheres; que o clima está mudando por culpa das emissões de gases poluentes que causam efeito estufa; que a corrupção no Brasil aumentou muito depois que o PT assumiu o governo; que em Cuba, sim, é que existe democracia e lá tudo corre bem e o povo é feliz; que a Nova Ordem Mundial é desejável, dizem uns, porque outros se insurgem contra ela, e se dizem muitas coisas mais que nos preocupam, dando a sensação que estamos perdendo o rumo como humanidade, que somos nau à deriva num mar de variáveis tenebrosas. Há quem pense que se cumprem as escrituras e que estamos no limiar do fim dos tempos.


Tudo particularidades de um todo, entrelaçado, interdependente, explicável, como peças de um relógio que devem ser encaixadas para que funcione. No nosso caso, peças de um todo que devem ser ligadas de forma lógica de modo a que possamos compreender o que se passa. E sim, o mundo está mudando e muito. Vejamos se, de forma não linear, conseguimos chegar a alguma conclusão.

Somos, cada um de nós, animais de porte médio, com um regime alimentar predatório e depredatório que é capaz de comer qualquer coisa que se mexa ou abane e cuja nomenclatura nos aponta como “homo Sapiens Sapiens” vivendo num planeta que não estica, não infla. Com tanto sucesso nos desenvolvemos que somos uma espécie numerosa, altamente competitiva entre si mesma, capaz de matar seu semelhante por fome, pela posse de um bem qualquer, por uma droga, por raiva ou prazer. Não é dos currículos melhores, mas foi assim que chegamos ao século XXI e já na primeira década com um numero alarmante: Somos cerca de 7.500.000.000 de pessoas. Não é um grande número comparado ao dos insetos e peixes, e até de gado muar, mas temos um porte que pode comer, e come, todos os insetos peixes e gado se fizéssemos festas de arromba todos os dias... E já nos comemos uns aos outros no tempo em que isso nem era moralmente questionado ou questionável. Nosso currículo vai piorando, como podemos ver, na medida em que nos aprofundamos na analise do que realmente somos... Melhor nem abordar os aspectos da mente, morais e éticos para não piorar ainda mais.


Limitemo-nos ao fato de que somos predadores e estamos num mundo superpovoado de altíssima competição. Luta-se com armas ou desarmados, com sutil astucia por tudo. Quem não tem condições, sucumbe à pobreza, à miséria, à morte.

Qual de nós, vivendo pelo menos um par de anos com um companheiro ou uma companheira, fartos um do outro aos limites do insuportável, concorda de ânimo leve em dividir os bens de forma razoável? Muito poucos de nós. Então chamamos advogados que levam sua gorda parte do espólio do casamento morto, tentam dividir os filhos. Coitadas das crianças, porque construirão um mundo ainda mais diferente sem esse tipo de problemas, mas criarão outros. Parece que não podemos viver sem problemas, como se a sua solução fosse o grande motivo de termos algo “importante” para fazer neste mundo.  Como gato escaldado de água fria tem medo, os contratos de casamento cada vez são mais excludentes da divisão de bens, embora a lei se sobreponha aos contratos. Voltar a casar é uma temeridade, um risco, que a maioria de nós não deseja experimentar. Mas o apelo sexual é muito grande, e é preciso dar vazão à vontade dos hormônios que nossas glândulas sexuais produzem. Os encontros consentidos de forma eventual são o mais recente refugio do prazer sexual, já que não é fácil pagar os favores de prostitutos e prostitutas todos os dias ou pelo menos duas vezes por semana. As rendas do trabalho nem sempre permitem isso. Pelo menos na maioria da população mundial. Se os filósofos de antigamente fossem vivos hoje neste mundo que tão bem conhecemos, não diriam apenas: “Não negai ao pobre um prato de comida, um copo de água”, mas acrescentariam “...nem o teu corpo para compartilhar uma noite de sexo”. E, como sabemos, as substâncias produzidas em nosso cérebro durante um ato sexual, são como uma droga que nos remete à felicidade. Há muita gente viciada nisso, e lembrando que somos predadores por natureza, uma parte de nossa espécie usa crianças por serem frágeis, mais fácil de tomar à força ou de convencer como ovelhas conduzidas por pastores. São doentes que precisam de tratamento injetável das mesmas drogas que dão o prazer do sexo.


“Quanto maior a nau”, maior a tormenta, e se analisarmos nossa humanidade convivendo numa bola de terra e água limitada no espaço, podemos entender que cada um queira uma quantidade mínima de bens ou de dinheiro (muito variável de pessoa para pessoa) que possa garantir o seu futuro na velhice quando não puder mais produzir riquezas nem mantê-las, mas nunca se pensa na dificuldade de as mantermos. Então vêm outros predadores em nossa velhice e nos rapam o que guardamos. Não temos mais condições nem de raciocinar direito, nem de revidar, defender as propriedades. De modo geral, a população tende a viver só, a isolar-se, tentando levar a vida como crê que deva ser levada sem que outros lhe venham limitar os movimentos, a forma de pensar e agir.  De seres sociais, estamos nos transformando em seres das cavernas agora mobiladas com um sofá, uma mesa de computador, uma geladeira, pelo menos um ventilador ou um ar condicionado, um modem para se ligar ao mundo, cadeados e trancas na porta para não sermos assaltados. Lá fora da caverna o mundo parece um inferno. No centro das maiores cidades fica impossível caminhar à noite, ao amanhecer ou entardecer. Policiais não dão conta do trabalho. O mundo do crime está aumentando, deixou de limitar-se às ruas, invadiu estabelecimentos comerciais, lares, hospitais, governos. Bandidos estão por toda a parte.


As populações mundiais reclamam dos salários, dos transportes, da saúde pública, do ensino, da segurança e de muitos outros aspectos relacionados com a política. Isso demonstra um grande grau de insatisfação. Não estamos satisfeitos com o mundo em que vivemos, e, a seguirmos assim, a tendência é que cada vez mais se passe a achar que vale mais lutar para mudar, do que morrer sem tentar e continuarmos na mesmice de sempre. Tudo relacionado com a capacidade menor ou maior de ter capital que permita adquirir não bens ou serviços em particular, mas “bem estar”. Não estamos bem. A sensação é que os governos não nos representam, e fazem o que querem.  Mas o que eles realmente querem?


Antes de se inventar o dinheiro, acumulavam-se bois, sementes de trigo, objetos. Manter bois e gado em geral era muito caro, ocupavam muito volume, exigiam muita mão de obra para manutenção. Entre produtores, e consumidores, as trocas eram relativamente fáceis, porque eram praticamente um escambo: trocavam-se coisas por outras “coisas”, como por exemplo, quatro galinhas por um coelho, um copo de vidro tosco por uma galinha, o que fazia com que um coelho valesse quatro copos de vidro tosco... E por isso, para manter a paridade, era necessário conhecer uma lista imensa de bens e as paridades entre si. Começaram então a trocar ouro e objetos preciosos pelos bens, e logo móveis e imóveis, mas andar com tanto peso em ouro para negociar era perigoso: Bandidos e assaltantes sempre existiram. Precisavam de algo mais leve e inventaram o dinheiro leve, em moeda, em cuja face se indicava quanto de ouro cada uma representava. Parece que foi um rei da Mesopotâmia, persa, chamado Ciro (I), que cunhou as primeiras moedas a que chamou de “dinar”[i]  Com estas moedas ficou mais fácil fazer transações comerciais. O capitalismo, baseado no comércio e no acúmulo de capital, é uma velha e ancestral forma de promover as trocas necessárias à obtenção do que nos é necessário. Para isso temos que trabalhar. Sempre foi assim. E nosso salário deveria ser suficiente para, pelo menos, poder adquirir o necessário para comer, vestir, transportar-se e alojar-se.


Não é. Na maioria dos casos não é. Surgiram então as filosofias políticas para tentar equilibrar as sociedades, acabar com as inconvenientes, assustadoras e deprimentes pobreza e miséria. Nenhuma filosofia política conseguiu controlar estes aspectos da espécie humana. No mundo animal, aquele que se esconde do “Homo sapiens sapiens” nas florestas, não há pobres nem miseráveis, pelo simples fato de que sua natureza se equilibra face ao alimento disponível. Mas nós teimamos em manter-nos em níveis populacionais acima daqueles que a “nossa” natureza permite. Não é raro ver-se “gente” que tenta resolver o problema ateando fogo a mendigos que dormem em bancos de praças públicas, a índios, ou perseguir pessoas por qualquer motivo que a “incomode” (a essa “gente”). Muitos, em numero cada vez maior, não pretendem ser nem pobres nem miseráveis, mas não estão psicologicamente preparados para enfrentar as duras diárias de trabalho nem sempre adequadamente recompensado, e partem para o assalto, a bandidagem, o dinheiro fácil, que cobra, como retorno, a vida dos que seguem por este caminho. Dinheiro não é um símbolo. Dinheiro é uma conversão entre o desejo de possuir algo e poder comprar. Sua falta gera frustrações. Dirão os comunistas e os socialistas que tudo é culpa do capital... Não é. A culpa é de nossa ambição desmedida, porque se não houvesse o capital, haveriam bois, gado muar, sementes, galinhas e coelhos para trocar, ocupando espaço imenso em alojamentos, silos, granjas... E nos regimes comunistas e socialistas, cupons de abastecimento, favores... E para comprar um apartamento seria necessário possuir em “caixa” 24.000 galinhas pelo menos... Ao receber o salário, teria que levar para casa pelo menos cento e vinte galinhas abatidas...

Se procurarmos – sem medo – analisar o que se passa neste mundo, podemos finalmente resumir da seguinte forma:

Para sobreviver pela quantidade maior possível de anos, é preciso trabalhar para ter dinheiro, para poder comprar bens e obter serviços, mas como estamos num planeta aparentemente quase lotado para nosso nível de desenvolvimento técnico e moral, ou diminuímos a população, ou reduzimos a ambição, ou nos comemos uns aos outros, pondo fim ao dilema da existência.

O que escolheremos? Tenho uma sugestão... Deixem as decisões de Estado entregues à decisão dos cidadãos em cada país do mundo. Não se julguem senhores políticos, donos da verdade, achando que isto ou aquilo é mais importante para alguém, para alguma coisa, para si mesmos, ou para a população que confiou em vocês... Mudem vossos sistemas políticos para a Democracia Participativa, a real, verdadeira, completa, sem comitês ou intermediários..

http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

É urgente !

© Rui Rodrigues







[i] Daí o nome de dinario – palavra romana para o dinar – e que evoluiu para dinheiro na língua evolutiva portuguesa. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Procurando uma identidade.

Procurando uma identidade.



A noção que temos do tempo, é de que é uma coisa contínua, e a noção que nosso cérebro tem é que vivemos sempre num tempo “presente”, e, a unir o tempo e nossa sensação de tempo, temos uma sensação de identidade formada por nós mesmos, que nos faz diferentes dos outros. Será que faz? Somos assim tão diferentes dos outros?

Nosso aspecto externo é realmente diferente e sempre mostramos nossas diferenças pelas roupas, adereços, postura, modo de falar que nos dão ou reforçam uma identidade. Por isso a foto nos documentos que nos identifica e que, por não ser suficiente, são acompanhados de uma impressão digital. Nos “bons” tempos era simplesmente assim, mas agora se faz necessário algo mais, como um exame instantâneo de retina, identificação por voz, e ás vezes duas testemunhas. Minha primeira noção de “identidade” foi muito antes de ter tirado o meu primeiro “bilhete de identidade” numa dessas repartições do governo que tem tanta gente para governar que tem sempre que saber quem é quem, quando nasceu, onde, mas que raramente pergunta como ou qual a razão. Minha primeira identidade foi a sensação de que eu era filho do Gabriel, de minha família, e que tinha o maior orgulho disso. Como meu pai e minha mãe se separaram e fiquei com a família de meu pai, a figura de minha mãe estava ausente. Tentaram substituí-la pedindo-me para chamar minha avó de mãezinha, e mais tarde, muito mais tarde, minha madrasta de mãe, mas nunca tive muita convicção disso e minha madrasta sempre chamei pelo nome dela. Minha identidade era só minha. Como não compreendia muito bem o mundo que me cercava, cheio de tantos mistérios, os adultos me dizendo que isso não era coisa de criança, minha identidade era a de ser filho do Gabriel, pertencer a uma família que me cuidava, e isso me deixava tranquilo e feliz. Era o bastante.

Mas essa minha “identidade” morreu jovem, porque já aos sete anos eu era um garoto que estudava numa escola pública na qual entrei já sabendo escrever meu nome, mas ainda sem entender o que as letras queriam dizer nem juntá-las para produzir sons e entender o que estava escrito. A nova identidade me dava o direito de andar pela cidade, entrar em conduções públicas, ir ao cinema sempre que sobravam alguns trocados lá em casa para diversão. Quando aos dez recebi a notícia que minha mãe falecera, lamentei profundamente não ter tido oportunidade de voltar a vê-la, depois de uma separação de pouco mais de oito anos. Jamais a veria, mas a vida continuava para os vivos, eu estava vivo, e me identificava com a nova identidade. Eu era outro, tinha uma nova identidade, mas ainda não percebera muito bem essa transição sem data definida e anotada. Sentia apenas que tinha uma “nova” identidade à qual me adaptava rapidamente.


Passei por muitas alterações de identidade ao longo dos tempos que já passaram, como quando tive a minha primeira ereção, completei o secundário, quando me formei, quando me tornei contribuinte do Imposto de Renda, e quando comecei a trabalhar. Quando casei, quando me tornei pai com a ajuda da parceira por algumas décadas de minha vida. Em todas elas carreguei na carteira em meu peito as identidades passadas, desde a daquele garoto que era filho do Gabriel, vivia feliz numa aldeia de montanhas nevadas no Norte de Portugal e tinha orgulho de sua família. Podia dizer que jamais perdera minha identidade, mas vendo estas coisas ao longo do tempo, parece-me que mudei muito. Já não tenho tanta coisa em comum com aquele garoto legal. Continuo legal como impressão digital de identidade, mas não sou mais o garoto. Admiro o garoto. Tenho orgulho dele e do homem em que se tornou, apesar de tantas alterações de identidade. Mas as identidades a que estamos habituados são estáticas, não dinâmicas. Por isso insistem tanto em renovar nossos documentos, imprimindo-lhes fotos atualizadas, insistindo em adicionar-lhes nossas impressões digitais mesmo sabendo que elas não se alteram ao longo dos anos.


Mas agora estou com 68 anos, e embora os prédios não tenham mudando muito sua arquitetura a pesar de terem ganhado painéis de vidros externos, a natureza não tenha criado nada de novo na flora nem na fauna, e o céu continue azul refletindo-se no mar, parece que preciso de uma nova identidade.

Primeiro preciso de novas fotos. Meu corpo mudou bastante e fiquei meio gordo. Continuo com cabelo, mas está meio ralo. Ganharei minha primeira dentadura em breve, mas aquelas noites de sexo jamais serão as mesmas. Boate nem pensar porque andam matando por lá, gente morre queimada porque soltam fogos lá dentro, e sair à noite é completamente meio perigoso. Os cinemas fecharam e para assistir a alguns filmes à moda antiga terei que ir a um shopping, o ultimo reduto das salas de cinema, mas ouvi dizer que a velha forma de fazer um “‘happening” mudou: Agora é uma juventude que invade os shoppings correndo, alvoroçando todo mundo e qualquer dia estarão dando tiros, fazendo comícios como nos velhos tempos da China quando era obrigatória a leitura do livro vermelho de Mao. Desisti de usar relógios de marca, porque têm um grande defeito: São os que mais facilmente são roubados. Terei que ser muito comedido ao usar palavras, porque algumas estão socialmente proibidas e qualquer dia serei obrigado a dizer sempre sim, sendo preso se disser não.

Nessa minha busca por uma nova identidade que possa representar a minha pessoa, cheguei até a pensar, já no desespero, em me afiliar à Legião Estrangeira, um órgão do governo francês que, depois de servirem durante uns quatro ou oito anos, dá aos soldados uma nova identidade, mas não me aceitariam nem como general barrigudo por causa da idade e do peso das espingardas e mochilas que ficam cada vez mais pesadas, embora eu até pudesse ajudar muito com meus conhecimentos e experiência em outros setores como o de planejamento, controle de custos, contratações, engenharia de sufoco, quando as obras estão atrasadas ou necessitam de soluções técnicas que não passam nem pela cabeça do mais competente dos colegas. Quando soube que eles mesmos que escolheriam a minha identidade, desisti. Há sempre alguém em nossa vida dizendo-nos o que devemos ser, como devemos ser, quando devemos ser, e quando negar tudo isso.


Pensei em me filiar a uma ONG – Organizações Neo Governamentais – mas teria uma vida muito agitada e teria que ser “voluntário” o que significa que seria o único a não ganhar dinheiro com essas organizações entupidas até o gogó de dinheiro doado, transferido, lavado, e de oitenta por cento de verbas públicas porque os outros 20 por cento sofrem operação de estorno, retorno ou sumiço. E sempre ficaria sujeito a raptos, assassinatos, desparecimentos, prisões em frias regiões da Rússia ou de quente países africanos. Talvez o mais sensato seja esperar em frente a meu computador, notícias do mundo enquanto conseguir ouvir o tic-tac do relógio marcando os segundos, um a um, em companhia de minha fiel gata de quatro patas, a Sarkye, vendo minha família e amigos de vez em quando.

Embora sem nova identidade ainda definida, o garoto está feliz. Sabe onde está, para onde o tempo vai, como vai, porque vai, e faça chuva ou faça sol, é bom não confiar muito nem nas previsões do tempo. Sempre me protegendo de bandidos, assaltantes, deixados à solta. Seria o caso dos governos também buscarem uma nova identidade, a começar pela forma de governar?

© Rui Rodrigues




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Hoje, 21 de janeiro de 2014, acordei ácido...

Hoje, 21 de janeiro de 2014, acordei ácido...

Entrei na Net e me deparo, tomando-as a esmo, com notícias de sempre. Ora vejam se tenho ou não razão...

Hoje acordei ácido... (1)



BR-262... Estrada entupida de carne de primeira... Estrada coberta de carne bovina ambulante...

Não fossem as estrdas esburacadas e falta de ferrovias, os impostos, incluindo os dos insumos, a mesa do pobre brasileiro poderia estar não só entupida de arroz (houve um gordo fedido que prometeu, mas nem ele nem a sucessora souberam ou quiseram cumprir) como também de carne de primeira .. Mas como pagar os altos custos da corrupção ?



Hoje acordei ácido... (2)

Com que cara - neste carnaval - alguém terá coragem de se fantasiar de índio? Uma babaquice, uma afronta, ou uma demonstração de ignorante, se maltratamos tanto as nações índias, reclamando há mais de 500 anos que os portugueses sempre o fizeram?



Hoje acordei ácido... (3)

Mais um morto no presídio da morte no Maranhão... Nos últimos quinze dias já morreram quase 20 alguns decapitados...  Podiam mandar o Genoino, o Delubio e o Zé Dirceu para lá naqueles velhos processos de "transferir presos" ... Haveria uma solução imediata qualquer que seja a causa dos assassinatos e da prisão... 

Ou acabavam os presídios da morte, ou os corruptos, ou as prisões se humanizariam.



Hoje acordei ácido (4)

Nas novelas o tema fundamental é transar... XUXA em programa de domingo às 15:00 fala onde foi "a primeira vez" com o novo namorado e apontou uma porção de lugares na praia... As canções expressam sexo e espremidas soltam transas, uma atrás da outra... Geram expectativas até em crianças que estão chegando aos cinco anos... 

Há programa explícito de elevação do sexo a aspiração tão importante como comprar o primeiro apartamento ou ter água encanada, rede de esgotos, educação, justiça, segurança, transportes públicos.. 

O Brasil espera muito do sexo, e tem o sexo como bandeira da felicidade... Exatamente por isso, por gerar expectativas e "muita imaginação" - como se isso pudesse não ter limites.... 

http://delas.ig.com.br/amoresexo/2014-01-21/metade-dos-brasileiros-considera-a-vida-sexual-insatisfatoria.html


Hoje acordei ácido (5)

 Dilma vai a Davos na Suíça, falar com gente que entende do "riscado" de governar e do capital, coisa que tanto comunistas, quanto socialistas, quanto capitalistas querem... Fidel até hoje mendiga verbas e não são verbas filosóficas: É grana mesmo!

1) Em seu discurso de fim de ano, Dilma denunciou em cadeia nacional uma "guerra psicológica" por parte de setores, que não identificou, para propagar desconfiança nos investidores.

"A guerra psicológica pode inibir investimentos e atrasar iniciativas", afirmou em sua mensagem de fim de ano, em que destacou, como também é esperado que faça em Davos, o novo modelo de exploração do petróleo do pré-sal.

2) Se é isto que a mulher de vermelho vai dizer na Suíça, toda a nação brasileira vai entrar pelo cano... Eles não acreditam em blá-blá-blá de quem não entende nada de nada... 

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-ira-para-davos-se-reune-com-blatter-e-segue-para-cuba




Hoje acordei ácido (6)

Políticos da safra atual - puxando o saco do PT - são assim: Primeiro adotam uma postura irrefletida, tendenciosa, defendendo ou promovendo os interesses políticos (angariar votos)... Depois, com a realidade, agem como couro de prepúcio: vai e vem, estica, encolhe, dobra e não parte... 

http://oglobo.globo.com/pais/maria-do-rosario-recua-adota-tom-cauteloso-sobre-morte-de-jovem-em-sp-11365025


© Rui Rodrigues 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quando o fundo do mar aflora e continentes se afundam.

Quando o fundo do mar aflora e continentes se afundam.



É-nos proibido adivinhar o futuro. As leis da física nos dizem exatamente isso. Havia esperanças antes de se descobrirem algumas das leis da Física Quântica, mas depois delas e de Heisenberg, sem sabermos o estado de início de um sistema, não podemos “adivinhar ou calcular” o futuro. Previsões podem acertar uma ou outra coisa, mas por pura sorte.  Podem acreditar. Quem estuda essas ciências sabe disso perfeitamente. Matemática não falha, tão certo como 2+2=4!

Hoje reclamamos muito de algumas coisas do passado que nos pareciam mais “adequadas” ao convívio humano, como rezar antes das refeições, cultivar a pátria, Deus e a família, sermos sempre a favor da polícia, sempre contra os ladrões e bandidos, respeitar os políticos que tanto trabalho tinham para governar a nação, acreditar em todos os sacerdotes por serem pessoas fora de qualquer suspeita, e quem tivesse título universitário era sempre confiável e respeitável. Nossas mães eram umas santas, nossas irmãs também, e nossas filhas. Nossos pais, nossos irmãos, nossos filhos, idem, idem, aspas, aspas. Levávamos uma maçã para nossos professores e isso não queria dizer que os estivéssemos comprando, mas que era um reconhecimento ao seu trabalho. Minha tia um dia me levou, pelo Natal, a casa de minha professora Ermelinda, e levamos-lhe um peru de natal todo confeitado, já pronto, assado.  Eu e meu amigo Dinis éramos os melhores da turma, de modo que isso não era uma compra de benefícios da professora e sim um reconhecimento.  Ela era uma professora sensacional porque ensinava muito bem, e a única coisa que eu lhe devolveria seriam as apalmatoadas que eu apanhei, e foram bastantes, só porque minha tinha lhe tinha dito, na minha frente, para não correr no recreio, e que se eu chegasse suado na sala, para me dar as tais tabuadas na palma da mão aberta. É por isso que ainda hoje eu reluto em dar presentes, para que as pessoas não pensem que as estou comprando com esse costume.


Mas a partir de certa época os filmes de Hollywood começaram a mostrar outro lado da humanidade: Os mocinhos e as mocinhas, heróis dos filmes, eram bandidos! E para meu espanto – só para ver como eu estava defasado do espírito da humanidade, esta coisa amorfa -  as plateias vibravam. Isto foi lá pelos idos dos anos 60, depois que os estudantes de Paris exigiram com barricadas nas ruas e pancadaria entre eles e a polícia, que as universidades e escolas compartissem os gêneros: Masculino e Feminino. Até então, para que as meninas não fossem antecipadamente defloradas, os estabelecimentos de ensino funcionavam por gênero: Escolas de meninos e escolas de meninas.  Estava derrubado o muro que separava a virgindade feminina de ser ou não ser importante.  Longe dos pais que ficavam em suas vilas e cidades do interior, os filhos que iam estudar nas grandes cidades perdiam o “elo” moral que os obrigava a serem fiéis às recomendações paternas. O sexo estava liberado, “sexava-se” mais do que se estudava, e o conceito geral sobre os bons alunos, os primeiros da turma, seguiu a tendência dos filmes de cinema: Eram uns  “cu de ferro”, uns “nerds”, que só pensavam em estudar.  As meninas se divertiam com os “progressistas” e casavam geralmente com os nerds mais sossegados.  Os divórcios surgiram desenfreadamente porque era “difícil conversar” (claro que sim) e havia incompatibilidade de gêneros (ora se não havia...).


De 1960 para cá a tendência da humanidade tem sido a mesma sob várias alegações e sob vários ambientes, e sem a mínima intenção de crítica, mas por pura análise do mundo que nos cerca, pessoas com títulos universitários roubam, matam, já se pode contestar ordens de generais se não concordamos com elas por estarem fora das normas de conduta, úteros podem morrer em batalha, reconhece-se que aborto pode ser uma necessidade vital, que genes humanos podem ser manuseados, que a homossexualidade é fato e humano e que deve ser entendida como natural e normal, que políticos roubam descaradamente acobertados por leis incontestáveis que eles mesmos aprovam e com segurança garantida com policias e exércitos.  Padres pedófilos finalmente são levados à justiça, descobre-se que forças policiais estão corrompidas, que as empresas podem fazer o que querem porque nos dá muito trabalho reclamar de tudo perante juízes que estão do lado dessas empresas e do governo porque geram empregos, que os impostos e os juros bancários estratosféricos estão muitos patamares acima daqueles que geraram revoluções e independência de muitas nações.  E pelas ruas, os bandidos têm aprovação popular desde que não sejam terroristas, o que nos leva a pensar, seriamente, se não devemos revisar o que se entende por “terrorismo” e ampliar o seu conceito.


Em termos de geologia, sabemos que placas continentais derivam aparentemente a esmo sobre o magma, aquela rocha líquida, ígnea, que a partir do centro de nosso planeta suporta todos os continentes. Partes dessa crosta já estiveram no fundo do mar, outras afundam. Quando duas placas se chocam, a zona comum às duas pode gerar montanhas como os Andes, ou uma delas afundar debaixo da outra que a galga. A humanidade é como uma moda geológica... Ora sobe como montanhas, ora afunda, e se hoje está tão desunida como continentes á deriva, pode ser que um dia volte a unir-se como uma Pangeia, que já existiu no tempo dos dinossauros, quando todos os continentes eram um só.




© Rui Rodrigues



Para uma humanidade unida, ver http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Uma concepção complementar do tempo e de algo mais.


Uma concepção complementar do tempo e de algo mais.





As únicas pistas de que o tempo não é uma imaginação nossa, são o deslocamento de objetos animados e nossos relógios. No primeiro caso, temos a certeza do antes e do depois, da sequência de instantes, e para provar isso, memorizamos que um objeto estava num lugar em determinado instante e no seguinte estava noutro. Se medirmos esse intervalo de tempo e minutos de um relógio, e medirmos também a distância percorrida no espaço pelo objeto entre esses dois instantes, dividindo este espaço por aquele tempo, teremos a velocidade média do objeto. Nossos relógios medem um tempo que é “nosso”, deste universo, e em particular, muito particular, de nosso planeta, em função da força da gravidade a que estamos sujeitos. Perto do horizonte de eventos de um buraco negro, o tempo se estende num espaço cada vez infinitamente mais comprimido quanto mais para o seu interior até a singularidade.


Até aqui, nada de novo. Nossas equações da física mostram que é assim mesmo e com isso temos o desenvolvimento tecnológico que usamos em nossos computadores, geladeiras, estações espaciais, celulares, etc...

Qual a nova concepção do tempo? Isso é fruto de um estudo que estou desenvolvendo, mas posso adiantar uma decorrência desse estudo. O tempo que conhecemos acompanha as condições do espaço. É o famoso espaço-tempo de Einstein. Nosso espaço tempo é hoje plano - ou em forma de sela - com densidade crítica perto de um (1,0), na verdade algo entre 0,99 e 2,0, mas se regredirmos até alguns micro, micro milionésimos de segundo (0,000000000000000000000000000000000000001 segundos – 38 zeros), nossos universo não era quase nada. Era um espaço-tempo altamente curvado quase até o zero, o tempo algo tão “alongado” que um segundo poderia durar quase uma eternidade... Por isso, quando nas fórmulas de Guth e de Stephen Hawking se considera a inflação há que ter cuidado com a “duração” do tempo, um tempo que era quase eternidade num só segundo... Mas então, qual a medição do tempo fora do espaço-tempo de um universo em processo de Big-Bang?

Parece que não importa muito ou quase nada, mas podemos dizer sem medo de errar, que no entorno dos limites da curvatura do espaço-tempo, deveria ser o mesmo quer de um lado, quer do outro do horizonte de eventos. Mas poderia ser um tempo “diferente” para lá desse horizonte, na parte externa, de onde provem a quase infinitamente pequena quase esfera de que se originou o nosso Universo, o Big-Bang...

Para que Deus possa ter “feito” este mundo, este universo, este espaço-tempo em que vivemos, terá que ter sua origem fora deste Universo e talvez fora de outros universos que se formaram no “espaço-tempo” fora deste, como num berçário de universos. Chama-se a esse espaço-tempo, falso-vácuo no jargão da Física, o mesmo espaço-tempo compartilhado com os famosos Campos de Higgs, que dariam origem à “Partícula de Deus”, tão difícil de encontrar que a chamaram primeiro de partícula do diabo, depois de Deus, e quando foi finalmente encontrada no acelerador de partículas de Genebra, na Suíça, o CERN, passou a ter o nome de seu descobridor: Partícula de Higgs.


Deus está, portanto, longe se for muito pequeno, perto, tão perto, se fizermos parte de seu “corpo”...  Mas seja como for, um Deus muito mais poderoso, muito maior, muito mais Deus, do que todos os conceitos mesquinhos que temos de sua existência, normalmente voltados para o benefício pessoal da concessão de uma dádiva pessoal, de um benefício...

Porém, se existir também neste espaço-tempo, então falamos através d’Ele, ou fala através de nós, porque está em cada um dos seres vivos que permitiu existirem, em cada ponto do universo, como um imenso corpo que abrange o tempo que é, que foi e que será...

Mas para quem não acredita em Deus, não faz diferença alguma. Deus pode não ter existido, não existir ou nunca ser visto, mas nesse caso, precisamos procurar a turma de trabalho d’Ele que providenciou o projeto, fez os cálculos, construiu as máquinas e deu partida ao Big-Bang...

Foi um projeto e tanto, cheio de tantos detalhes que se fosse por puro acaso, ainda hoje não estaria pronto e já estamos a ponto de acabar com pelo menos uma pequena parte dele: O nosso planeta... Nossas esperanças é que a própria natureza possua leis que não nos permitam acabar com essa obra tão maravilhosa, nem que nos custe a sobrevivência de nossa própria espécie. 

Pelos vistos, quer Deus, quer a natureza ou o acaso se preveniram com leis nada casuais que garantem a existência e a continuidade deste Universo, mesmo que pequenas partes dele se destruam, explodam, se eliminem, desapareçam. Os dinossauros são apenas uma pequena prova disso. 

© Rui Rodrigues