Juntando mitos, crenças, crendices e
polêmicas.
Temos curiosidade na
esperança (temos esperança mas não temos fé em que aconteça o que desejamos).Não
todos, apenas uma boa ou grande ou maior parte de nós.
Não é necessário
freqüentarmos os bancos de escolas e universidades por anos a fio para termos
fé em qualquer coisa. A fé é inata ao ser humano. Se, para ter fé, fosse
necessário freqüentar universidades onde pudesse ser aprendida, seríamos em
nossa maioria analfabetos da fé e as igrejas estariam vazias. O curso seria
muito caro, fora do alcance da maioria da população.
Com fé se nega e se prescinde
do conhecimento, mesmo tirando fotos com celular, assistindo a televisão, vendo
na TV naves teleguiadas andando em Marte. Com fé e sem instrução podemos até
admitir que é “tudo filme”, que é mentira que tenhamos mandado sondas a Marte,
ou no mínimo colocamos essa informação lá atrás, na parte posterior do cérebro
onde nem cavoucando com Freud possa ser encontrada para não termos que lidar
com o problema da confrontação de decidir se cremos ou não. Assuntos polêmicos
são como uma crista de montanha, onde a água que cai escorrega sempre para os
dois lados. Da mesma forma que a água nas cristas das montanhas, uns acreditam
que as polêmicas são verdades, outras que não. Algumas polêmicas teimam em
percorrer o imaginário popular ao longo de milênios, séculos, décadas, anos.
Parece-nos difícil imaginar
como seria o “nível” intelectual ou de instrução dos povos da antiguidade, mas
por incrível que pareça, nossos povos, em sua maioria, não diferem em nada dos
de 12.000 anos atrás, principalmente entre classes menos favorecidas – a dos
pobres e miseráveis – servindo para tal definição a que o Banco Mundial costuma
utilizar: Quem ganha até dois dólares por dia (cerca de quatro reais em
novembro de 2012), acrescida de um fator de correção elevando - por nossa conta - este valor para
vinte dólares por dia. Isso coloca neste grupo cerca de sessenta por cento da
população mundial, ou seja, cerca de cinco bilhões de pessoas. Sem instrução,
as notícias que lhes chegam não podem ser entendidas, avaliadas, comparadas. Podem
ter ouvido dizer que o homem já foi à Lua, sabem onde fica a Lua, sempre lá no
alto à noite tal como anúncio luminoso, mas não têm idéia de todo o processo
histórico e tecnológico para chegar lá, nem que é redonda, nem que mostra
sempre o mesmo lado voltado para a Terra. Se souberem que a Terra é redonda,
será por acaso. Ouviram falar em milagres, mas nunca viram nenhum. Nós mesmos
que somos um pouco mais instruídos também não vimos.
O grande problema da fé, é
que está associada à ignorância, e quando se tenta explicar algo a um ignorante
cheio de fé, ele sabe que por esse caminho não terá escapatória e terá que
ouvir uma verdade que não poderá “explicar” nem entender. Então se bloqueia nas
torres da fé e não lê, não vê, não escuta nada que lhe possa abalar a fé. É
assim com a ala mais renitente do partido político do PT, no Brasil, que vê no
oportunista Lula o salvador da Pátria porque distribuiu meia dúzia de bolsas
família, uma ninharia, enquanto ele mesmo enriqueceu usando o poder em causa
própria. Se sacrificarem Lula no recinto da Lei, como merece, dirão a futuro
que foi injustiçado e abrirão uma igreja em seu nome.
Então, analisemos a estória
de algumas afirmativas que ao longo da história nasceram, caíram no gosto do
povo de então – lá atrás no tempo – e acabaram por chegar a nossos dias de
forma intacta ou ligeiramente modificada, sendo tomadas, essas afirmativas,
como verdadeiras, ou pelo menos, no conceito da mais alta fé.
Herança celta
Os celtas viveram na Europa
Ocidental entre 2.000 AC e 400 DC, em plena idade do ferro. Na península
ibérica misturaram-se com os iberos dando origem aos celtiberos, base da
população antes da chegada dos romanos. Não deixaram registros escritos, e o
que sabemos origina-se de escritos romanos sobre eles. Sabemos que tinham mais
de 300 deuses e algumas superstições, crenças. Acreditavam no além o que se pode comprovar em
seus túmulos onde os mortos foram enterrados com suas armas e outros pertences,
além de canções celtas cujos “bardos” ou cantores, passavam suas lendas de boca
em boca atravessando os séculos. Ficou-nos como uma das heranças, a comemoração
do dia dos mortos, levando-lhes flores, tal como eles fizeram por milênios, no
dia 1º de novembro. A igreja católica apoderou-se desta comemoração, que era
famosa e corrente na Europa céltica, transformando este dia no dia de todos os
santos. A história faz sua justiça e quando se fala em 1º de novembro,
reconhece-se como dia dos mortos. Vamos todos aos cemitérios e não à igreja
para ver todos os santos.
Já como civilização, temos
notícia da existência da egípcia desde cerca de 3.000 AC. Uma das heranças é
sem dúvida a cerveja que eles inventaram e servia como parte de pagamento para
trabalhadores. Mas a mumificação causa mais impacto nos dias de hoje e nos
chama a atenção.
Os egípcios foram dos
primeiros povos a acreditar na vida eterna A alma ou Ká dos mortos era julgada
no tribunal de Osíris, e se pesasse mais do que uma pluma era enviada para um
inferno e se pesasse menos, a alma voltaria para o corpo dando-lhe nova vida. Em
tantos milênios, creio que nenhum egípcio voltou a ver um morto ressuscitado,
mas fé é fé. Então, para preservar os corpos para a nova vida, descobriram
produtos que pudessem conservar o corpo por muito tempo, sendo necessário
extrair o cérebro e as vísceras, porque não conseguiram aprender como conservar
estas duas importantes partes do copo. Os egípcios nunca se perguntaram o que
faria uma alma reencarnada num corpo sem cérebro e sem intestino estômago,
coração, pulmões, mas isso não era importante – nem questionável, por que
atrapalharia – a fé egípcia. Como os corpos passavam por um longo período de
tratamento, e fediam realmente, desenvolveram a industria dos perfumes e
cosméticos. Estes já eram uma preparação prévia, em vida, para a “preservação”
do corpo visando a vida “eterna”. Os ricos eram todos muito bem embalsamados, crendo que suas almas não pesariam mais que uma pluma, seus túmulos cheios de iguarias, antigos servidores mortos para servi-los no
além, cães e gatos, navios, cavalos, carruagens. Rico tinha fé de que não ia
para o inferno. Ainda hoje os donos dos templos são ricos e não embalsamam
ninguém, embora lhes extirpem o cérebro com instrumentos cirúrgicos de “fé” e lhes tirem todos os "trocados disponíveis". Mas como se vem dizendo, fé é fé, e pronto!
Também hoje, com operações
plásticas que substituíram os embalsamamentos e os cosméticos, se vêm pelas
ruas perfeitas múmias egípcias, cheias de fé de que rejuvenesceram e estenderão
sua expectativa de vida, mesmo antes de enfrentarem qualquer tribunal... Olhem
com atenção que vão vê-las.
O pior dos legados romanos
foi a lei romana – com base no direito romano – que embora tenha sido abolido
constitui, em seus fundamentos, a base do direito no Brasil e em quase todos os
países do mundo. Pior, porque foi feito para um povo constituído de patrícios,
plebe, escravos e estrangeiros, e por famílias dominadas pelo “pater família”,
mulheres ficaram mais uma vez de fora. Havia leis para os patrícios, a família, os escravos e os
estrangeiros. O mundo mudou, mas as leis embora tenham mudado, bem devagar, têm
em sua aplicação e interpretação o poder dos magistrados, gerando o dito
popular “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. Quem está no governo, ocupa bons
cargos ou é “amigo” do governo, não quer mudar nada. Assim está bom demais
(para eles). Por essa razão a principal característica dos candidatos a cargos
de governo é a ambição. Eles não têm realmente interesse em beneficiar as
classes menos privilegiadas de quem extraem os impostos, dando-lhes apenas
paliativos, como a bolsa família do Lula. Recentemente no Brasil vimos o
julgamento do mensalão, com duas atitudes diferentes dos magistrados, sendo que um deles, Lewandovsky, em vez da imparcialidade adotou a postura de “defensor” dos réus, aliviando-lhes
a sentença em favor dos “patrícios” do governo que estavam no banco dos réus e
fora dele.
O pior, pior, pior do
direito romano foi o desprezo pelas mulheres. Até hoje elas nos atazanam as
idéias buscando a sua liberdade – com todo o direito – que lhes foi tirado
desde a antiguidade. Para falar a verdade, desde os escritos sobre o
“gênesis”... Elas merecem muito mais do que a simples igualdade!
A melhor das heranças foram
os conceitos de cidadania e democracia plena, se bem que a própria democracia
tenha sido contestada pelos próprios gregos sofistas que logo ao nascer deste
belo conceito, o transformaram de uma democracia participativa (a verdadeira)
em democracia representativa que nos chegou até nossos dias. Frustrados, vemos
nossos “representantes” aumentarem os próprios salários, banquetearem-se com as
verbas dos impostos dos quais distribuem uma parte entre os “amigos” de forma
tal que nos deixam ainda mais perplexos ao vermos que apesar de ajudas como
bolsa-família e coisas do gênero, nada de essencial muda. Aliás, a tal de
bolsa-família não resolve o problema da pobreza, apenas a mantém calada, dando
votos ao partido para que tudo continue como está. Como é uma questão de fé, em meio
ignorante (não por culpa deles), acreditam que esse é o “caminho”.
Na democracia participativa da Grécia antiga, o povo juntava-se em praças públicas e votava levantando a mão para concordar com o assunto que estava sendo votado. Hoje isso seria possível através de celulares ou redes sociais. Alguns países já fizeram isso, como a Suíça, a Islâdia, a Noruega, Finlândia e Súecia Um dia chegará ao Brasil
Na democracia participativa da Grécia antiga, o povo juntava-se em praças públicas e votava levantando a mão para concordar com o assunto que estava sendo votado. Hoje isso seria possível através de celulares ou redes sociais. Alguns países já fizeram isso, como a Suíça, a Islâdia, a Noruega, Finlândia e Súecia Um dia chegará ao Brasil
Chegando a certa idade já
fica difícil arranjar companheiro ou companheira. Algumas, bastantes e muitas mulheres
da idade média - antes durante e depois deste período - de forma isolada ou em
grupos, reuniam-se para “aliviar” a tensão e o tesão. De certa forma ainda hoje
sentimos dificuldades em arranjar alguém “confiável” com quem possamos fazer sexo.
Naquela época era “muito feio” as mulheres andarem em bares, ou pelas ruas
buscando companheiros. Por isso algumas delas associaram algumas ervas
conhecidas, à base de beladona ou cogumelo “amanita muscarea” ou Canabis Sativa e
outras drogas, a um pau de vassoura, besuntando-a com essas ervas. Como não usavam cuecas nem calcinhas, montavam na
vassoura onde tinham passado esses unguentos. Em contato com a pele fina da vagina,
os princípios ativos entravam no sangue e provocavam delírios que as deixavam
completamente fora de si, em êxtase. A Diabólica Inquisição viu nessas mulheres
um excelente bode expiatório e uma alavanca excelente para estender a
perseguição religiosa a outros setores da sociedade, como judeus, gente rica,
proprietários de terras, que mandavam para a fogueira e dos quais tomavam os bens
para a própria igreja ou para distribuí-los pelos amigos e colaboradores. Os
bruxos masturbavam-se e nunca foram importunados de modo geral. Evidentemente
que em êxtase as bruxas se viam voando, nos píncaros do céu...
Hoje, “bruxos” e “bruxas”
andam pelas ruas aos oitenta anos a caminho de encontros sexuais. Quando não
têm ninguém, eles se masturbam ou compram bonecas infláveis para aliviar a
tensão ou a tesão. Elas, as lindas e belas bruxinhas, quando não têm
companheiro confiável usam vibradores de todos os tamanhos e formatos, cada
vibrador como cesto que tem a sua tampa, adequado ao diâmetro e profundidade de
sua vagina. A perseguição religiosa, a partir de 1783 foi alegremente
contestada pelo movimento Halloween quando se comemora o dia das bruxas. Até
criancinha sai pelas ruas, brincando de bruxa. Um dia ainda nos livraremos de
outras crendices que igrejas espalham pelo mundo e mantêm para o próprio bem
estar de seus dirigentes. Realmente é-lhes muito confortável. Nós homens, já poderíamos ter deixado de ser "machistas" há milênios, se desde esse começo tivessem ensinado a verdade e não superstições, crendices, mitos...
O problema maior é que
muitos fiéis sabem que há algo de podre no “reino da Dinamarca” mas se não
acreditarem, pensam que ficam sem “deus”. Então, alimentam a fé e continuam. Lá
por dentro, na alma, só eles sabem as interrogações que se fazem sem coragem de
pesquisar outras verdades, que apesar de contestarem, não negam a existência de
D’Us. Vêm D’Us de modo diferente,
apenas.
Fim da parte 1 – (se gostou
e espera a parte 2, por favor, junte-se aos seguidores do blog)
Rui Rodrigues
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