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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Moçambique sem fome nem pobreza.


Moçambique é vida
Moçambique sem fome nem pobreza.

Este texto não é dirigido apenas ao povo de Moçambique, porque é atual e pode servir a qualquer nação do mundo. Trata de formas de governar, de como eliminar a fome, tornar a nação produtiva, voltada para a sobrevivência. O progresso vem com o tempo, com a barriga cheia, tempo para se dedicar a outras oportunidades.

Sabemos como é difícil governar uma nação. Ainda mais Moçambique que tem uma história rica, de lutas, que nasceu dominada por protecionismos de uns e exploração de outros, como mais uma vez, também no resto do mundo. Não é só a diferença de cor ou os desníveis de instrução que permitiam a predominância de uns sobre os outros: Em qualquer lugar do mundo sempre houve escravos, e ainda existem escravos: Os que trabalham e pagam seus impostos que beneficiam a uns e a si mesmos não. Ou se beneficiam, beneficiam mais a uns do que a outros. Esse é um problema de “ambição” e poder, e não depende de filosofia política. No capitalismo os governo beneficiam uns com capital. Nos sistemas comunistas e socialistas esses governos beneficiam com “favores”, sempre mais a uns do que a outros.

E o que se poderia fazer em Moçambique para beneficiar a população de um modo geral, desenvolver a nação e torná-la independente em economia, alimentação, auto-sustentável?

Primeiro há que tornar a economia num sistema produtivo e não dependente de favores ou benesses do Estado. A exploração de gás natural, carvão, pode beneficiar empresas e distribuir meia dúzia de empregos, mas não resolve os problemas da nação. Como sabemos o governo “possui” muitas terras. Quem não tem bens nem posses, nem emprego, pode ganhar umas terras de subsistência do governo e algumas sementes e começar a plantar para sobreviver. O estado pode ajudar na instrução da agricultura. É fato que em pouco tempo se produzirá tanto alimento que será necessário exportar, e isso gera divisas para o crescimento da economia, mas, sem um controle de natalidade, a população cresce pela disponibilidade de alimento. Se crescer de forma descontrolada, haverá mais fome, e a disponibilidade de terras cessará, porque Moçambique não é uma área de terras que infle, se expanda. Nisto o governo pode ajudar com instrução. Dirão que não há linhas de energia elétrica que supra as necessidades de um novo mercado de agricultura, mas há várias formas de energia, a partir de moinhos de vento, que são relativamente fáceis de instalar e gerir. Não se pode depender apenas do Estado. O Produto Interno Bruto não estará, jamais, disponível para toda a população carente, e a renda per capita é apenas uma média nacional, distorcida, em que dez por cento da população tem noventa por cento da renda, e os restantes noventa por cento apenas dez por cento... Há que mudar isto.

E qual seria o custo para o governo para acabar com a fome em Moçambique? Até aqui, o deslocamento de professores de agricultura e de primeiras letras e números para as novas terras cultiváveis, meia dúzia de moinhos de vento que até podem ser construídos com madeira, algumas sementes, e a boa vontade de quem tem fome em produzir seu próprio alimento livre de impostos. Se as terás cultiváveis se situarem em zona de acesso à energia de Cabora Bassa, por exemplo, uma extensão de linhas seria viável. Usinas a gás disponível na região podem gerar energia elétrica. Quando se produzir em escala, com os produtores juntando-se em associações, exportando, então se cobrarão os impostos.

A crescimento da indústria e do comércio são decorrentes das necessidades de um povo que está bem alimentado, começa a realizar uma poupança e a desejar investir na expansão de seus negócios. Num momento de crise internacional como este em que vivemos, pedir ajuda financeira no exterior é suicídio. Os juros estão pela hora da morte e o sistema Bancos x Empresas de avaliação x governos, contribui para o arrocho financeiro, a escravidão de verbas que devem ser pagas como juros de usura. É um novo tipo de esclavagismo.

Sem instrução e sem ajuda do governo no propiciar – não doar - alimentações saudáveis às populações, que as devem produzir, não se muda nada. O amanhã será eternamente igual ao hoje que não será melhor do que o ontem.

Rui Rodrigues

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