Um dia peguei minha tia Elisa, irmã de meu pai, conversando com a professora, Dona Ermelinda:
- E ele (referia-se a mim) porta-se bem ????
- Porta sim... Só nos intervalos que ele chega na sala de aula transpirando, todo molhado, afogueado, a respiração ofegante e o coração a bater como que de um cavalo...
- Ah! (disse a minha tia, irmã de meu pai que ora eu amava, ora odiava) A senhora "chegue-lhe"! Com umas boas palmatoadas ele entra nos eixos!!! (note-se que eu vivia num quarto e sala alugado, cozinha e banheiro comuns, e para me divertir só tinha o intervalo da escola.
A partir daí a professora passou a satisfazer seus instintos nazistas "chegando-me", dando palmatoadas cada vez mais fortes. ]Mas o que ela não sabia é que tinham despertado em mim um grande desafio: De um lado, minha tia preocupada com minha "educação", e minha professora armada com um canhão de dar palmatoadas que pareciam coices de mula. Do outro lado eu, que com 9 anos já lia o "cavaleiro Andante", "Robin dos Bosques", Tim-Tim, o "Príncipe Valente" e "Neco e seu tio Patareco"...
Um amigo meu ainda ainda me perguntou:
-Olha lá... Tens algum conhecido que tenha um cavalo ????
- Não... Porquê ????
- Porque se tivesses arrancavas uma crina do rabo do cavalo, passavas no azeite, e seguravas na mão, que quando a Dona Ermelinda te batesse, a palmatória rachava toda aos pedacinhos.
(Isso eu só conseguiria se fosse a Fornelos nas férias, minha terra querida onde nasci, no Norte de Portugal). Fui, mas tinha que resolver o problema bem antes)
E então, passados uns dias, resolvi pôr fim ao sofrimento: Depois de chegar quase desmaiado de tanto correr no intervalo, cheirando a sovaco, todo molhado, esperei a turma entrar quase toda e fui oferecer a minha mão à palmatória da professora.
Silêncio total!
- Porta sim... Só nos intervalos que ele chega na sala de aula transpirando, todo molhado, afogueado, a respiração ofegante e o coração a bater como que de um cavalo...
- Ah! (disse a minha tia, irmã de meu pai que ora eu amava, ora odiava) A senhora "chegue-lhe"! Com umas boas palmatoadas ele entra nos eixos!!! (note-se que eu vivia num quarto e sala alugado, cozinha e banheiro comuns, e para me divertir só tinha o intervalo da escola.
A partir daí a professora passou a satisfazer seus instintos nazistas "chegando-me", dando palmatoadas cada vez mais fortes. ]Mas o que ela não sabia é que tinham despertado em mim um grande desafio: De um lado, minha tia preocupada com minha "educação", e minha professora armada com um canhão de dar palmatoadas que pareciam coices de mula. Do outro lado eu, que com 9 anos já lia o "cavaleiro Andante", "Robin dos Bosques", Tim-Tim, o "Príncipe Valente" e "Neco e seu tio Patareco"...
Um amigo meu ainda ainda me perguntou:
-Olha lá... Tens algum conhecido que tenha um cavalo ????
- Não... Porquê ????
- Porque se tivesses arrancavas uma crina do rabo do cavalo, passavas no azeite, e seguravas na mão, que quando a Dona Ermelinda te batesse, a palmatória rachava toda aos pedacinhos.
(Isso eu só conseguiria se fosse a Fornelos nas férias, minha terra querida onde nasci, no Norte de Portugal). Fui, mas tinha que resolver o problema bem antes)
E então, passados uns dias, resolvi pôr fim ao sofrimento: Depois de chegar quase desmaiado de tanto correr no intervalo, cheirando a sovaco, todo molhado, esperei a turma entrar quase toda e fui oferecer a minha mão à palmatória da professora.
Silêncio total!
(Eu e Diniz costumávamos ser escolhidos para corrigir os trabalho da turma, e quando a professora saía de sala me escolhia normalmente, para "tomar conta".
Ela me olhou bem nos olhos e me mandou sentar.
Que me lembre, nunca mais ela bateu em ninguém na sala. Todos os antigos alunos devem dizer que ela era uma ótima professora... De mim, e disto acho que ninguém se lembra, mas todos levavam perus de natal pra senhora "fessora".
Rui Rodrigues
Ela me olhou bem nos olhos e me mandou sentar.
Que me lembre, nunca mais ela bateu em ninguém na sala. Todos os antigos alunos devem dizer que ela era uma ótima professora... De mim, e disto acho que ninguém se lembra, mas todos levavam perus de natal pra senhora "fessora".
Rui Rodrigues