Sexo e filhos.
Quando eu tinha quatro anos uma mocinha de sete, passeando a sua mascote com uma amiga, me levou para um recanto e fiquei conhecendo a diferença entre um homem e uma mulher. Ela disse que o meu órgão ainda era muito pequeno, mas que iria crescer como os dos meninos de dez anos. Sexualidade infantil existe, sempre existiu. Nossa percepção é que não nos permite perceber quando uma criança está ou não preparada. Somos todos deficientes em percepção, e falar em sexo aos nove anos parece um absurdo. Filho de pais separados, e conhecendo bem os problemas de um casamento que não deu certo, além, evidentemente, de ver e ouvir o que acontecia à minha volta, tomei minhas providências quando pela primeira vez namorei a sério e daí em diante. Há muitas formas de demonstrar amor e fazer sexo sem penetrar, igualmente prazerosas para o casal. O uso de camisinhas que naquela época eram alvo dos olhares das beatas em farmácias, quando compradas por menores de idade ou mesmo adolescentes mais velhos, hoje já não é desculpa para não serem usadas, e a AIDS contamina de forma irreversível. Além dos problemas de saúde, há a possibilidade de gerar um filho não desejado.
Quando meus filhos tinham respectivamente 10 e 12 anos, e contra todas as prescrições de como ensinar crianças sobre a atividade sexual levei para casa seis camisinhas, chamei as crianças, contei-lhes de onde vinham os bebês, e dei três para o meu filho e mais três para minha filha. Informei em que condições deveriam fazer sexo, coisa que seria muito mais tarde, mas que já ficavam sabendo. Minha mulher, hoje ex-esposa, fez coro comigo na primeira aula sexual de meus filhos, ainda preocupada se era cedo ou não. Por experiência própria sei que não era cedo. Deu certo!
Aos sete anos entrei para a escola. Nem pensar naquela época fazer o maternal aos três ou cinco anos. Talvez o maior problema fossem dois: Meu pai não tencionava pagar-me os estudos por aquela época, nem mesmo com 17 anos apesar de sempre ter sido primeiro ou segundo aluno das turmas. O outro problema era o dinheiro. Não dava para tudo. Mas aos 11 anos ouvi uma aula de geografia sobre a China e a Índia. Como faziam filhos... Eram extremamente populosas e suas diversões, suas horas de relaxamento para compensar a dura vida parecia ser mesmo a atividade sexual. Então começou a correr voz sobre o “perigo amarelo”: O mundo temia uma expansão territorial chinesa pelo excesso populacional. Já não se fala mais nisso, mas ainda tenho uma pulga atrás da orelha sobre o assunto. Hoje sei que este planeta não se estica, não se expande como o Universo e que em decorrência não há lugar para fazermos mais filhos. O planeta está ficando cheio, empanturrado, lindas crianças enchem o mundo de alegria. Serão pessoas tristes quando forem adultas, porque quanto mais gente, mais difícil é a vida pela competição por alimentos e oportunidades de emprego. A competição é enorme e a cada dia piora. Uma das formas de controle populacional é o capitalismo: Só pode ter filhos quem tem consciência e dinheiro e quem não tem, tem filhos e cria problemas. Quem tem dinheiro faz ainda mais ou se diverte mais porque não gasta com filhos, ou gasta apenas com um ou dois. Em função disso, a população de alguns países está decrescendo. Parece evidente que quanto mais cresce a população de um país menor é a “renda per capita”, o que obriga a maior desenvolvimento da nação. Se a nação não se desenvolve como necessário para comportar tanta gente, gera pobreza, e quanto mais pobres têm filhos, mais pobres nascem. Estatísticas indicam que por volta do ano 2.500 o planeta estará atulhado de gente que, colocada ombro a ombro, cobriria toda a superfície deste pequeno e ínfimo planeta mirim.
Por falta de educação, em todos os níveis, famílias de classes menos beneficiadas costumam ter índice maior de natalidade. Os filhos vêm geralmente a partir dos doze anos, mas há casos de moças bem mais jovens que engravidam. Não tanto por falta de educação, mas também e principalmente por outros fatores cujos principais são a oportunidade das moças saírem de casa e começarem nova vida, ou para obterem no sexo uma compensação para as tristezas. O maior deles talvez seja a insegurança e as faltas, muitas vezes de alimentos, que um estranho mais velho e maduro lhes pode proporcionar durante o seu “namoro”. A falta de educação sexual, nesses casos, é problema comum a jovens rapazes e meninas. No que tange à prostituição infantil, com a falta de educação, e portanto de oportunidades de emprego, fica evidente que vender o corpo parece ser o modo mais simples e imediato de conseguir se alimentar, vestir, ter um lugar para dormir. Como a maior parte de nós perde a sua infância para se tornar um adulto, um “homem”, à luz das escrituras e de tradições ancestrais, uma boa parte entende que a mulher foi feita para o homem, que a este pertence, e que deve ser explorada como mãe, como mulher, como filha, ou como “estranha”. Os livros religiosos, de qualquer religião, não são adequados à libertação da mulher, à igualdade da mulher perante os homens. Todos os livros fazem a apologia do homem sobre a mulher. E são as mulheres que engravidam e parem. É preciso fortalecer a mulher sob todos os aspectos desde a nascença, torná-las mais “homens” sem, contudo, perderem a feminilidade (as que quiserem)...
Freud já falava no inconsciente coletivo: Sentimentos de verdades dos quais não se tem conhecimento consciente, mas que residem no mais profundo da nossa mente em estado latente, mais ou menos como se fosse uma “intuição” não perceptível, mas que nos conduz na vida sem termos consciência disso. Ora, todos temos consciência de que este mundo está ficando superlotado, e o pressuposto do aumento da população gay em função do inconsciente coletivo não perderia muito em consistência para sua explicação. Como vivemos num universo que prima pela simetria, que só foi quebrada no inicio da fase de sua maior expansão exponencial, é natural que, em oposto ao inconsciente coletivo da homossexualidade como controladora da expansão populacional, crianças de apenas nove anos [1]de idade já estejam mantendo relações sexuais e gerando filhos: Como se a natureza se incumba, através de suas leis, de manter uma determinada natalidade. Isto é preocupante na medida em que nós, os mais idosos, pais dessas crianças, não estejamos preparados para lidar com este novo problema.
Por outro lado, e não menos preocupante, o mundo finalmente entendeu o valor do dinheiro e já não se fala em comunismo, socialismo, a não ser por uma meia dúzia atuante de enganados políticos. Todos nós, cerca de sete bilhões e meio de pessoas amamos o dinheiro, incluindo a Rússia, a China, o Vietnam, Cuba, Venezuela, Argentina... Sendo assim, e como urge ganhar dinheiro para se gastar, fazem-se filmes, musicas, incitando ao sexo como terapia de vida. Crianças escutam musicas com a “dança da garrafa”, “ai se eu te pego”, “mexendo o bumbum”, canais de TV, rádios, fazem propagandas “inocentes” destas musicas tentando vender, vender, vender... E a curiosidade das crianças as desperta mais cedo para o sexo, como que sendo algo “permissível” e “aconselhável”. Gangues organizadas em todo o mundo promovem a exploração e a prostituição infantil, bandidos já se atrevem a estuprar menores com ônibus dominados em movimento e para tudo isto não há ordem nem lei que realmente se imponham... Mulheres e homens fazem plástica porque não querem envelhecer, vestem-se como mais jovens... A qualidade de vida parece voltada para uma meta de obtenção de sexo e dinheiro, e pior, a qualquer preço.
Não, não sou moralista e muito menos falso moralista. O mundo caminha como caminha e temos que nos adaptar educando melhor as crianças em nossos lares. Apenas creio que estamos caminhando por um caminho de pétalas de flores que nos levam a um mar de espinhos e de urticantes caravelas portuguesas. E se pensam que a religião é uma solução... É ledo engano. As religiões também mudaram e nem foi para melhor ou para pior[2]: Foi para terem mais dinheiro.
Ao prepararmos as nossas crianças para o “mundo”, para qual mundo, exatamente, as estamos preparando?
Rui Rodrigues
(Este artigo tem muito mais de política do que aparentemente se possa pensar. Governos já não são paternais nem nos protegem, se é que algum dia o foram. No Brasil, drogas, prostituição infantil e corrupção estão incontroláveis)
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