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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fornelos de Santa Marta de Penaguião – Ecos de 1949





Fornelos de Santa Marta de Penaguião – Ecos de 1949

Hoje a juventude desta linda vila diverte-se na agradável Praia Fluvial de Fornelos.

Curioso por saber, por exemplo, o que por lá acontecia em 1949, apanhei o primeiro vôo para essa data e confortavelmente viajei para lá. O tempo estava agradável e o avião movia-se entre ventos de vozes de lembranças, reminiscências impessoais da Internet e turbilhões de consciências vividas por lá nesse ano em meio a ar rarefeito da imaginação. Por motivos óbvios de carência de confirmação, e porque os nomes também me fogem da lembrança, nada do que se lerá a seguir pode ser tomado por verdadeiro, mas, de certa forma, contém algumas doses generosas de verdade.

Naquele ano Salazar mandava na nação como primeiro ministro e Carmona era o presidente da República. Salazar não podia demiti-lo porque Carmona tinha a simpatia das forças armadas, e Carmona não se atrevia a demitir Salazar, ainda mais que este era amigo íntimo do Cardeal Cerejeira desde os tempos da Universidade de Coimbra. Nesse ano fundou-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte com a participação de Portugal, e, sob o arrocho financeiro de Salazar faltavam empregos. Emigrava-se principalmente para a América do Norte e do Sul.

Mas a vida não estava tão mal para o cinema português. Só nesse ano foram lançados “Heróis do mar”, de Fernando Garcia, “Morgadinha dos Canaviais” de Amadeu Ferrari e Caetano Garcia, “A volta de José do Telhado” de Armando de Miranda. A televisão já existia em muitos paises, mas na casa de Tiago Afonso só existia um rádio Zenith 6-D-612 de 1942 e no qual havia escutado todas as noticias da guerra. Com a censura imposta pelo governo de Salazar não acreditava nas notícias emitidas pelas emissoras nacionais. Por isso comprou o radio que usava quase sempre em ondas curtas. Sem instrução média conseguiu um livro de escola para ensino do francês e aprendeu sozinho tudo o que pode. Conseguia entender o que diziam. Foi pelo radio que agora, em 1949 tomava ciência da onda de emigração. 

Portugueses largavam tudo o que tinham, não tanto porque estivessem na penúria, mortos de fome, mas porque queriam um trabalho digno, progredir na vida. O governo português nunca se preocupara com isso no passado e certamente, por quase um milênio de história repetitiva, também não cuidaria de lhes promover trabalho no futuro. Os portugueses continuariam a emigrar eternamente. No fundo isso interessava muito a Salazar. Os emigrados não representavam custo para o estado. Pelo contrário, amantes e saudosistas de sua pátria, sempre mandavam religiosamente suas economias mensais para bancos portugueses para o dia em que retornassem a sua pátria. Esse dinheiro era usado por bancos e pelo governo para empréstimos e obras públicas. Era uma das principais fontes de “renda” da nação portuguesa, um dos segredos do sucesso da política econômica de Salazar.  Salazar não agia como economista. Agia como um esperto, e Tiago Afonso já pensava em emigrar. Conversara com alguns amigos com os quais andara durante a guerra nas minas de Volfrâmio que era vendido para a Alemanha de Hitler. Os amigos concordavam que se pudessem emigrariam, mas que a situação não lhes permitia. Além do mais e principalmente, também tinham família e estavam conformados. Em suas conversas Tiago nunca deixava transparecer sua determinação de partir.

Tiago Afonso amava sua mulher. Ela era linda, de enormes olhos negros, sorriso alegre, corpo bem torneado, peitos fartos, lábios carnudos. Não perdia uma oportunidade de vê-la, acariciá-la. Do trabalho a casa eram cinco minutos, porque tudo ficava perto na Vila. Na saída do trabalho lavava-se bem, e quando chegava em casa as suas mãos ávidas dirigiam-se para as saias da bela mulher, Alda Bentes, e carinhosamente subiam-lhe pelas pernas, buscando o que tanto amava nela, a sua intimidade mais íntima, sempre úmida, pingando de desejo. Ali ficavam por minutos tocando-se, excitando-se, até que os suspiros e o arfar atingiam um estágio impossível de controlar e se amavam perdidamente. Podia começar na cadeira da sala, na mesa, mas acabava sempre na cama, até que as belas pernas de Alda Bentes ficassem escorrendo trementes de amor. Era assim o amar de Tiago Afonso por sua bela Alda Bentes e dela por ele. O radio não parava de tocar “Chiquita bacana lá da Martinica” por Emilinha Borba, “La Vie em rose” por Edith Piaf, dentre outras, e “My Hapiness” por Dinah Washinghton.

Um homem apareceu morto no quelho, um caminho aberto a monte, lindeiro a algumas casas, empedrado e lamacento. Um suspeito fora visto com uma arma, mas arranjos familiares conseguiram provar que a arma era de brinquedo. Ele não era o assassino e assim ficou o caso. Tudo levava a crer que fora por ciúmes. Também nunca se soube o que aconteceu com a senhora que descera á adega para preparar calda bordalesa e fora encontrada inanimada com cristais azuis nas narinas aparentemente já sem vida. O porco que conseguiu fugir do banco de abatimento fugiu já esfaqueado pela rua da nogueira abaixo, a caminho do rio, escorregando pelo empedrado úmido. Três homens corriam atrás dele e conseguiram levá-lo de volta. Crianças que assistiram sentiram pena do porco. Sabiam que o alimento tinha vida muito parecida com a delas, e o sangue até parecia igual. Sua admiração só se esvaia quando comiam o sarrabulho. Essa noite seria de quarto crescente para a carne crescer mais na panela

Em 13 de fevereiro desse ano houvera eleições que foram fraudadas a mando de Salazar, sinal de que o país não mudaria. Norton de Matos concorrera em oposição ao regime, mas desistira da sua candidatura por alegada falta de liberdade. Apenas votaram 17% dos habilitados a votar. Salazar mandou prender os apoiantes de Norton e em 25 de março manda prender Álvaro Cunhal e muitos de seus dirigentes no campo de concentração do Tarrafal. Nesse dia, embora não fosse comunista Tiago resolveu que emigraria. Já não suportava a vida que levava, sem esperança de melhoras. Podia ter mais e queria ter mais. Teria.

Não comunicou a sua decisão a ninguém. Se o fizesse os amigos e familiares tentariam demovê-lo da empreitada e passaria o resto do tempo entre choradeiras e tristezas que não desejava sofrer nem causar. Comunicaria a decisão quando já estivesse longe e só a mulher saberia, mas mesmo assim, nas vésperas.

Em setembro a União Soviética fez testes com sua primeira bomba atômica. A notícia chegou a Fornelos pelo radio. A guerra fria ia ficando mais quente. Havia apenas quatro anos que os EUA haviam lançado as duas bombas sobre Hiroshima e Nagasaki no Japão. Nesse mesmo ano lhes nascera o filho. Comentava-se sobre a possibilidade de uma nova guerra mundial, desta vez entre os EUA e a URSS, dois gigantes. O Dr. Antonio Egas Moniz finalmente recebera o seu prêmio Nobel por seu trabalho sobre a lobotomia.
Na vila já era época das vindimas, homens e mulheres na labuta, cestos cheios de uvas sobre sacos de aniagem na cabeça, roupas suadas, lagares a encher, homens e mulheres a pisar as uvas ao som de cantochões.  Tiago iria antes do Natal, depois das vindimas. Já procurara por passagem em breve trazida por um amigo que tinha uma arrastadeira preta, um citroen, que só usava em casos de necessidade. Era o único automóvel da vila que levantava poeira na estrada de terra que lhe dava acesso. Fornelos não era lugar de passagem, mas sim de destino. Talvez por isso o seu isolamento secular. 

O amor que tinha por Alda, aliado à antecipada certeza da privação de seu corpo e de sua presença o fizera emagrecer alguns quilos. Não era apenas a saudade, mas o aproveitar da presença para se amarem até a exaustão a qualquer hora do dia ou da noite, como se cada vez fosse a última. Por mais fortes que fossem as intenções não saberiam se voltariam a encontrar-se. Era isso que os fazia emagrecer. Sabiam que as viagens eram muito perigosas. Na noite da despedida não dormiram. Tiago dormiria durante a viagem. Despediu-se dos amigos e familiares ali mesmo, no largo do Senhor entre abraços, choros sufocados, lágrimas escorrendo pelas faces. Tiago não chorou. Alda também não. Tinham confiança um no outro, confiança na vida.

Quando chegou ao cais da Rocha do Conde de Óbidos em Lisboa ainda sentia nos lábios o perfume de Alda, sua boca macia e úmida, seus olhos lânguidos que o olhavam de frente enquanto se uniam no prazer do amor. Era capaz de sentir as pernas de Alda tremendo de prazer entre as suas, seu pescoço esticado, cabeça jogada para trás no delírio, esticando o corpo, apertando-lhe o membro até o relaxamento total. Alda tinha um perfume próprio só dela. Nenhuma outra mulher tinha seu perfume.

Quando o vapor apitou avisando o inicio dos movimentos  para largar o cais, apitos de ordens da tripulação a bordo, Tiago sentiu que estava numa aventura, que haveria riscos, mas que não poderia mandar parar o navio para voltar. Fornelos era agora um lugar de saída.

Pela segunda vez em sua vida sentia a mesma sensação ao ver as amarras do navio se soltarem da beira do cais. A primeira não viu. Foi quando lhe cortaram o cordão umbilical que o amarrava a sua mãe. O vinho daquele ano teria um sabor muito especial, inesquecível.

Rui Rodrigues

terça-feira, 19 de junho de 2012

AUXÍLIO RECLUSÃO VOCÊ SABE COMO FUNCIONA?

Por Dag Vulpi
TENTAREI EXPLICAR COM ESTE TEXTO A INQUIETAÇÃO DE UM AMIGO
BASEADO EM SUA PUBLICAÇÃO FEITA NO FACEBOOK, MAIS PRECISAMENTE NO GRUPO CONSCIÊNCIA POLITICA RAZÃO SOCIAL


Primeiro vamos apresentar as explicações sobre o Auxílio Reclusão, feitas por quem tem autoridade para isso, o advogado Guilherme Fernando Ferreira da Silva.

1- O Benefício do Auxílio Reclusão é devido aos dependentes do segurado do INSS que é preso, em regime fechado ou semi-aberto, e se encerra assim que o segurado preso for posto em liberdade. 

2- Tem direito ao benefício apenas os dependentes do preso que esteja sob a condição de segurado da Previdência Social, e que não tenha perdido esta condição. E que, não esteja empregado e recebendo salário quando for preso.

3- O valor de R$ 915,05 (definido pela portaria nº 02 de 06 de janeiro de 2012) é o TETO do benefício, e é calculado sobre a média de 80% dos maiores salários de contribuição do segurado preso. 

4 - O valor do benefício é DIVIDIDO entre os dependentes do segurado preso, e não somado. 

5 - Em caso de ÓBITO do preso o auxilio será transforma-se automaticamente em PENCÃO VITALICIA.  

Tudo isso esta no artigo 80 da Lei nº 8.213/1991.

Esta é uma tentativa de ilustrar de forma simples para um melhor entendimento deste bendito beneficio do auxilio reclusão.

Pois bem, vamos tratar de forma que todos os requisitos exigidos pela Lei da previdência social necessários para conceder tal beneficio sejam atendidos. Para tanto usaremos dois pais de família, o Sr. CHICO e o Sr. FRANCISCO, cada um deles com o mesmo número de filhos, consideraremos que seja cinco o número de filhos de cada um, e ambos trabalhando com carteira devidamente assinada, portanto contribuindo regularmente com a previdência.
Seu FRANCISCO hoje com 30 anos, era do interior e veio tentar a sorte na cidade grande, mas sem estudo o máximo que conseguiu como tantos outros foi trabalhar na construção civil, e está nessa dureza desde os quinze anos. Trabalhando como pedreiro e sem perspectivas de um dia poder sair dessa vida, sua única esperança está depositada nos filhos, seu sonho é poder ver que pelo menos um de seus filhos um dia seja doutor, caso isso aconteça todo o esforço terá valido a pena.

Já o seu CHICO está com 29 anos e nunca teve experiência de trabalhar com carteira assinada, a exemplo do seu pai que apesar de nunca ter emprego fixo sempre se virou para criar seus filhos, CHICO era caçula de uma família de oito, daqueles, quatro já haviam passado dessa para melhor, um estava preso, suas duas irmãs casaram-se e desde então nunca mais se teve noticias.

CHICO vivera na mordomia à custa da avó durante mais de vinte longos anos, por ali mesmo se casou e  foi enchendo o barraco de bacuris, mas, como ninguém é eterno um belo dia a velha lavadeira bateu com as 37, e com a morte da velha CHICO não pensou duas vezes, e resolveu se dar bem na vida, vendeu o barraco que herdara, e arriscou tudo num carregamento, carregamento esse que acabou sendo desviado pelos “parceiros”, e nem reclamar pode, pois a barra ali era pesada, o melhor a ser feito foi aceitar o “prejú” e não se meter a besta, afinal todo investimento tem lá seus riscos.

Mas como malandro é malandro, CHICO depois de analisar algumas possibilidades resolveu tentar a sorte nas obras de um belo edifício que estava sendo erguido na orla, a construtora era grande e o numero de funcionários maior ainda. Disposto a conseguir uma vaga desceu para o asfalto, bateu no portão da obra e quando este foi aberto mostrou-se com um semblante nunca visto antes, aparentando ser um pobre trabalhador necessitado e disposto a trabalhar, seu olhar convencera o chefe de obras, e para sua “sorte” estavam admitindo. Recebeu inclusive a proposta para iniciar na obra de imediato, pois, a obra estava com certo atraso, mas CHICO agradeceu o imediatismo ao chefe dizendo-se compromissado naquela sexta feira, mas que na segunda sem falta estaria se apresentando para o trabalho, o mestre compreendeu e concordou que ele retornasse na segunda, mas sem falta e cedo.

Voltando para casa com emprego garantido pensou (sic)“é ruim heim plena sexta feira, o maior calor e com dinheiro certo no final do mês, vo mais é comemorar tomando umas geladas, já vo logo abri uma conta no bar do cumpadi, segundona se tudo der certo, o Flamengo ganhá e o Ronaldinho arrebentar to lá no sofrimento rsrs”   

Esta é a primeira experiência do CHICO com carteira assinada, e com um monte de faltas, alguns atrasos e um monte de flagrantes que tomou dormindo escondido no fosso do elevador  se passaram seis meses. O seu objetivo maior não é ficar ali ralando o resto de sua vida a exemplo do FRANCISCO.

CHICO está sempre de olho em alguma possibilidade se dar bem, e essa possibilidade finalmente chegou. Conforme a rotina da empresa e que o CHICO vinha analisando a meses aquele era o dia em que todo dinheiro do pagamento de todos os funcionários da construtora estaria no escritório da obra,  e era exatamente essa a oportunidade que CHICO esperava prá lavar a égua.

 Já estava tudo planejado, CHICO entraria roubaria todo o dinheiro da folha de pagamento e daria o pinote com toda a grana, sua meta era ficar um ano só de papo pro ar, usufruindo dos louros do seu golpe, mas, como nem tudo é perfeito quisera o destino que, exatamente no momento que CHICO feito um gato dava o bote, o infeliz FRANCISCO aparecesse na hora errada e no lugar errado, e sem imaginar o que estava se passando deu o maior flagra no CHICO, esse por sua vez não pensou uma única vez, e mandou um balaço bem no peito de FRANCISCO que caiu já sem vida. Ao ouvirem o tiro os seguranças chegaram e conseguiram segurar o larapio que logo em seguida foi devidamente entregue à dona justa.  
CHICO, frustrado, pois faltou pouco para se dar bem vai para a prisão, já o FRANCISCO vai direto para a terra dos pés juntos.

Agora chegamos ao ponto onde nos propomos a exemplificar como funciona o tal bendito auxilio reclusão, que é o nosso verdadeiro objetivo. Pois bem, vamos analisar as possibilidades, e para isso começaremos aleatoriamente pelas crianças, lembremos que são dez no total, sendo cinco filhos de CHICO e outros cinco filhos de FRANCISCO.

Vamos começar pelos coitados dos filhos do CHICO. Essas cinco crianças ficarão um determinado tempo sofrendo com a ausência do pai, mas ainda assim terão a possibilidade de visitá-lo de quando em quando, e mais cedo ou mais tarde seu pai estará livre saindo do sofrimento, mas, se eles analisarem direitinho é até bom que ele não saia nunca mais, afinal eles estão recebendo o auxilio reclusão do qual eles tem direito, e que merecidamente e de acordo com a Lei, é depositado religiosamente todo mês em suas contas enquanto o CHICO estiver recluso.

Com o passar do tempo eles nem se lembrarão mais daquele cachaceiro vagabundo, que quando em liberdade o que fazia era beber e espancar, os cinco filhos e a esposa. Melhor que ele morra na prisão, assim o auxilio reclusão transforma-se automaticamente em pensão vitalícia, e alguém já bateu para a futura viúva que, caso o infeliz não capote de morte natural, que será um ótimo negócio para ela reservar um mês do auxilio reclusão para que algum "amigo" de sela do CHICO abrevie seu sofrimento, e garanta a boa vida para os seis, que agora estão bem mais ajeitados, e a mãe das crianças com essa bolada que recebe mensalmente já virou madame, fez alisamento com escova progressiva, implantou a comissão de frente que havia sido cuidadosamente extraída por um sopapo desferido pelo CHICO ainda na época que ele passarinhava pelos botecos da vida afora.

A dona Maria tá que é um pitéu, toda ajeitada e cheirosa, e ainda por cima com dinheiro no banco, afinal de acordo com os cálculos do amigo Marcos Rebello a mixaria no primeiro ano era de R$ 915,05 mensais, e sempre corrigidos religiosamente e espontaneamente, sem a necessidade de greve ou passeata.

A danada era mesmo esperta, até aquele que parecia ter sido o único vacilo da vida, que foi casar com o traste do CHICO acabou revelando-se o melhor negócio de sua vida. Para quem já  estava acostumada a sobreviver com meio salário mínimo, meio porque a outra metade o CHICO depositava na conta dos donos dos botecos, e de repente passar a receber um beneficio desta monta, só podia dar nisso, crianças roliças, sempre de barriga cheia, roupinhas e tênis da moda pra toda gurizada, e é claro, dona Maria não ia dá o mole de não se cuidar como princesa, além do alisamento capilar os dos devidos ajustes ortodônticos, a madame já havia comprado um carrinho, de segunda, mas o danado tava nos trinque. Com o trágico suicídio do ex tudo ficou ainda melhor agora não tem erro, já está garantido e é pro resto da vida, o que era auxilio, com o inexplicável suicídio do CHICO, passou a ser pensão vitalícia, e em relação ao suicídio do CHICO nenhum perito, nem aquele da bolinha de papel do Serra conseguiu explicar como o CHICO conseguira se enforcar debaixo da cama, esse CHICO era um danado mesmo, só quem ouviu os gemidos do Chico se enforcando foi o seu companheiro de sela, inclusive esta testemunha inexplicavelmente foi favorecido por alguém que bancou as custas de um advogado que o colocou em liberdade em dois tempos.

Fiquei falando aqui da sorte que teve a esposa do CHICO e quase me esqueci da esposa e dos cinco filhos do FRANCISCO.

Vamos lá para a outra ponta do barbante, bom, não perderei muito tempo com esses, farei um breve resumo. Pois bem, por ser um bom e dedicado empregado, e por ter trabalhado durante quinze anos para a mesma construtora, ter participado da construção de obras que deram grande retorno financeiro, o ex-patrão do FRANCISCO presenteou a viúva com um cheque de quinhentos reais para ajudar com as despesas do sepultamento.

A família do FRANCISCO infelizmente não está coberta por nenhum auxilio previsto na previdência social, pois este ainda não foi, e duvido que seja criado. Seus filhos deixaram o colégio, pois precisam trabalhar para ajudar nas despesas, e com isso lá se foi a ultima esperança de FRANCISCO que trocara toda sua vida para ver ao menos um de seus filhos se tornar doutor, e se quiser, seja lá onde ele estiver vai ter que se contentar em ver seus filhos com o futuro idêntico ao que ele teve, mas ainda bem que apesar de não terem nenhuma Lei que pudesse colaborar para um futuro melhor para seus filhos, ainda assim esses serão cidadãos honrados e jamais se envolverão em coisa errada pois o Sr. FRANCISCO pode não poder ter dado nada de luxo para seus filhos, mas educou-os o suficiente para que esses trabalhem dignamente e contribuam com a previdência social, para que se necessário os filhos de possíveis CHICOS da vida não passem por privações semelhadas às que seus filhos por certo passarão.   



segunda-feira, 18 de junho de 2012

E agora, Fidel, qual o próximo passo ?




A revolução cubana, o socialismo, o comunismo e os tempos que chegam.


Tenho amigos (além dos do facebook) que são capitalistas, outros socialistas, outros comunistas. Sempre os tive até nos tempos da ditadura que não foi mole. Todos merecem e mereceram o meu mais profundo respeito, porque, ainda que discorde, sou sobretudo democrático e não de qualquer democracia, porque houveram e ainda há, vários tipos de “democracia" . Algumas estarão equivocadas, e uma apenas será a mais verdadeira de todas.

Se já estivesse em vigor de modo amplo a Democracia Participativa, esta seria a mais verdadeira!... Mas somente existe ainda na Suíça, na Islândia e nos países nórdicos. O resto é apropriação indébita do termo, embora em todo o mundo cresça esta corrente devido à ineficiência dos governos atuais e da corrupção  

Um dia destes, a propósito de um comentário meu afirmando que o mundo dos cidadãos – em todo o globo - já não se guia por filosofias, e sim por padrões de moral e de ética, com toda a justiça, um amigo meu disse-me “o comunismo ainda não morreu”.

Hoje existem apenas a Coréia do Norte e Cuba como países considerados comunistas, já que a China e o Vietnam têm uma vertente capitalista que cresce na medida em que a vertente comunista se esvai.

Parece por demais evidente que falar em “Viva la Revolución”, “Viva el Comandante”, “pela libertação dos povos sul americanos”, só pode significar que são ecos do passado que vai ficando distante, gritados por quem vê a história passar indiferente à sua saudade dos “velhos tempos”.

Com um texto destes, dirão: “Ele é capitalista”...

Não! Não sou capitalista porque o capitalismo que antes era o remédio para o comunismo é hoje o remédio que nos mata pelo exagero da dose.

Sou Democrata Participativo, como se pode ver em meu site que indico abaixo, antes da listagem dos países que já foram comunistas ou que tinham vertente . Não creio que votar de 4 em 4 anos somente, seja uma democracia. É uma democracia aproximada, como bandeira a meio pau. Os que elegemos seguem as diretrizes dos partidos políticos a que pertencem, que por sua vez atendem a influências pelos corredores das sedes de governos e não podemos tirá-los de lá senão de 4 em 4 anos... Por isso não tenho partido político e detesto ditaduras. Odeio ditaduras.

Quer saber o que é Democracia Participativa?


Rui Rodrigues

MARXISTAS LENINISTAS

Alemanha Oriental -República Democrática Alemã (7 de out de 1949 – 3 de out de 1990)
República soviética da China (7 nov 1931 – 10 out 1934)
República Popular do Congo (3 janeiro 1970 – 15 março 1992)
República Democrática Popular da Etiópia -  (10 set de 1987 – 27 maio 1991)
Governo Revolucionário Popular de Granada ( 13 março 1979 – 25 out 1983)
Comitê Político de Libertação Nacional (Grécia) (24 dez 1947 – 28 ago 1949 )
Iêmen do Sul - República Democrática Popular do Iêmen (30 de nov de 1967 – 22 de maio de 1990)
República Popular do Kampuchea (7 de janeiro de 1979 – 23 de outubro de 1991)
República Popular de Moçambique (25 de junho de 1975 – 1º de dezembro de 1990)
União Soviética União Soviética - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (30 de dezembro de 1922 – 26 de dezembro de 1991)
Vietnã do Norte - República Democrática do Vietnã 73 (2 de setembro de 1945 – 2 de julho de 19

NÃO MARXISTAS LENINISTAS

Estados com referências constitucionais

(recomendo consulta às respectivas constituições)


Bangladesh - República Popular de Bangladesh (desde 16 de dezembro de 1971)
Egito – República Árabe do Egito (desde 11 de setembro de 1971) em processo de transição
Índia - República da Índia (desde 2 de novembro de 1976)
Líbia – Grande República Socialista Árabe Popular da Líbia (desde 1ºde setembro de 1969 a 2012)
Síria – República Árabe Síria desde 1973)
Sri Lanka – República Democrática Socialista do Sri Lanka (desde 7 de setembro de 1978)
Tanzânia – República Unida da Tanzânia (desde 26 de abril de 1964)

Estados com referências informais

Bolívia – Estado Plurinacional da Bolívia
Nicarágua – República da Nicarágua
Venezuela – República Bolivariana da Venezuela

Estados que outrora já fizeram parte do grupo de paises comunistas

República Democrática Popular da Argélia  (15 de setembro de 1963 - 23 de fevereiro de 1989)
República Socialista do Chile (4 de junho - 13 de setembro de 1932)
República do Iraque (14 de julho de 1958 - 16 de julho de 1979)
República Democrática de Madagascar (21 de dezembro de 1975 - 19 de agosto de 1992)
República do Mali (6 December 1968 - 12 January 1992)

Corpo e alma, religião e amor - pelo computador




Corpo e alma, religião e amor - Pelo computador
(A leitura aplica-se a ambos os sexos como sujeito)

Somos uma humanidade que ultimamente, depois de longos caminhos, se dedica a “viver os momentos”, “viver o dia”, aproveitar tudo o que a vida nos dá porque pode não haver amanhã... E cometemos o deslize imperdoável de querermos tudo o que pudermos arrebanhar da vida. E assim nos vamos machucando uns aos outros, a cada tranco, procedendo da mesma forma, como se os outros fossem diferentes: Escondendo nossas próprias escoriações “.

Não escondemos nada de ninguém. Não nos escondem nada. Por amor podemos até fingir que não percebemos, que nem temos escoriações. Mas quem sabe o que é o amor – que muitos fingem não existir?

A residência da alma está em nosso corpo, em lugar privilegiado e se acende nas sinapses de cada neurônio: Está em nosso cérebro, quase que perfeitamente acondicionada. Erroneamente disseram que residia no coração, um mecanismo mais que simples de bombeamento de líquidos vitais. Outros ainda imaginam a alma como uma áurea externa ao corpo que até pode ser fotografada e tem peso... Já mediram o peso da alma ao acompanharem o falecimento de doentes em hospitais: cerca de 22 gramas. Por ironia, a mesmíssima massa suficiente para formar um universo como o nosso a partir de um Big-bang.

Corpo e espírito são inseparáveis, não podendo imaginar-se que um não sofra as influências do outro, e, quando se trata de atração entre dois seres, que as mentes não interajam com os corpos e vice-versa. Porém, o cérebro é também um mecanismo perfeito que raciocina, pensa, evolui. Sigmund Freud foi muito mais além da alma, do espírito e percebeu que a identidade de cada ser humano, que vem de formação própria, herança genética, influência do meio, se dividia fundamentalmente em três partes que constituem a “ID” ou identidade de cada ser humano: O ego, o halter ego e o subconsciente. Neste contexto, todos eles constituindo não só a ID de cada um, mas também a sua “alma”, aquela que seria, será, ou poderá vir a ser julgada nos céus. Coisa muito temida por egípcios no tribunal de Osíris, e por boa parcela da humanidade ainda nos dias de hoje.

Um dia, e isto é muito importante, fizeram uma experiência num hospital com dois cérebros recém retirados de dois doentes por morte natural; colocaram cada um em um recipiente com soro para os manter pulsando por mais tempo. Afastados um do outro, pulsavam em ritmos diferentes. Quando os aproximaram um do outro, quase encostados, entraram em sintonia de pulsação em iguais comprimentos de onda. Além de se comunicarem, ficou patente que as interações dependem da distancia: quanto mais longe, mais fracas as interações. Dependerá o amor, também, da distância?

Mas onde o amor se encaixa em tudo isto?

Há os que são “bons” porque simplesmente são ou parecem bons, e os que são bons porque têm que ganhar os céus, vencer o julgamento ao final dos dias de vida. Como não sabem exatamente o que é ser “bom”, tentam de tudo, mas não conseguem. Há quem não saiba o que é o amor, o ser “bom”, a caridade, a abnegação, e até quem não saiba onde deixou as chaves da casa, o que comeu ontem. Somos muito diversos, sobretudo naturais, e temos o amor como um bem próprio, íntimo, de interpretação própria. Madre Teresa de Calcutá, senhora muito boa, não queria mudar o mundo para acabar com a pobreza. Queria ajudar os pobres. Sentia-se feliz em ajudar os pobres. De ajudar o mundo a acabar com a pobreza já tinha desistido. Caminhava em estradas paralelas no amor pelo mundo. E isso era amor! Sem dúvida. Amor pelos outros. Há assim muitos tipos de amor, e se formos procurar por este mundo, de forma a aproveitá-lo muito bem, teríamos que ter milhares de amores (leia-se masculino x feminino conforme o que desejar): o amor com quem fazemos sexo, o amor daquela que nos apóia no lar, o da outra que nos ama com a alma, a que nos dá tudo, a que nos dá só uma coisa mas é muito especial, a que escuta nossas confidências e não pede nada, e para alguns, a que se aluga para mostrar para os outros.

Se nos detivermos na natureza, à luz pura e simples de suas leis, sem interferências de teólogos ou filósofos, constatamos que a natureza nos dá o conceito de sexo para podermos procriar e que para isso é necessária uma “atração” sensorial produzida pelos sentidos que temos, como o tato pela pele, o olfato, a imagem, os sussurros... Todas essas informações levadas ao cérebro produzem a sensação de amor, e deve manter a parceira junta a nós até que engravide e siga as leis da natureza. Em princípio como atração física, chamam a isso de amor quando as substâncias químicas produzidas na troca de informação entre os sentidos e o cérebro já produziram dependência química no objeto amado, que pode até ser uma boneca cara, quase perfeita, importada do Japão. O cérebro é um complicado mecanismo de recompensa.

Incautos, achando que “elas” não percebem, vamos seguido nossas próprias razões para amar, vamos vivendo, e em geral, que quase já é uma regra, vamos sofrendo com a nossa liberdade de sermos livres e acharmos que amor não existe.

Mas admitamos que perdi meu tempo na vida estudando o que é viver vivendo, que não li Freud, que não entendo de religião, nem de espíritos, nem de IDs, nem de amor ou “da vida”. Isso realmente não deve importar.


Podemos ser felizes engavetando os problemas. Também podemos ser felizes resolvendo-os de uma vez para que não os deixemos para trás. Podemos ser felizes evitando-os, como montanhas enormes que nada fazem, mas que nada as pode desfazer. E podemos ser felizes resolvendo os problemas dos outros.

Admitamos também que somos um conjunto de seres humanos que querem passar bem a vida, ainda que enganando os outros, ou abusando porque aceitam o inaceitável – sempre tudo por amor, mas que a carga emocional seja muito grande... Nesse caso temos dois caminhos: Tomamos um remédio para alegrar (dizem que o prozac é muito bom) ou fechamos as portas do halter ego que dá no mesmo, e vamos viver a vida, dizendo que somos livres, fechando em baús de aço, enterrados a 100 metros de profundidade, dentro de masmorras inatingíveis todos os problemas que a moral nos causaria.


Escrevi isto para resolver os meus problemas relacionados com recompensas cerebrais impossíveis e improváveis, devido a cérebros ainda vivos, a longa distância um do outro e com IDs próprias. Amor existe sim, mas a humanidade está descrente em muitas coisas e ávida de liberdade!

Isto é para você, querida amiga Maria Albertina Landerish, onde quer que esteja. Fique bem !

Rui Rodrigues.


domingo, 17 de junho de 2012

Ouve-me Meu Deus Ακούστε με, Θεέ μου - Audire me, Deus meus - לשמוע אותי, אלוהים




Ouve-me Meu Deus
Ακούστε με, Θεέ μου - Audire me, Deus meus - לשמוע אותי, אלוהים

לשמוע אותי, אלוהים
Ακούστε με, Θεέ μου
Audire me, Deus meus
Ouve-me Meu Deus


Ontem vi o Sol. E hoje o sol com as ondas do mar em dó ao se abaterem, em ré ao se desfazerem nas pedras, e sei que são estes os sons de tua orquestra. Olho à minha volta e vejo vida de mesmos princípios vitais, e toda nasceu, morre a cada instante e não chegamos a perceber, como se não tivesse importância. Quanta vida matei hoje, em meus passos sobre esta casa que gira no espaço... Dizem que és um espírito. Eu acredito, porque se fosses uma força uma energia, terias criado a ti mesmo, mas não, tu criaste as forças e as energias. Mas, e eu?

לשמוע אותי, אלוהים
Ακούστε με, Θεέ μου
Audire me, Deus meus
Ouve-me Meu Deus

Diz-me Deus meu, que também tenho um espírito semelhante ao teu, que tudo o que amamos nesta tua vida, que vivo por ti, e em mim vives, levarei de lembrança quando partir e que nada me ficará esquecido, como se não tivesse a mínima importância. Diz-me que tenho um espírito que não faça da minha vida uma casualidade, um lapso, num mundo que ajudei a construir mesmo sabendo que o já tinhas construído. Diz-me que não sou em vão, nem uma banalidade. Diz-me que não se equivocaram os que te perguntaram no passado, e que no-lo contaram.

לשמוע אותי, אלוהים
Ακούστε με, Θεέ μου
Audire me, Deus meus
Ouve-me Meu Deus


Diz-me que todo o meu nascimento, o crescimento, o aprendizado, não serviu apenas para a minha própria vida e para a dos meus semelhantes, mas para a própria vida que criaste e que se desenvolve e evolui. Diz-me que serviu para algo mais do que apenas ser, sentir, existir. Diz-me que não me darias o gosto da consciência de existir para logo depois tudo se acabar na escuridão infinita de um tempo infinito como a história se apagasse. E se acaso toda a vida consciente tem também uma finalidade maior do que a existência, como o meu animalzinho de criação, meu companheiro. Sabes que é apenas uma gata, mas tem um comportamento de que entende, e aprende, e se comunica quando quer. Diz-me que esses animais que não fazem mal a ninguém, muito menos como fazemos nós, uns contra os outros, não são menos humanos do que eu, podendo até sê-lo mais.

לשמוע אותי, אלוהים
Ακούστε με, Θεέ μου
Audire me, Deus meus
Ouve-me Meu Deus

Diz-me que meus entes queridos estarão comigo, que os espíritos dos egípcios embalsamados também estarão, e os celtas enterrados em buracos com pedras por cima, aqueles a quem foram arrancados os corações para acalmar o Sol, e os que foram queimados em fogueiras em nome de falsa fé, e os que foram perseguidos, esquecidos, maltratados, jogados em circo aos leões, obrigados a matar-se em arenas onde se digladiavam. Diz-me que esta humanidade a que pertenço é boa, e Sodoma e Gomorra só foram duas e não mais. Sobretudo, diz-me que toda a injustiça deve ser tomada como um bem e não um mal, para que eu possa ir-me em paz, certo que valeu a pena ter vivido.

E se não houver amanhã, que assim seja, como justo me é ter estas dúvidas.

Rui Rodrigues,
Teu servo. 

CRISE E POLÍTICA - OS POLÍTICOS NOS AFUNDAM





CRISE E POLÍTICA - OS POLÍTICOS NOS AFUNDAM



Parece que o mundo está afundando!

Quem de nós já não ouviu falar, aqui no Brasil, das Comissões Parlamentares de Inquérito, as famosas e desacreditadas CPIs, para averiguar os crimes hediondos de corrupção e de políticos que votam de forma mancomunada os próprios salários?

Quem de nós já não ouviu falar da Grécia, cujos políticos, por total incompetência e descaso da coisa pública, deixaram afundar a economia, sucedendo-se as tentativas de formar governo, com gente passando fome, desespero, movimentos nas ruas combatidos violentamente pelas forças da polícia?

Quem de nós já não ouviu falar das crises em Portugal, Espanha, Itália, Irlanda, Islândia (estes resolveram através da Democracia Participativa, votando publicamente nova constituição), constantes movimentos de rua responsabilizando os políticos que malversaram as verbas públicas?

Quem já não ouviu falar da Primavera Árabe, cidadãos nas ruas enfrentando a própria morte em nome da liberdade, da Democracia?

Alguém sabe de algum movimento de rua que tenha conotação de filosofia política ou de culto a algum político? Não. Destes não conhecemos nenhuns. Os cidadãos querem ética e moral na política, mas tal como a conhecemos isto é impossível. Os políticos atuais herdaram da história o direito de mandarem nas sociedades e lhes ditarem as leis, exatamente como vinham fazendo reis, imperadores, ditadores... E nos chamam ironicamente de democratas porque votamos de 4 em 4 anos sem sequer podermos retirar-lhes o nosso voto para “deseleger” os que não se comportam como se esperava por sua campanha. Voto dado em confiança, também por falta dela tem que poder ser retirado a qualquer tempo e não ao fim de períodos de 4 ou 5 anos.

A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA É DIFERENTE.

Na Democracia Participativa o governo se constitui dos órgãos que normalmente fazem parte de qualquer governo democrático do mundo. Cada povo poderá escolher qual o modelo que mais lhe convém, com os três poderes: Legislativo, Executivo e o judiciário. O sistema da democracia por voto direto pode ter quantos ministérios forem desejados pelos cidadãos.

Até aqui, valem os modelos democráticos tal como os conhecemos... o que muda?

 1.     Todos os membros são escolhidos por voto direto dos cidadãos interessados. Poderão eleger através de voto em Bancos 24 horas de Votação grátis e por Internet grátis ou celular, evitando-se assim “arranjos políticos” entre partidos ou proteção de qualquer natureza.
 2.     Os votos podem ser retirados (deseleger – desaprovar), o que amplia a cidadania democrática a muito mais do que votar apenas de quatro em quatro anos.

 3.    As leis são propostas ao Senado por qualquer órgão ou cidadão, para que sejam previamente aprovadas ou negadas por voto popular. Se a população achar que algum político ou ocupante de cargo no governo não atende os seus interesses, retira-lhe o voto dado e ele sai imediatamente sem necessidade de impeachment, quando a quantidade de votos que permanecem for inferior ao mínimo necessário para ocupar o cargo.

4.       Qualquer lei ou ato de governo deve ser submetidos a voto, o que inclui mas não se limita a: declaração de guerra; percentuais de aplicação de verbas publicas em educação, centros de pesquisa, infra estruturas, preservação do ambiente, saúde, segurança pública, transportes;  taxas de impostos,  e tudo o que normalmente se vota nos senados, câmaras, governos estaduais, prefeituras, em todo mundo.

 5.    O processo de implantação da Democracia participativa começa com a aprovação popular, via NET, item por item, de uma Constituição que somente poderá ser alterada também por voto popular, impedindo a manipulação de interesses escusos de políticos. 
         Cada nação crescerá e se desenvolverá segundo sua capacidade e vontade popular de progredir, segundo o que acha mais importante.

ISTO É DEMOCRACIA!

sábado, 16 de junho de 2012

Política e crise - QUEREMOS MUDAR!



Política e crise - QUEREMOS MUDAR!




Existem vários movimentos na NET, de todos os tipos. Todos eles importantes, mesmo quando se trata de divulgar o que quer que seja fora do âmbito da política ou da religião. Trata-se de uma lídima manifestação da alma humana e da particularidade de cada um. A similidade de formas de pensamento reúnem os indivíduos nos grupos com os quais mais se identificam.

Vem isto a propósito de algo que me chama a atenção: Exceto por grupos que se dedicam á divulgação de música - também de todos os tipos- e de amizades com conversas sobre o trivial chique ou popular, não há quem, se perguntado, não se expresse contra a corrupção que vemos a cada minuto em notas de jornais, revistas, pelas televisões em noticiários, no boca a boca quando vamos à feira, entramos nos ônibus, esperamos nos pontos e estações de trem ou de metrô.

Aqui no Brasil, dizem uns que o culpado foi o Lula, outros que foi o FH Cardoso, outros que isso vem da época da colonização, e quando olhamos as notícias do mundo, teríamos que chegar à conclusão que ele todo, por inteiro, teria sido colonizado por Portugal. Um absurdo!. O problema não é esse. Em outros lugares, os "culpados" têm outros nomes, outro perfil, e não por coincidência, são todos também POLÍTICOS.

A imensa maioria, em todo o mundo, refere-se simplesmente á culpa desses "políticos".

A Indignação corre mundo sempre pelo mesmo motivo: Os políticos não fazem o trabalho para o qual foram gentilmente convidados pelo voto popular. Fazem outros trabalhos, representando empresas, bicheiros, construtoras, Bancos, governos, qualquer coisa, menos a populaça, a turba malta, a sociedade como um todo de nação. Representam-se a si mesmos, também, quando por exemplo votam entre si os salários que desejam. Política é única profissão que não precisa pedir aumento de salário ao patrão. Político manda no patrão, e isso é uma inversão de valores como se usassem páginas da Sagrada Constituição para limparem os seus ânus, a bandeira nacional para secarem os corpos gordos e purulentos de banho em notas de dólar....

Precisamos fazer algo, e pelo que parece a indignação não tem adjetivo ou sujeito ou complemento e aposto do sujeito.

A indignação tem dois verbos apenas e somente : Queremos Mudar !!!!!!!!!!!!!

Rui Rodrigues.

Divagando devagar - A anja





Divagando devagar


Dia de chuva a pensar em dias de sol, cai-me um anjo do céu, melhor que é uma anja, porque tem sexo, é do gênero feminino.

Não privaria Deus qualquer obra sua de não ter sexos diferenciados, porque até a eletricidade é positiva e negativa, num mundo em perfeito equilíbrio. E não tem penas. Absolutamente, a anja – termo este que nem existe nos dicionários – não tinha uma única pena. Não tive pena, e pelo contrário, fiquei muito feliz que as não tivesse.

Não me importa de onde vieram as anjas, de onde vêem, para onde vão. O que pretendem fazer. Passam sempre em frente à minha janela, mas nem todas são como esta que acabo de ver, olhando-me à distancia. Se as anjas não pretendem fazer, contamos-lhes o que desejamos que façam, e se fizerem, será bem feito, porque são anjas. Também lhes fazemos o que querem. È uma troca livre sem qualquer filosofia ou religião, porque é reação química, por vezes até explosiva, seguramente exotérmica, porque se sua muito, e se explode em arfares de peito nas agitações dos líquidos com a vareta da química.

Há, Deus! Como aprecio o estudo da química, a elaboração de reações, quando o fazemos com uma anja. Mas fico triste, porque as anjas não são comuns. São raras. Aparecem, ficam e partem, quando não as fazemos partir por que a reação chegou ao fim. Já me aconteceu de ter recebido uma anja em meu laboratório e nem com a aplicação da física chegarmos a qualquer reação. Mas não quero falar de fins. Apenas de começos e meios e deixar aos céus o decidir da vida.

Ainda anda a pairar nos ares a anja. Olha-me. Olho-a. Adora-me. Adoro-a. Acariciamo-nos pelos olhares. É uma dança, um tango talvez. Não. Tango não é porque é triste. Anjas não fazem nem dizem coisas tristes. Deve ser outra dança. Uma dança sem nome, sem ritmo, só balançando o corpo suavemente, como quem chama por mim num sussurro de meu nome e depois, num outro sussurro, um verbo de desejo como quem me diz, vem!

E são vários os significados desse vem, que tanto podem significar que devo ir, ou que já estou a chegar, já cheguei, já indo-me. É essa a natureza da natureza de ser-se naturalmente natural. Como rejeitar ou recriminar o que é natural? Porque se estabelecem tabus que são tão antinaturais, negando a natureza divina da aproximação, do compartilhar, do ser-se e nada mais?

Não há restrições naturais para o que é natural. A anja sabe disso. Eu sei também.

O dia continua chuvoso. A chuva é um ingrediente das reações químicas da vida, e enquanto nos olhamos, ainda á distância, vou apenas imaginando se um dia a acompanharei ou me acompanhará numa dança, num dormir lânguido, no apreciar de uma música, enquanto elaboramos uma reação química. Gosto das explosivas, as que começam suavemente e sempre têm um final explosivo, o corpo suado, corpos arfantes, pedindo uma taça de vinho para repor as energias perdidas na reação. Não raro repetimos reações.

É linda e bela, perfeita! Vou pintá-la numa tela com dimensões áureas. Uma anja maga! Uma anja sem penas, sem passado, corpo e sexo latentes, pulsantes de desejo.

Rui Rodrigues

sexta-feira, 15 de junho de 2012

CONTINUE SENTANDO À JANELA



Eu ainda era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme. Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem. Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul.Tudo era novidade e fantasia.. Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante. As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia. No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curti a a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal. O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse. Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido. As poltronas do corredor agora eram exigência . Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo. Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível. O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concorde i de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque. Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela.Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar. E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga.Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu. Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer. Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista. Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal? Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida. A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos. Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece. Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe. Afinal, 'a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos'. "Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos"