África – Passado e futuro
Amo a África. Não é um
sentimento piegas, ou qualquer coisa do gênero. Minha admiração deve estar
relacionada com os meus genes que habitam meu corpo branco, mas cuja origem dos
primeiros genes vieram da fossa de Olduvai, onde surgiram os primeiros
hominídeos que dariam origem ao Homo Sapiens do qual fazemos parte todos os
seres humanos deste planeta.
Mas minha admiração por
África, meu amor por África, ainda tem outra componente que reforça a primeira.
A origem das primeiras civilizações humanas, que surgiram no Médio Oriente e no
Norte de África. Refiro-me em particular ao Egito dos Faraós, onde entre
780.000 e 120.000 anos atrás se fixaram as primeiras aglomerações humanas, no
final da era do paleolítico mais precisamente no Pleistoceno Médio. Sua concentração ao longo do Nilo, deveu-se
ao aumento da temperatura na região que secou pastagens e derrubou florestas
para sempre, dando origem ao deserto do Saara. Entre 8.800 AC e 6.800 AC,
dizem-nos os paleontólogos, já se domesticavam animais na base do pastoreio,
coletando-lhes leite e sangue, mas sem evidências de aproveitamento da carne. Por
volta de 5.500 AC, há evidências de comércio em Faium e a certeza de que
dominavam a agricultura. Começa aqui, no norte de África, a Civilização
africana. Há divergências quanto à civilização mais antiga do planeta, mas isso
não importa realmente para os fins deste artigo. A antiguidade da civilização
egípcia já é suficiente para explicar meu respeito e admiração por África.
Mas ainda há mais!
Quando a Europa já estava
desmatada, sem florestas expressivas, e já se plantava em qualquer lugar
disponível, como beiras de estradas, e já não havia animais selvagens, África
guardava campos imensos, florestas, manadas de animais selvagens que fizeram a
minha delícia de infância e apreciar a natureza. Mas, embora fosse normal – se
assim podemos dizer - que desde a antiguidade de milhares de anos atrás, se
fizessem escravos, o preço que África pagou por este costume foi muito alto e
deveu-se ao seu amor pela natureza. África resolveu, com a ajuda de seus
líderes, que poderiam entender o progresso como fator não tão importante como a
preservação da natureza e o seu convívio. Por essa oportunidade, os egípcios já
faziam escravos entre os núbios, que depois ascenderam ao poder como faraós,
como se fosse uma compensação histórica tardia. Com o desenvolvimento da
navegação em busca de riqueza e comodismo, seguiram-se os árabes a fazer dos
negros escravos, e as potências ocidentais.
As primeiras formas de governo
conhecidas foram as teocráticas, isto é, baseadas na descendência direta dos
reis do deus em que acreditavam, e mais tarde,
com o desenvolvimento do conhecimento por parte do povo, baseado na sua
“representatividade”. Desta forma, os reis já não eram filhos desses deuses,
mas os “escolhidos” por eles para que promovessem a “ordem”, combatessem o
“caos”. Eram escolhidos através de um sacerdote ou profeta que “interpretava”
as vontades divinas. Sempre aparece na história quem ache que fala com deus. Naquela
época davam-lhes ouvidos porque os sacerdotes mandavam no mundo. Hoje quem
disser uma coisa dessas é sério candidato a uma clínica de repouso. Somos levados a pensar que nos (a nós povo)
nos enganaram por muito tempo e ainda continuam enganando de outras formas.
Por aquela época os deuses
eram eminentemente guerreiros. Cada civilização achava que seus deuses eram os
mais poderosos, como hoje cremos em times de futebol. Na França, o último rei
absolutista foi Luis XIV, o rei sol, e décadas depois surgiu a revolução
francesa com a tão sonhada liberdade, igualdade, fraternidade que nunca se viu
em lugar nenhum, nem hoje. O poder está completamente dissociado da vontade
popular, e com o governo estão as forças policiais e as demais e ainda mais
poderosas forças armadas. Jogam-nos gás de pimenta, balas de borracha, soltam
cacetadas e gás lacrimogêneo se falamos um pouco mais alto pelas ruas, proíbem
passeatas, as greves agora podem ser legais ou ilegais, os sindicatos não têm a
força do passado, e quem nos defendem na justiça, aos que não têm dinheiro para
pagar bons advogados, são funcionários do Estado. Visto assim, não difere muito
dos governos da cortina de ferro stalinista que mataram russos aos milhões e os
encarceraram em gulags. Democracias mesmo, verdadeiras, participativas, nem
atrás nem na frente da cortina de ferro. Os governos, através dos partidos que
impõem as linhas dos políticos fazem tudo “em nosso” nome e nem nos perguntam o
que queremos, o que coloca a democracia, tal como a conhecemos, a
representativa, num picadeiro de circo.
É sob este aspecto que,
devido à diferença de índices de alfabetização entre o ocidente europeu e
África, os governos são mais prepotentes em África, porque não encontram
oposição e os partidos, normalmente, governam em “conjunto”, quando não se
trata de ditadores que vitalícios ou não, se perpetuam no poder através de
figuras políticas que cuidam de seus interesses – e não dos interesses do povo.
Para saber como funciona uma
Democracia participativa, verdadeira, real, o site a seguir indicado contém uma
minuta de uma nova constituição que pode ser adaptada para qualquer país, e um
resumo com cinco (5) itens com as características principais que diferenciam a
falsa democracia (representativa) da verdadeira (participativa). A tecnologia
moderna garante a sua aplicação.
África não pode ficar
eternamente no passado. Algum dia tem que retomar o que deixou passar: o futuro
e o progresso. Por mais que o futuro pareça longe e distante, podemos acreditar
que não: Está logo ali, alguns passos à frente do primeiro passo.
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