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quinta-feira, 30 de maio de 2013

O livro vermelho do Crack – Tiragem bilionária.


O livro vermelho do Crack – Tiragem bilionária.

São dois assuntos: O livro e o Crack. Comecemos pelo livro.

Um bom livro tem uma capa bonita, atraente, endossos de gente famosa ou figuras públicas que o recomendam, conteúdo que tanto pode ser polêmico quanto francamente construtivo, ficção, romance, qualquer tema que tenha bom público e o texto esteja dentro da lei, admitindo-se que não haja censura num regime democrático. Assim os livros se vendem. Alguns têm tiragens de milhões de exemplares, os famosos “best-sellers”. Fato interessante, o livro vermelho de Mao (Mao Tse Tung, o líder chinês que fez uma grande marcha e foi o líder máximo do comunismo na China) teve uma das maiores tiragens mundiais. Um tema interessante ainda que polêmico apoiado por figuras públicas internacionais que o recomendavam, mas não foi vendido. Foi imposto por uma ditadura que obrigava à sua leitura por pequenos comitês que invadiam salas de aula, empresas, templos, casas e liam trechos de sua Eminência o líder máximo do comunismo chinês, Mao Tse Tung.
Imaginemos que esse livro fosse editado hoje, pela primeira vez para venda na China... Venderia muito pouco porque o livro não diz nada com nada, é uma ficção e por isso mesmo a China já não é comunista. Seria um fracasso editorial, ainda mais quando, aqui pela América do Sul, as FARC – Forças revolucionárias da Colômbia, que se supunha estar do lado dos “campesinos”, pobres e miseráveis, se uniram ao tráfico de drogas, dando como justificativa que precisavam de dinheiro. De dinheiro todo mundo precisa, muito mais nos países já mortos ou moribundos de comunismo, exatamente onde, por lógica, falta dinheiro. O comunismo, tal como no livro vermelho de Mao, foi muito bonito enquanto os países comunistas se ajudavam “socialmente” uns aos outros. Quando o dinheiro acabou, o “comunismo” sumiu. Mas o capitalismo nem é muito melhor, e o capitalismo “selvagem” é até pior. O socialismo está em cima do muro balançando sem saber para que lado cairá, mas há fortes indícios de que está caindo para o lado do capitalismo. Parece até que os cidadãos são o que menos interessa, desde que estejam dispostos a votar em cômodas eleições [1]e eleger novos governantes a cada quatro ou cinco anos. Basta passar uma vista de olhos na história e nos últimos governos socialistas da Itália, de Portugal, da Grécia, na Europa em crise disseminada pelo continente afora, para vermos que os “socialistas” acumulam capital com pobres pelas ruas. Alguns julgados, condenados, livres vivendo em Londres e outras cidades com o dinheiro desviado das verbas públicas...
E a necessidade de “fazer dinheiro”, aliada à “necessidade” de deter o poder, nos remete à guerra do Ópio entre a Inglaterra e a China, cada uma destas nações lutando para definir quem distribuiria o ópio entre a população chinesa e mundial. Com o final da guerra do ópio surgiu a Republica de Taiwan com Chiang Kai-shek no poder. Sim, o Reino Unido já desejou no passado controlar a venda do ópio sem se incomodar se o ópio destruía vidas, famílias, sociedades.

Visto que o mais importante lhes parece ser faturar, quer a comunistas, socialistas ou capitalistas, vamos agora nos deter no crack para vermos se vale a pena escrever um livro sobre esse assunto, e obrigá-lo à leitura em templos, salas de aula, lares, empresas privadas e públicas.

O crack é uma droga feita à base de pasta de cocaína com adição de bicarbonato de sódio. Normalmente é fumado. Em cerca de dez segundos chega ao sistema nervoso central e ao cérebro onde produz enorme onda de euforia que dura de 3 a 10 minutos. É tiro e queda. A vontade é tomar mais uma dose para sentir aquela euforia toda. Não dá para sair mais. Entrou no crack, não pára mais. Há tratamento, sim, mas é necessário - dizem todas as fontes de pesquisa médica - que o dependente químico esteja disposto a sair do crack. Não se sai dele sem ajuda e vontade de largar. Não há a mínima hipótese. No Brasil há cerca de seis milhões e seiscentos mil dependentes químicos de diversas drogas entre elas o crack[2]. Os traficantes têm lucros fabulosos porque os dependentes químicos fazem qualquer coisa para pagarem as suas doses: Uma boa parte rouba e mata. Não pagam impostos. Ao tráfico não interessa como o dinheiro chega até as suas mãos. O que interessa é que cheguem com dinheiro para comprar. É comum mulheres bonitas, com instrução, se transformarem em escravas sexuais dos traficantes como forma de pagar o consumo. Depois as largam na sarjeta. É nesta fase de completo desespero e abandono que homens e mulheres sentem a necessidade de largar as drogas, mas o seu centro de prazer, o cérebro, comina em contrário e os obriga a voltar ao consumo. O custo de uma diária para tratamento em clinica particular chega aos R$ 100,00. Uma internação mensal custa hoje, em maio de 2013, cerca de R$ 1.500,00.

Façamos as contas...

Seis milhões e seiscentos mil dependentes, se obrigados à força ao tratamento em clinicas particulares, ao custo de R$ 1.500,00 produziriam nesse mercado um capital mensal de R$ 9.900.000.000,00 Ou seja, dez bilhões mensais, e em um ano, R$ 118.800.000.000 (cento e vinte bilhões de reais). É um mercado considerável, se o associarmos ao tráfico de drogas que “emprega” tanta gente. Um “senhor” hiper-mercado...

E perene, como um negócio para “toda a vida”, visto que são raríssimos os que, mesmo com vontade de deixar as drogas, fiquem “limpos” por mais de dois anos após o tratamento, e muitos menos ainda ao final de três, quatro, cinco anos. Em outras palavras, os dependentes químicos entram nas unidades de tratamento, ficam por lá uns tempos, saem e voltam, saem e voltam, saem e voltam... É um comércio perene. Podemos fazer vários exercícios financeiros sobre a movimentação do mercado do tráfico no Brasil e verificar que movimenta bilhões por dia, não por mês. Mas há vários problemas. O primeiro deles é que os dependentes químicos deixam de produzir dinheiro porque acabam incapacitados para o trabalho. Segundo, que uma sociedade tem um limite para suportar cidadãos inertes que não produzem nada (os aposentados que trabalharam a vida inteira são os primeiros a sofrer). Terceiro, que com tanto dinheiro envolvido e que é necessário “lavar” podemos apostar que se os traficantes resolveram investir na política decerto já fizeram eleger algum deles, ou muitos, ou feito eleger “simpatizantes” da causa (esses eleitos fariam uma revolução nas leis, soltando quem deveria estar preso, repondo em cargos públicos quem foi condenado). E as leis estão sendo revertidas de forma drástica. Quem não toma drogas está perplexo, quem as toma se sente mais livre para tomá-las. Quem mata e fere pelas drogas sente-se no paraíso por saber que está impune, e mesmo sendo preso terá excelentes “salários-presídio”. O planeta transformou-se num cubo, a geografia do Brasil em duas dimensões: No comprimento a escala das drogas, na altura, o valor do faturamento.

Então a novidade: O Estado Brasileiro aprova lei de internação compulsória de dependentes químicos e a união pagará a conta, isto é, nós, os trabalhadores, pagaremos a conta. Como o consumo de drogas está aumentando, logo se falará de trilhões que o Estado pagará às empresas que tratam de dependentes químicos. E aparecerá o quarto problema que está na base da lei: Não há intenção de acabar com as drogas nem com o tráfico de drogas porque dão dinheiro e movimentam trilhões de reais, de dólares, libras, coroas, pesos... Teremos presidentes, senadores, deputados, egressos do tráfico de drogas e as empresas de tratamento, ricas da noite para o dia, contribuirão para as campanhas políticas que elegerão novos presidentes, quem sabe, vindos do tráfico. Afinal, o que quer uma clinica de tratamento de dependentes químicos senão que o consumo de drogas aumente?

E aí está, senhoras e senhores, a história do livro vermelho de Mao que, depois que o comunismo acabou em todo o mundo, renasce agora no Brasil com o governo do PT como uma elegia ao “consumidor” através de “bolsas-tipo”,que induzem o cidadão a esperar uma ajuda do Estado, um modo de vida... Poderia ter como título “O livro vermelho do Crack”.

Muitos e muitas não entendem que o PT e a base aliada são realmente capitalistas altamente selvagens. Dizem que são socialistas com tendências revolucionárias ao comunismo e vão transformar o Brasil num país igual a Cuba, à Venezuela de Chavez Maduro que são a expressão do paraíso... Pura ilusão! E os 6.000 médicos cubanos certamente não irão trabalhar em clínicas para recuperação de dependentes. Talvez Cuba esteja atravessando um mau momento econômico por ter formado exclusivamente médicos... Seis mil disponíveis na ilha, dá o que pensar...  Mas sempre mais vale prevenir do que remediar. Por isso, mantenham seus filhos longe do crack, longe do PT...


Rui Rodrigues.


Para consulta sobre custo de internações:




[1] Cômodas porque deixamos que votem nas Câmaras o que nós mesmos poderíamos votar via redes sociais.
[2] Em maio de 2013, o Brasil já é considerado como o maior consumidor de crack em todo o mundo. 

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