O Éden sempre foi aqui! ... O fim do Éden até 2.055
Na ultima semana de Outubro
de 2014, antes do dia de Haloween e de Finados, o mundo se deparou com uma
porção de vídeos lançados nas redes sociais: A vida na Terra poderia ser
extinta em função do aquecimento global e de produtos químicos já armazenados
no subsolo e na atmosfera desde a revolução industrial, e o que é estarrecedor,
até um máximo de 4 décadas. Todas as emissões de CO2 deveriam cessar
imediatamente e mesmo assim sem garantias de reverter o processo. O maior
perigo estaria no Ártico, onde uma camada subterrânea de poluentes gasosos
estaria começando a evaporar devido ao degelo das camadas sobre o oceano. Neste
momento o Ártico está cheio de cientistas conferindo os estudos que outros já
fizeram e publicaram.
Vamos morrer todos até 2055,
mais ano menos ano... Já falta água no Brasil e em particular na cidade de São
Paulo. Os rios e lagos africanos estão secando. Na Europa 400.000.000 de aves
de espécies comuns morreram nos últimos 30 anos por degradação do habitat.
Espécies estão se extinguindo a uma média alarmante. Os indícios são realmente
alarmantes. Ocupamos demasiadamente o planeta; jogamos nossos excrementos e
dejetos em excesso no mar, em terra e na atmosfera; baseados na máxima do “crescei
e multiplicai-vos” [1]
não nos demos conta de que o planeta é redondo, sem saída de emergência, não há
escadarias para o céu onde muitos já compraram lugar mesmo sem saber se existe,
e portanto limitado a uma determinada quantidade de vida ou biomassa; o sol
brilha para todos os que existem mas não para todos os que “fabricamos” e na
hora da agonia final, toda a nossa prédica sobre moral, ética,
religiosidade,bondade, caridade se esvaem e agiremos como os habitantes da Ilha
de Páscoa quando as suas florestas se extinguiram pelo descontrole no uso, e
ficaram sem o que comer: Refugiaram-se em cavernas onde se fortificaram e daí
saiam para caçar e comer os outros habitantes desprotegidos ao ar livre sem
árvore onde se pudessem acoitar. Pararam de fazer Moais, aquelas estátuas
gigantescas de pedra que eram os seus “deuses”. Nem as estátuas se mexeram para
ajudá-los, nem os nossos deuses imateriais aparecem nessas horas para nos
salvarem: Já vamos para a sexta extinção em massa neste nosso planeta. Nos dias
de hoje, homens de pouca fé, como eu (nos deuses que nos ensinaram a cultuar)
leram muitas páginas da história Universal de nosso planeta e sentaram-se por
anos nos bancos de universidades escutando os homens da ciência. Não há como
ter fé que não seja nas nossas capacidades de adaptação e desenvolvimento para
sairmos deste problema crucial, desta catástrofe em que os últimos a morrer não
terão quem os enterre, lhes dêem um “enterro cristão” [2]...
O que esperar num mundo que
não vê um futuro à sua frente? Nada diferente do que já estamos vendo, apenas
de forma bem mais intensa: Sem muito interesse em constituir famílias;
extremamente preocupados com a própria sobrevivência e bem estar; reforço da
segurança em todos os níveis; sujeitos a uma violência urbana crescente da qual
nem os campos e os mares podem escapar; as leis dos mais fortes impostas; aviltamento
das instituições, da moral e da ética; reclusão em lares por vontade própria; desregramento
da economia, da produção; lutas de ruas, movimentos pró e contra qualquer coisa
que ameace alterar o “status-quo” em cada recanto do planeta; fome, sede...
Muita fome e sede! O processo de extinção se acelerará porque se comerá
qualquer coisa viva que se encontre. A ONU já convida a inclusão de insetos no
cardápio diário da humanidade para que nos habituemos a sobreviver. A ultima
floresta a morrer será a Amazônia, quem sabe a do Canadá por ter clima mais
ameno quando as temperaturas entre trópicos (de Câncer e Capricórnio) forem
altamente nocivas à vida.
Não temos naves espaciais
suficientes para todos, nem nos preocupamos antes em construir estações de
colonização na Lua nem em Marte, e desde a década de sessenta (1960) que já
pisamos na Lua... Perdemos todo esse tempo e dinheiro em compras em
supermercados, guerras, viagens de automóvel, navio, avião, desperdiçamos tempo
e dinheiro porque o comércio se impôs ao bom senso da ciência. A ciência perdeu
sua batalha para a religião, a política e o comércio, e agora depende dela a
salvação do mundo... Que parece, por sua vez, não dar a mínima para a ciência:
O mundo é um ser, uma entidade VIVA!... Viva e inteligente que se adapta às
suas próprias alterações para evoluir. Se os seres humanos a degradam, ela
degrada o ambiente dos seres humanos e os exclui, os extingue de sua face.
Antes de respeitarmos Deus e deuses, temos que respeitar primeiro a Natureza,
cujas leis dominam e gerem este planeta, a casa em que vivemos, a casa de Deus
se assim desejarem entender o que é este planeta e a natureza. Não fomos
expulsos do Éden: Sempre estivemos nele, mas não o reconhecemos e o degradamos.
Tornamo-lo inabitável e é a vida eterna da humanidade que perecerá. Até os dias
de hoje nos parecia eterna, antes da degradação. Até na forma de representarmos
o Éden se nota que sempre foi aqui, com Leite e Mel, árvores, água, animais e
aves selvagens, répteis, insetos, peixes. Por que não o reconhecemos em nosso
planeta e o desprezamos? Porque a fé move montanhas e era preciso dar lucro aos
templos desviando a atenção do que já temos e oferecendo aos fiéis a mesma
coisa exatamente num lugar tão longe e inacessível que era necessário morrer
primeiro para o alcançar desde que se passasse pelos templos e contribuíssemos
com bens pecuniários, bens de raiz, imóveis. A Humanidade sob pressão de governos
e templos, não conseguiu enxergar que o Éden sempre esteve aqui, e que foram os
poderosos que o deturparam.
Segundo os cientistas [3] –
e temos que acreditar neles porque eles sabem e nós apenas imaginamos – o
processo de evolução da Terra para um planeta “diferente” já começou há décadas
. Parte devido á sua própria evolução, parte devido à ação humana de degradar
tudo o que vê para seu “conforto”. Uma guerra nuclear hoje iria apressar o fim
ainda mais. Considerando um horizonte de quatro décadas no futuro, talvez não
fosse má idéia para evitar o sofrimento das doenças, da fome, sem amparo. Há
sinais de alterações também no nosso comportamento, a exemplo dos animais que
pressentem terremotos, mudanças no comportamento da natureza e detectam inicio
de tempestades. Afinal também somos animais. Nosso comportamento tem-se
mostrado mais agressivo em atentados, formação de grupos de extermínio,
divisões políticas dentro de fronteiras, domínio da economia mundial por
grandes empresas, domínio da política nacional por essas mesmas empresas ainda
que se disfarcem de socialistas, ambição exagerada, o reavivar de velhas
filosofias políticas degradadas como alavanca para a comoção de populações e
indução ao governo perpétuo: Os últimos dias passados num Éden particular onde
pensam que serão os últimos a morrer cercados de todo o conforto e um exército
para lhes proporcionar tudo o que desejam: A humanidade a seus pés!... Exagerado...
Dirão que estou exagerando... Mas tenho ainda quatro décadas para que vejam e
comparem o que digo com o que irão ver ao longo desses poucos, parcos, difíceis
anos. Nada ficará melhor. Só irá piorar. Cuidem-se os que acreditarem, mas
parece que não poderão nem poderemos nos cuidar. A natureza está revoltada e não há nada que
a segure ou impeça.
® Rui Rodrigues.
[1] No termo “crescei” está
implícita a evolução, o crescimento na evolução, na adaptação, na ciência até
mesmo para sobreviver, mas nos templos não se admite muito bem a evolução nem a
ciência. Não há razão para isso.
[2] E nem por isso irão para o
Inferno.
[3] Ver o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=yerIUOwCiHY
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