Conversando com a alma...
(Leia pausadamente,
meditando sobre o assunto, parando para pensar...)
Eu escrevi isto, mas... Não
estou aqui! Só você, o que escrevi e sua
consciência ou alma, ou chame do que entender que deve chamar àquele “eu” que é
só seu e que ninguém mais conhece. Ninguém mais, exceto você!
Não importa se vai rir ou
chorar, sorrir ou lamentar, mas como dizem que recordar é viver, então viva
recordando até achar que o que já não merece ser recordado - porque foi resolvido
- deve ser arquivado lá tão profundamente na alma que se desejar, um dia,
lembrar-se, nem terá certeza se foi assim realmente.
Coisas boas por vezes se
esquecem ou nem são lembradas nos detalhes. São as coisas desagradáveis que nos
acompanham, como foto na carteira, para toda a vida. Por vezes temos receio de
pensar sobre coisas desagradáveis, mas se não forem esmiuçadas, separando-se
cada coisa de outras coisas, jamais encontraremos a solução para os nossos
próprios problemas de avaliação do que fazemos, porque fazemos, porque
aceitamos, porque não contestamos. Ou, por outro lado, porque exageramos em
atitudes contrárias. Então...
...Pense em algo que não lhe
agradou na infância – ou que muito desagradou - quando não temos ainda uma
visão perfeita (e nunca a teremos) segura, que lhe permitisse avaliar a
situação como “de fato” se passou. Vista agora, à luz da razão com mais
conhecimento de causa, poderá entender melhor o que se passou. Com ou sem a sua
conivência. Isto não fará com que goste mais ou menos das pessoas envolvidas,
mas, quem sabe, encontrará explicações ou hipóteses em que até agora não tinha
pensado. Afinal, podemos sempre associar outros acontecimentos a esses fatos.
Acontecimentos anteriores ou posteriores que os suportem. Talvez não os
justifiquem, mas o conhecimento da explicação pode ser a chave para desligar a
memória dessas preocupações da “alma”.
Se pensar da mesma forma
para suas próprias ações que não agradaram à sua “alma” nos últimos tempos, pode
reforçar suas razões, dizendo que faria tudo igual novamente se tivesse essa
oportunidade, que faria ligeiramente diferente, ou que agiria de forma
completamente oposta. Nesta última hipótese, uma conversa com as pessoas
envolvidas, talvez uma por uma, pode aliviar sentimentos, negativos,
certamente, que lhe escurecem as ações e os dias, como se fosse uma nuvem
pairando sobre você. Estas nuvens não dão boa chuva, bom orvalho. Quando
sopradas, aliviam, deixam ver o brilho do sol, a vida passa do inverno para a
primavera e o verão. O sono passa a ser mais tranqüilo, a almofada
aconchegante.
Podemos sempre acordar
pensando no que faremos durante o dia, mas certamente passaremos um dia muito
melhor se pensar no que fará no dia seguinte, e o melhor momento para isso
talvez seja exatamente antes de dormir, com a cabeça nesse travesseiro
aconchegante, macio, cheiroso. Assim o dia seguinte decorrerá de forma pensada,
programada, e teremos o sentimento de que seguimos a nossa vontade e somos
capazes de fazer o que programamos:
Uma vitória a cada dia!
Ao pensar, eventualmente,
que é tarde para alguma coisa, somos levados a pensar que pelo menos um amanhã
ainda haverá. Certamente ainda haverá um amanhã... Dois... Bastantes... Muitos amanhãs. Há sempre tempo para tudo...
... Até para voltar ao
começo desta página e voltar a ler, a pensar em mais uma “coisa” que lhe
passou.
Desejo-lhe um bom dia, uma
boa semana, um bom mês, bom ano, uma boa vida.
Rui Rodrigues
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