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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Como será uma civilização extraterrestre



Como será uma civilização extraterrestre
(Na foto, corpo de extraterrestre atribuído aos arquivos de Roswell)

Já vimos bastantes filmes de extraterrestres que teriam chegado por aqui, ou que teríamos encontrado lá longe, no meio das estrelas longínquas. Particularmente sou dos que acreditam que a vida, tal como a conhecemos, existe também em outros planetas onde seja possível e garantido que possa surgir, reproduzir-se, alimentar-se, viver e morrer. Como os planetas têm dimensões limitadas, é necessário que a vida morra e não prolifere muito, sob pena de não ter com que se alimentar. Algo que nos chama a atenção é o fato de os filmes os mostrarem, sem muito detalhe, sem jamais nos deixarem ver o que imaginam que possa ser a sua vida em seus planetas. Mas veremos que não é tão difícil imaginar...

Para construírem uma civilização, precisam descobrir a agricultura (afinal eles comem, não?) fixar-se em cidades. Podemos duvidar disto, mas até as formigas e os cupins sabem disto quando constroem seus lares onde armazenam alimentos e procriam. Pássaros têm um lar a que chamamos ninho, elefantes vivem em manadas porque ainda não descobriram a agricultura e isso lhes pode custar a existência. Além do mais suas patas não são nada aptas a manejar qualquer coisa, por mais simpáticos e inteligentes que possam ser. Mas se temos duvidas sobre isto, o que é certo, absolutamente certo, é que a primeira coisa que aprenderão nas escolas, em matemática, é que um mais um é igual a dois. Isto é fundamental, básico e uma verdade universal no sentido de que pertence a todo o universo. Lugar onde um mais um não seja considerado igual a dois, não tem civilização porque não poderão construir sequer uma casa, medir, calcular. E para ir á escola, precisarão de estradas e veículos para que possam ser transportados. A língua deles poderá ser semelhante a alguma das nossas conhecidas, ou já mortas, como o latim, e a forma de escrever também, mas falarão e escreverão para se comunicarem e colocarem avisos onde necessitem.   Em suma, farão tudo o que costumamos fazer, com um aspecto diferente, língua diferente, mas terão olhos para ver, caso contrário não saberão onde estão, o que os cerca, e não verão estrelas para que possam um dia se perguntar o que são e como chegar nelas.

Na geometria, os triângulos deles serão calculados da mesma forma que os nossos, e não haverá triângulos diferentes, exceto os que se desenham sobre superfícies curvas, mas estes já conhecemos: quando desenhados pela superfície externa de um globo, de vidro, por exemplo, a soma de seus ângulos internos é maior que 180 graus. Desenhados pela parte interna, têm menos de 180 graus. Aprenderão a extrair a raiz quadrada e como se locomovem, porque sem locomoção não se pode pensar numa civilização, têm membros e um corpo, não importa quantos dedos tenham nas suas extremidades, mas terão que ter a capacidade preênsil, para poder manejar instrumentos com que construirão suas casas, suas estradas, seus prédios, seus navios se tiverem um mar, seus aviões se tiverem uma atmosfera, não importa que química contenha essa atmosfera, esses mares.

E procriarão entre si, porque sem procriação não há crescimento populacional, e certamente, eu aposto nisso, uns mandarão e outros serão mandados, porque sempre haverá entre eles os que vão para a esquerda quando lhes dizemos que vão para a direita ou não trabalhem quando deveriam fazê-lo. E haverá machos e fêmeas entre eles.  Umas serão mais agradáveis ao tato, á vista, ou aos ouvidos, ou até a todos os sentidos e serão mais disputadas. Quem sabe, serão as fêmeas que disputarão os machos, mas que a disputa existirá, disso não tenho dúvidas. E haverá prisões para afastar os mais violentos.

Disseram alguns teóricos da extraterrenidade, que no caso de existirem outras civilizações extraterrestres, seriam muito mais ou muito menos desenvolvidas do que nós, jamais com o mesmo nível de evolução. Disto eu discordo. Eles têm as suas razões, eu tenho a minha: O universo tem a mesma idade, cerca de 14,5 bilhões de anos, e é razoavelmente uniforme e simétrico constituído de galáxias como a nossa via-láctea, contadas aos bilhões, e a probabilidade de uma similaridade de evolução não pode ser descartada assim tão facilmente.

Não temos como saber se terão religiosidade, mas ao olhar o mundo em que vivem é altamente possível que o sejam, na crença de que haja um criador para tamanha obra, mas certamente não crerão em Buda, em Jesus Cristo, em Maomé, porque estes três não passaram por lá, e se passaram, Buda não seria necessariamente gordo, Jesus cristo não seria necessariamente crucificado e Maomé não teria fugido de Meca, porque Meca fica aqui no nosso planetinho. No entanto, a haver um criador, Esse não desampararia nossos amigos extraterrestres, assim como não desprotege a quem não acredita em Buda, Jesus Cristo ou Maomé. A não ser que o Criador não fosse um sujeito bom, mas para imaginar um deus ruim, melhor seria não o imaginarem porque já terão muitos problemas para resolver. No entanto, é possível que algum dos sacerdotes mais desmiolados de lá tenham mandado alguns “infiéis” para serem queimados em fogueiras, ou perseguidos religiosamente, ou ainda detonados por bombas que carregam presas ao corpo, dizendo que no paraíso há sete virgens que os esperam... E se as virgens não gostarem de sexo ou forem lésbicas? E se pelo contrário, forem as mulheres que detenham o poder? Neste caso encontrariam elas sete virgens mancebos esperando-as no paraíso? Isso não o sabemos. Teríamos que encontrá-los para termos uma conversinha sobre o assunto, mas já vou adiantando que para o surgimento de uma civilização é necessário um longo caminho de aprendizagem, passando o conhecimento de geração em geração. Para termos uma idéia do que isso representa, apesar de o universo ter 14,5 bilhões de anos, somente há cerca de 4,5 milhões de anos apareceram os primeiros hominídeos, e só há doze mil anos apareceu a primeira civilização no Egito, na Turquia ou na suméria (algo que os cientistas ainda  não ousaram afirmar).

O que isto quer dizer?

Quer dizer que ou somos muito burros ou muito inteligentes em relação à média da inteligência do universo.  Tudo depende do grau de inteligência que conseguirmos detectar nos extraterrestres, mas por mais desenvolvidos que eles sejam, e mesmo com naves que possam viajar em velocidade de dobra, não teriam tempo de chegar aqui, nem nós de chegarmos “lá” onde quer que o “lá” se situe, porque o tempo da viagem, além dos inconvenientes do tempo em executá-la, são de fazer desanimar o mais santo dos seres vivos e inteligentes. Planetas com possibilidade de vida tal como a conhecemos, estão, os que ficam mais perto, a mais de 4 milhões de anos luz, ou seja... Se nossa civilização já tivesse um grau de desenvolvimento há 4 milhões de anos atrás (quando apareceram os primeiros hominídeos), e viajando á velocidade da luz, o que é impossível, talvez já tivéssemos chegado lá, mas outro tempo igual decorreria para que pudéssemos  voltar. Certamente que a nave teria que ser imensa, porque ninguém vive esse tempo todo e seriam necessárias gerações e gerações para completarem a viagem (sem essa de criogenia, que arrebenta com todas as nossas células que estouram como aquelas bolinhas de plástico para acomodar peças frágeis).

E sem essa de viajar no tempo. Já sabemos que teríamos de controlar “buracos de verme” ou “túneis de minhoca” e construir uma máquina do tempo, mas na volta, sofreríamos uma descarga elétrica fatal, mesmo que protegidos com trajes á prova de choque elétrico, ou dentro de uma gaiola de Faraday.

Com medo de extraterrestres? Relaxe... Talvez eles estejam com mais medo ainda de nós e nem nos próximos “trocentos” milhões de anos chegarão aqui. Nem nós lá...

Por enquanto estamos sós no nosso espaço, tentando resolver os nossos problemas para não nos extinguirmos em guerras estúpidas que grassam pelo mundo, chefiados que somos por uns sujeitos e sujeitas que só pensam naquilo: na grana com que desfilam pelas ruas deste planeta, e não nos pedem opinião para nada. Serão nossos governantes os extraterrestres que tanto tememos?

Rui Rodrigues

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