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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Éden sempre foi aqui! ... O fim até 2.055 ...

O Éden sempre foi aqui! ... O fim do Éden até 2.055



Na ultima semana de Outubro de 2014, antes do dia de Haloween e de Finados, o mundo se deparou com uma porção de vídeos lançados nas redes sociais: A vida na Terra poderia ser extinta em função do aquecimento global e de produtos químicos já armazenados no subsolo e na atmosfera desde a revolução industrial, e o que é estarrecedor, até um máximo de 4 décadas. Todas as emissões de CO2 deveriam cessar imediatamente e mesmo assim sem garantias de reverter o processo. O maior perigo estaria no Ártico, onde uma camada subterrânea de poluentes gasosos estaria começando a evaporar devido ao degelo das camadas sobre o oceano. Neste momento o Ártico está cheio de cientistas conferindo os estudos que outros já fizeram e publicaram.

Vamos morrer todos até 2055, mais ano menos ano... Já falta água no Brasil e em particular na cidade de São Paulo. Os rios e lagos africanos estão secando. Na Europa 400.000.000 de aves de espécies comuns morreram nos últimos 30 anos por degradação do habitat. Espécies estão se extinguindo a uma média alarmante. Os indícios são realmente alarmantes. Ocupamos demasiadamente o planeta; jogamos nossos excrementos e dejetos em excesso no mar, em terra e na atmosfera; baseados na máxima do “crescei e multiplicai-vos” [1] não nos demos conta de que o planeta é redondo, sem saída de emergência, não há escadarias para o céu onde muitos já compraram lugar mesmo sem saber se existe, e portanto limitado a uma determinada quantidade de vida ou biomassa; o sol brilha para todos os que existem mas não para todos os que “fabricamos” e na hora da agonia final, toda a nossa prédica sobre moral, ética, religiosidade,bondade, caridade se esvaem e agiremos como os habitantes da Ilha de Páscoa quando as suas florestas se extinguiram pelo descontrole no uso, e ficaram sem o que comer: Refugiaram-se em cavernas onde se fortificaram e daí saiam para caçar e comer os outros habitantes desprotegidos ao ar livre sem árvore onde se pudessem acoitar. Pararam de fazer Moais, aquelas estátuas gigantescas de pedra que eram os seus “deuses”. Nem as estátuas se mexeram para ajudá-los, nem os nossos deuses imateriais aparecem nessas horas para nos salvarem: Já vamos para a sexta extinção em massa neste nosso planeta. Nos dias de hoje, homens de pouca fé, como eu (nos deuses que nos ensinaram a cultuar) leram muitas páginas da história Universal de nosso planeta e sentaram-se por anos nos bancos de universidades escutando os homens da ciência. Não há como ter fé que não seja nas nossas capacidades de adaptação e desenvolvimento para sairmos deste problema crucial, desta catástrofe em que os últimos a morrer não terão quem os enterre, lhes dêem um “enterro cristão” [2]...



O que esperar num mundo que não vê um futuro à sua frente? Nada diferente do que já estamos vendo, apenas de forma bem mais intensa: Sem muito interesse em constituir famílias; extremamente preocupados com a própria sobrevivência e bem estar; reforço da segurança em todos os níveis; sujeitos a uma violência urbana crescente da qual nem os campos e os mares podem escapar; as leis dos mais fortes impostas; aviltamento das instituições, da moral e da ética; reclusão em lares por vontade própria; desregramento da economia, da produção; lutas de ruas, movimentos pró e contra qualquer coisa que ameace alterar o “status-quo” em cada recanto do planeta; fome, sede... Muita fome e sede! O processo de extinção se acelerará porque se comerá qualquer coisa viva que se encontre. A ONU já convida a inclusão de insetos no cardápio diário da humanidade para que nos habituemos a sobreviver. A ultima floresta a morrer será a Amazônia, quem sabe a do Canadá por ter clima mais ameno quando as temperaturas entre trópicos (de Câncer e Capricórnio) forem altamente nocivas à vida.

Não temos naves espaciais suficientes para todos, nem nos preocupamos antes em construir estações de colonização na Lua nem em Marte, e desde a década de sessenta (1960) que já pisamos na Lua... Perdemos todo esse tempo e dinheiro em compras em supermercados, guerras, viagens de automóvel, navio, avião, desperdiçamos tempo e dinheiro porque o comércio se impôs ao bom senso da ciência. A ciência perdeu sua batalha para a religião, a política e o comércio, e agora depende dela a salvação do mundo... Que parece, por sua vez, não dar a mínima para a ciência: O mundo é um ser, uma entidade VIVA!... Viva e inteligente que se adapta às suas próprias alterações para evoluir. Se os seres humanos a degradam, ela degrada o ambiente dos seres humanos e os exclui, os extingue de sua face. Antes de respeitarmos Deus e deuses, temos que respeitar primeiro a Natureza, cujas leis dominam e gerem este planeta, a casa em que vivemos, a casa de Deus se assim desejarem entender o que é este planeta e a natureza. Não fomos expulsos do Éden: Sempre estivemos nele, mas não o reconhecemos e o degradamos. Tornamo-lo inabitável e é a vida eterna da humanidade que perecerá. Até os dias de hoje nos parecia eterna, antes da degradação. Até na forma de representarmos o Éden se nota que sempre foi aqui, com Leite e Mel, árvores, água, animais e aves selvagens, répteis, insetos, peixes. Por que não o reconhecemos em nosso planeta e o desprezamos? Porque a fé move montanhas e era preciso dar lucro aos templos desviando a atenção do que já temos e oferecendo aos fiéis a mesma coisa exatamente num lugar tão longe e inacessível que era necessário morrer primeiro para o alcançar desde que se passasse pelos templos e contribuíssemos com bens pecuniários, bens de raiz, imóveis. A Humanidade sob pressão de governos e templos, não conseguiu enxergar que o Éden sempre esteve aqui, e que foram os poderosos que o deturparam.



Segundo os cientistas [3] – e temos que acreditar neles porque eles sabem e nós apenas imaginamos – o processo de evolução da Terra para um planeta “diferente” já começou há décadas . Parte devido á sua própria evolução, parte devido à ação humana de degradar tudo o que vê para seu “conforto”. Uma guerra nuclear hoje iria apressar o fim ainda mais. Considerando um horizonte de quatro décadas no futuro, talvez não fosse má idéia para evitar o sofrimento das doenças, da fome, sem amparo. Há sinais de alterações também no nosso comportamento, a exemplo dos animais que pressentem terremotos, mudanças no comportamento da natureza e detectam inicio de tempestades. Afinal também somos animais. Nosso comportamento tem-se mostrado mais agressivo em atentados, formação de grupos de extermínio, divisões políticas dentro de fronteiras, domínio da economia mundial por grandes empresas, domínio da política nacional por essas mesmas empresas ainda que se disfarcem de socialistas, ambição exagerada, o reavivar de velhas filosofias políticas degradadas como alavanca para a comoção de populações e indução ao governo perpétuo: Os últimos dias passados num Éden particular onde pensam que serão os últimos a morrer cercados de todo o conforto e um exército para lhes proporcionar tudo o que desejam: A humanidade a seus pés!... Exagerado... Dirão que estou exagerando... Mas tenho ainda quatro décadas para que vejam e comparem o que digo com o que irão ver ao longo desses poucos, parcos, difíceis anos. Nada ficará melhor. Só irá piorar. Cuidem-se os que acreditarem, mas parece que não poderão nem poderemos nos cuidar.   A natureza está revoltada e não há nada que a segure ou impeça.

® Rui Rodrigues.




[1] No termo “crescei” está implícita a evolução, o crescimento na evolução, na adaptação, na ciência até mesmo para sobreviver, mas nos templos não se admite muito bem a evolução nem a ciência. Não há razão para isso.
[2] E nem por isso irão para o Inferno.

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