Há gente muito boa no PT.
Conheço algumas. Mas...
O PT começou com Lula, um
líder de sindicato, no ABC, com um grande sonho, sem instrução, jamais deve ter
lido – ou lhe leram – Karl Marx, Lênin, Freud, Mao tse Tung, mais porque não se
interessava por isso do que por falta de oportunidade. Nessa época Lula não era
nem socialista nem comunista. Não tinha esses ideais, nem era esse o seu
discurso. Nunca fez administração pública, era um sindicalista que se
relacionava com os empresários e os trabalhadores. Era isto que Lula conhecia.
Para fazer um governo, Lula precisava de alguém que soubesse tudo o que ele não
sabia, e o que Lula sabia era extremamente restrito às relações sindicais. Lula
queria ser alguém na vida como “nunca na história deste país” existira: Um “Zé
ninguém” que chegaria à presidência da República. Iludido, o povo pensava que
Lula queria mudar o Brasil tornando-o mais justo. Fundou o PT.
Um dia, quando participava
em Cubatão da abertura de uma loja para que Lula fizesse uma reunião com o
pessoal do PT, comentei com umas assessoras dele porque razão Lula não tomava
posições mais agressivas em relação à ditadura. A resposta foi que Lula não
queria esse caminho. Ele chegaria, devagar e sempre, sem violência, à
presidência do Brasil e acabaria com as diferenças sociais. Fiquei
impressionado.
Depois de duas tentativas em
que perdeu para Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, Lula chegou à
presidência, sim, e nela ficou 8 anos. O que mudou em seu governo?
Sensivelmente nada. Saúde pública deficiente, país sem infra-estruturas com
esgotos a céu aberto, vilas e cidades sem água potável e sem energia elétrica
ou com apagões ou faltas esporádicas de energia, ensino deficiente e limitado,
falta de segurança pública, total descontrole da economia com os Bancos
cobrando os juros que querem, as empresas de telefonia cobrando tarifas
altíssimas e limitando o sinal porque vendem mais do que sua capacidade de
sinal, gente morrendo em filas de hospitais, os maiores impostos do mundo e
índices de corrupção que colocam o governo do Brasil no 75º lugar em
honestidade moral e ética. Um desastre completo também pela mentira:
Conseguiram convencer a população que a classe C passou a ser classe media. O
resultado foi um consumo exagerado por parte desta classe C que deve a Bancos o
que não pode pagar. O programa do Álcool e de produção, distribuição e consumo
de combustíveis renováveis não decolou. Continuamos dependentes do caro
petróleo. Não houve construção de novas vias de escoamento da produção, como
estradas interestaduais, ou alargamento onde necessário, vias férreas e o
transporte desses bens é caro. Os portos são ineficientes. As “reformas” que
tanto foram usadas em suas campanhas nunca foram efetivadas apesar das alianças
com outros partidos.
Na década de 60 o mundo
ainda se questionava se o comunismo e o socialismo poderiam ser a solução para
sociedades mais justas, com menos diferenças sociais. Lula não era comunista
nem socialista nem nunca foi. Tal como Martin Luther King, “tinha um
sonho”. Tinha também plena consciência
de sua ignorância e de que era um ‘sapo barbudo” tal como o definiu o falecido
Leonel Brizola. Brizola sabia que Lula não era comunista nem socialista. Nessa
época, e ainda com os ecos das barricadas de Paris na consciência e na emoção,
estudantes contestavam a sociedade, os governos e a educação nos colégios e nos
lares. Alguns desses entraram numa simbiose com alguns revoltados e fundaram
movimentos contra a ditadura que logo foram vistos com simpatia pela sociedade
em geral. Eu também. Vi em Lula alguém que poderia acabar com a ditadura,
tornar o Brasil mais socializado, melhorar o que tinha que ser melhorado. Da
mesma forma pensou um grupo de terroristas que, com o fim da ditadura se uniram
a Lula. Eles tinham na bagagem o que Lula necessitava: Conhecimento e o dom de
“fazer acontecer”. Para desenvolver o PT
Lula não podia unir-se a reconhecidos “capitalistas”. Por isso se uniu a
elementos-simbolo da luta contra a ditadura, mas se por uma lado Lula os usou,
estes usaram Lula para ascender ao poder. O fato comum a todos eles, incluindo
Lula, é a sua incapacidade de lidar com o capital: São reféns fáceis de quem o
tem e os pode usar. Por isso mesmo, apesar de Lula estar no governo e o Pt ser
maioria, quem continuou governando o Brasil foram os mesmos que sempre o
governou: Os que pagam as eleições e sabem fazer opinião e marketing. Com eles
viajou para o exterior, como figura decorativa para lhes vender os produtos que
fabricam no Brasil. Finalmente, necessitando de mais experiência em ações de
assalto a fundos para financiamento de projetos, une-se a Paulo Maluf, julgado,
condenado, preso e solto que agora faz parte da “base aliada”, da qual fazem
parte também Fernando Collor que já sofreu “impeachment”, e José Sarney o rico
político maranhense.
O PT ficou assim dividido em
três “vertentes”. Lula queria a melhoria do social. A base guerrilheira queria
a revanche sobre a sociedade que os rejeitara no passado, e a classe
empresarial, agora engrossada pela aplicação de capital estrangeiro, queria a
exploração do mercado. Assim não se faz
nada, não se muda nada.
A população sabe que Lula
ficou rico. Que seu filho ficou rico. Que os aliados de Lula ficaram ricos.
Sabe também do mensalão – a compra de aquiescência de parlamentares em troca de
milhões de reais em pagamento - e essa população sofre na própria carne o alto
custo de vida e de impostos sem retorno em obras e serviços básicos.
A população brasileira não é
burra. A terceira vertente - a dos investidores em governos - os empresários e
banqueiros também sabem disso, e resolveram que Lula já tinha dado o que tinha
a dar e a tendência seria descer na opinião pública. Lula não fez o que
prometeu apesar de tanto capital disponível. Começaram a financiar outros
partidos. O PSB desponta agora e pode vir a ser o partido da vez. Provavelmente,
e dependendo de sua administração nas prefeituras para as quais se elegeu,
poderá ganhar as próximas eleições em 2014, porque a união do PT ao PSDB não
agradou aos cidadãos, perdendo votos nas duas facções.
O PT não morreu, mas está
moribundo!
Nestas eleições, 22.000.000 de eleitores anularam o voto ou não votaram, e o PSB demonstra que veio para atingir a preferência nacional.
Nestas eleições, 22.000.000 de eleitores anularam o voto ou não votaram, e o PSB demonstra que veio para atingir a preferência nacional.
Ou querendo se transformar
no “partido sombra” que puxa os cordéis de outros partidos fantoches ou
laranjas no cenário político. Pratica em desviar verbas públicas tem.
Rui Rodrigues
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