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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Entrevista com a Lula [1] - Os arquivos secretos.


Entrevista com a Lula [1] - Os arquivos secretos.
(Ficção fundamentada nas aparências sem conotação de intenção de conotar, mas que até poderia ser verdade. Uma decorrência de “A entrevista com o Vampiro” que até deu em filme)


Militantes do MST, treinados em Cuba, fazem a guarda dos arquivos secretos de Lula. Todo mundo sabe disso. Agora mesmo também estão para chegar de lá 6.000 médicos militares treinados em leitura dinâmica do livro vermelho de Mao. Lula pensou de inicio que era um livro maometano. Tiveram que lhe explicar, com uso de desenhos específicos, que Mao tinha sido um líder comunista marchador – que marchou durante anos vagueando pela China – e no final, tal como Moisés que vagueou no deserto, chegou à terra comprometida, isto é, Pequim. Moisés chegou a Canaã. Lula, sem caminhar grande coisa, chegou ao planalto com um dedo a menos, aquele que se usa para folhear páginas de livros.

O agente “Zeta”, não é um agente. É uma agenta que nem a presidenta conhece porque esta também tem a bunda presa, em projetos de apoio financeiro ao presidenta Lula  quando ele era ainda presidento. Lula conhece Zeta mas não sabe que é uma agenta. É um elemento infiltrado há muitos anos pelo Zedirceu com medo que a Lula  o traísse como costuma fazer com todo o mundo. Ao contrário da Lula , ela sabe ler, escrever, fala inglês com sotaque do nordeste, espanhol de araque, que dá pro gasto, e sabe teclar nas redes sociais. Está milionária, e tem porte de periguete. Baquiana, caiu de amores por um sujeito jornalista que se faz passar por simpatizante do PT, do MST, de Cuba e arredores, o que inclui a Venezuela, que Lula sempre confunde com a vuvuzela porque as letras são muito parecidas.

Uma noite, quando o jornalista estava sentado no sofá com a Zeta na sua frente, ajoelhada fazendo um boquete, a Lula entrou na sala. Viu os dois e disse: Não sujem o tapete irando que o Ahmadinejad me deu. É uma relíquia do Papa deles, o .. o... Como é mesmo o nome do papa deles, Zeta?
- Aya,, choca-choca... tolá... choco-choco – Komeini...
- Isso mesmo... Auachockomeini. O tapete custa uma nota.
E a Lula se foi para o escritório dele, um quarto muito pequeno, com um sofá igual ao da sala e uma parafernália de instrumentos sexuais fabricados na China. Num canto, uma estátua de madeira do pai dele cheia de pregos. Era um encantamento vodu que aprendera com uns feiticeiros de Cuba, e que servia para exorcizar o fantasma do pai, um beberrão que batia na mãe do filho dele. Logo a mãe que o adorava, que o enchia de beijos, o protegia e dizia que um dia seria presidente. Numa das paredes, uma estante cheia de fitas de gravação. Lula costumava treinar seus discursos e desabafos e os gravava nessas fitas para que se precisasse, voltasse a ouvi-las. Para ele era mais fácil ouvir do que ler.

Acabado o boquete da Zeta, o jornalista, cujo nome deixaremos em segredo, até porque nem existe, é pura ficção, foi até o escritório da Lula e sem cerimônias, puxando o zíper das calças, sentou-se em frente ao caudilho e disparou:
- Vamos lá, Lula, que mola o moveu para chegar à presidência da república?
- Olha, companheiro, tive uma infância muito difícil. Meu pai, que foi até estivador, me ensinou varias coisas. Uma delas é que trabalhando não se fica rico. Sendo honesto também não. Ele teve duas famílias e era violento. Então com violência também não se chega a lugar nenhum. Ele não chegou e nenhum de meus 22 irmãos, incluindo os que morreram, conseguiram ser ricos. Então tracei o meu caminho: Botar os outros para trabalhar, mas para isso eu precisava de uma boa causa e de dinheiro. Ninguém resiste a dinheiro nem se importa de onde ele vem. A causa serviria para agregar os companheiros que não podiam receber dinheiro porque o dinheiro é curto. Não se pode comprar todo o mundo, não por moral, mas por falta de dinheiro.
- E que causa foi essa Lula?
- Veja bem, companheiro... Estávamos numa ditadura. A causa seria todo o mundo que estivesse contra a ditadura. Eram os comunistas, os socialistas, os que não foram beneficiados pela ditadura, os artistas que são sempre muito sensíveis, e os filósofos de esquerda, aqueles chatos que vêm com uma dialogologia que excluía a grana, e queriam uma igualdade que nunca ninguém na história deste planeta conseguiu. E sem a ajuda da classe dominante, isto é, dos apoiadores da ditadura, aqueles que tinham dinheiro, eu conseguiria alguma coisa. Então me uni aos empresários.
- E o pessoal que o apoiava no ABC? Não ficou prejudicado?
- Olhe, companheiro... Em política temos que aproveitar as forças da “conformação”. Operários, gente humilde, estão sempre conformados, habituados à pobreza. Era o que acontecia na minha família. Vem governo, sai governo e estão sempre pobres. Esses são gente minha, assim como quem acredita em milagres vai para as igrejas e templos e ainda pagam dízimos, para ver como são idiotas, que gastam apostando numa loteria do além, crentes de que não serão castigados pelo deus deles. Compram até lugar antecipado no céu. Gente dessa é boa para votar em mim...
- Entendi – disse o jornalista – Mas então, como que os operários o continuaram apoiando estando você com os empresários nas greves?
- Mas eles não percebiam isso. Levávamos as negociações até o limite, deixando o tempo passar. Logo os trabalhadores ficavam sem dinheiro e então eu chegava e propunha um acordo que era sempre “o melhor que eu podia conseguir”. Então eu começava a desanimá-los, dizendo que as coisas poderiam até ficar pior. Aí eles topavam e continuavam a apoiar-me. Estavam no limite deles, como quando um sujeito pega uma arma e faz reféns. Aí entra a polícia para negociar, levando o sujeito até a exaustão. Não tem cu que agüente, companheiro... Heheheh.
- faz sentido, Lula. E quando perdeu as eleições? Como fez para definitivamente ganhar?
- Essa pergunta foi muito boa – disse a Lula com um sorriso matreiro – Vou batê pa tu ma tu não pode batê pa tua patota. Ta?
- Pode deixar, Lula. Sou um túmulo – Disse o jornalista sorrindo.
- Ri não que vira túmulo mesmo... Heheheh.
O sobrolho da Lula fechou-se e fez uma ruga na testa. Não estava brincando. E continuou:
- O velho Brizola, o gaúcho de três facas, me chamava de sapo barbudo. Enganou-se. Eu era uma cobra barbuda que apanha se tiver que apanhar, que mente se tiver que mentir, que rouba se tiver que roubar, que mata se tiver que matar, desde que essas atitudes me levem, sem perigo, a atingir os alvos ou os escuros que quero atingir. Digo alvos ou escuros, porque sou politicamente correto. Sem essa de pensar só em alvos. Tenho que pensar em tudo. Assim, eles não sabiam, mas havia acordos meus com os empresários e os intelectuais de esquerda. Quando o Collor, o Fernandinho do pó (acho que ele continua cheirando mas deixa pra lá) me ganhou as eleições dizendo que nem tinha dinheiro para comprar um radinho, quando eu apelei dizendo que o meu estava estragado, e levou a minha ex-mulher, aquela traíra no debate, percebi que mesmo com dinheiro era necessário algo mais: Garantir que nas entrevistas fosse tudo combinado previamente e que as emissoras de televisão tinham que estar do meu lado: Assim fiz acordos com a Globo. Ainda hoje é a empresa mais beneficiada pelo governo. Recebe dinheiro público de tudo que é lado. Se ela gemer, nós vamos lá e resolvemos o problema. Do mesmo modo as agências de Ibope, aquelas que saem logo com uma estimativa a nosso favor e todo mundo vai atrás do boato... Não haveria como perder.
- É... Deu certo mesmo... E agora com as redes sociais com mais audiência do que a Globo e outras emissoras? – Perguntou o jornalista...
- Olha pra mim, companheiro... Olha bem... Acha que sou bobo? Heheheh... Já comprei senadores que votam em tudo que lhes pedirmos para votarem. Além disso, estamos aprovando leis de “cala a boca brutucu”, para impedir os opositores de falarem besteira nas redes sociais. O custo é que é muito grande...
- Como “custo’, Lula? Não sai tudo das verbas públicas e dos seus amigos empresários?
- Pois é... Sai sim, mas é um dinheiro que poderia ser usado de outras formas. Refiro-me aos custos de credibilidade com aquela parcela da população que não entende nada de nada: Os fiéis. Tive que me unir ao Maluf, ao Collor, e a todo o lixo político do país para poder ter uma forte base aliada. Ainda tive que colocar ministros que já foram para o olho da rua, para fazerem contratos públicos de telecomunicações, etc, de forma a ganharem tudo o que puderem enquanto a população puder agüentar: É deles que vem a grana para as campanhas, para financiar a boa vida dos que me apóiam. É dando que se recebe, já dizia o Collor. Aprendi com ele. E estou aprendendo muito com o Maluf, que já foi preso. Nós que o soltamos com nossa influência.
- E essa coisa da aproximação com Cuba, Venezuela, Irã, etc? Não há desgaste político com o Ocidente e a classe dominante do Brasil?
- Sempre há algum desgaste, mas o ocidente, os líderes de governo, sabem que eu sou do capital. Beneficio todo o capital. Veja, companheiro, o caso dos Bancos, os juros que cobram, sempre altos, a pretexto de controlar a inflação. Eu bato no povo dizendo que é para o bem dele, e acreditam... Hahahahahahahaaa... Claro que os juros poderiam ser mais baixos e ter o mesmo efeito, mas isso já me rendeu uma boa grana. A mim, só, não... A todo o partido e aos militantes e empresários mais chegados. Me admiro é como o Mantega continua no governo e ainda não o tiraram. Mas tiram um... E eu ponho outro. Todos os ministros gostam de um agrado e fazem qualquer coisa que a gente manda. Os benefícios são muitos. Olha o Eike Batista... Mas ele é bobo... Burrão bunda mole. Quer ir pela cabeça dele, que vá. É sempre assim, nós fazemos o homem e o homem pensa que se fez sozinho por sua capacidade. As ações dele estão lá em baixo.
- Creio que entendi... Mas qual o futuro do PT, e o seu em termos de política?
- Que política, cara pálida... Hehehehe... Não se trata de “política”. Trata-se de subversão dos valores para ficarmos sempre no poder. É orgulho de um operário filho de um bebum, de uma família pobre chegar onde cheguei e ficar lá no topo da pirâmide. Hoje não me falta nada e ainda tomo as minhas cachacinhas de vez em quando. Agora até como caviar, ando de avião, e tenho até uma coluna no Niuiorque taimz, que a Zeta vai escrever sempre pra mim com a ajuda do Zedirceu que é bom nisso pra caramba. Ela traduz o Zedirceu para o ingreiz, e me lê. Aí eu mudo umas coisinha e a coluna está feita. Ainda vamos catarquisar o Obama pro nosso lado. Ainda vou ver o Obama dando um abraço no irmão do Fidel, porque o Fidel está com um pé e meio já na cova. Estamu fazendo uma revolução como nunca se viu na história da humidade.
E arrematou... Está na hora de um traguinho... Estou cansado e o resto do papo fica para mais tarde. Vamu nessa? E a propósito... A secretária tem uma boca e tanto, não tem? Pode acreditar.. Com uma boca daquelas, comprou muito político e empresário para o nosso lado. Ela é incrível. Sabe? Houve um dia que fiquei em dúvida se ela ou a Dilma. Optei pela Dilma para ser a presidenta porque ela tem meia família e a Zeta é diferente. Está mais para folhinha de calendário do MST. Mas.. Não estranhou que a oposição está quieta e só é contra o PT em casos sem importância que não envolvem verbas consideráveis?
- Estranhei.. É verdade- Disse o repórter.
-É que chamei todos os líderes dos partidos e disse-lhes: Sabemos que lutamos todos aqui por verbas, e que há desvios em todos os partidos. Portanto a coisa é: Roubamos sozinhos e enfrentamos a oposição, ou roubamos juntos e ninguém reclama? E foi assim!

E nosso repórter jornalista voltou para o sofá para desopilar o fígado, dar uma relaxada com a Zeta... Por um momento chegou a pensar que estava em Pasárgada, que fica no Irã... Se fosse na janela, poderia até ver Ali Babá e os 40 amigos.
Rui Rodrigues.   












[1] Nota do contador de causos: O corretor ortográfico só permite o uso de “a Lula”. 

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