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quinta-feira, 2 de julho de 2015

A Televisão do final do século XXII e XXIII.


Quem entende eletrônica sabe como funcionam os nossos cérebros e como um aparelho de TV [1] decodifica os sinais recebidos de uma “fonte” na emissora, e os lê e decodifica para que correspondam a imagens e nos dêem a sensação de movimento. Mas mesmo que não entenda nada de eletrônica, não importa. O que vou relatar a seguir não precisa deste conhecimento. Tentarei tornar a leitura inteligível. De qualquer forma, veja como nosso sistema ocular juntamente com o cérebro tratam a “imagem” que vemos. Atente para a foto a seguir. Não verá nada definido. Agora se afaste de seu monitor até uma distância aproximada de uns quatro metros e verá um lindo rosto de neném. É necessário que nosso cérebro perceba pontos muito pequenos (pixels) para que os possa associar numa imagem.  



As Televisões que conhecemos funcionam basicamente através da “manipulação” de ondas de TV... Porém onda de luz, ondas de rádio e TV, microondas e raios-X são ondas eletromagnéticas e todas viajam com a mesma velocidade (aproximadamente 300.000 km/s). O que faz umas diferirem das outras é a freqüência e, por conseguinte, o comprimento de onda. Uma onda é uma sucessão de altos e baixos. A distância entre dois altos consecutivos é o que se chama de comprimento de onda. Uma onda típica de TV tem comprimento da ordem de 1 metro. Já a luz visível tem comprimento menor que Um milionésimo do metro. Isto irá mudar nos próximos anos?

Fundamentalmente não, mas a decodificação será diferente, porque a TV do futuro permitirá assistir a qualquer notícia, filme ou programa de auditório em três dimensões reais projetadas no espaço e não numa tela, tal como se previu no filme “Star Wars” na cena com a princesa Leia. Estamos já a um passo de abraçar no mercado os novos sistemas que nos permitirão assistir programas em 3d sem necessidade de uso de óculos com uma lente vermelha e a outra verde-azulada ou azul-esverdeada. Televisão vista "no espaço". 



Mas não é isso que mudará os programas de TV, embora tenham que passar por uma revisão de programação, de grade das emissoras e até mesmo em pequenos detalhes que agora passarão a ficar visíveis e que antes eram apenas adereços, panos de fundo.

O que vai mudar a programação do futuro é a tecnologia baseada nas teorias da relatividade que, numa primeira fase nos permitirão assistir a momentos “ao vivo” em planetas e estrelas distantes, embora defasados em milhares, milhões de anos-luz, e numa segunda fase á própria evolução de nosso planeta, permitindo-nos assistir a, por exemplo, a batalha de Waterloo, ou ao casamento de Elizabeth II da Inglaterra. O mundo terá nova fonte de interesses que o deixará “ligado” nas Televisões, como se fosse uma máquina do tempo. Nós e nosso planeta não viajaremos no tempo, mas ser-nos-á possível obter imagens do passado. Numa primeira fase, do passado de todo o Universo. Numa segunda fase, de nosso próprio planeta. Mas como?

Fase 1 – “viajar” para o passado.



Já o fazemos através do observatório espacial “Huble”. Ou melhor, é a luz do passado que viaja até nós. A cada dia que passa, é mais um dia que se passou lá, de onde a luz vem. Essa luz nos mostra estrelas, planetas, mas a acuidade das lentes não é ainda suficiente para vermos “ao vivo” o que se passou há 4,37 anos luz – por exemplo – em Alfa de Centauro, uma estrela que dista de nós aproximadamente 4,37 x 298.000 x 365 x 24 x 60 x 60 Kms. A luz que nos chega de lá é de um tempo afastado de nós no passado, de 4,3 anos-luz. Quando novos telescópios forem desenvolvidos que nos permitam ver em detalhe as imagens da superfície de planetas onde eventualmente haja vida, poderemos assistir ao vivo os acontecimentos dia a dia. Filmes de companhias cinematográficas serão elaborados com base na realidade que então se verá. Hoje já podemos assistir ao que se passa na nossa estrela, o Sol, sempre com um atraso de cerca de oito minutos. 

Fase 2 – “Viajar” para o futuro.



Não temos hoje nem as mínimas condições de viajar para o futuro, e a luz que existirá lá, no futuro, ainda não existe, não teve ainda a oportunidade de ser gerada. Não existindo, não pode vir até nós. Há uma teoria que nos diz que quer o passado, quer o futuro, coexistem neste universo. Sim, para um futuro que esteja em pontos, áreas ou volumes do Universo, onde o tempo corra mais devagar, o que corresponde a uma velocidade maior de deslocamento no universo. Dá-nos no mesmo. A luz não chega até nós. Porém, se conseguíssemos enviar uma nave até um ponto fora do nosso sistema solar, e de lá nos enviar imagens a uma velocidade superior à da luz (isto é impossível atualmente), veríamos nossa Terra em todos os detalhes de continentes, cidades, ruas, pessoas, evoluindo dia a dia, e tudo poderia ser gravado, tal como hoje desde satélites se pode ver o que se passa por aqui. O sistema funcionaria como o que nos permite ver galáxias inteiras, hoje, tal como eram há milhões de anos-luz no passado. Acredito mais em Stephen Hawking e fico com esta impossibilidade. Ou seja, vermos como nos comportamos no presente, é possível através de satélites. Ver como nos comprtamos no passado e como nos comportaremos no futuro, não é possível e não pode ser visto na TV. Para vermos o futuro de nossa Terra precisaríamos estar fora dela, no futuro e viajar em dobro da velocidade da luz para assistirmos a isso no presente. Isto é impossível. Não haverá tecnologia que o permita.  

A mentalidade (Idiossincrasia) humana no futuro.



Filmes, novelas, histórias, peças de teatro, têm-se baseado nos costumes, nos temores, na injustiça e na justiça, em sexo, crimes, desvios de comportamento, no relacionamento humano, ideologias, guerras... No entanto estamos assistindo a uma crescente insensibilidade humana face à violência crescente neste planeta. As histórias do tipo tão fascinantemente desenvolvido por Agatha Christie, já não nos levam a cinemas, mas a humanidade precisa “ler” histórias, assistir a filmes que a redimam de injustiças, que lhe dêem esperanças de um mundo mais justo. Se o mundo ficar mais justo, as histórias, os filmes e as peças de teatro acabam por falta de necessidade de redenção. O mais provável é que a quantidade de seres humanos, de uma forma ou de outra, diminua sensivelmente, a ponto de caminhar para a extinção, sem, contudo, se extinguir. Há mecanismos em nossa memória genética que nos impedem que isso venha a acontecer mesmo que algum “líder” do tipo de Adolf Hitler ou Stalin nos venha a preocupar com suas medidas que denotam uma total antipatia com a espécie humana, comportamento típico de sádicos suicidas.




A TV do futuro será a TV da curiosidade do universo e de tudo que ele contém, das conquistas da tecnologia e espaciais da humanidade, além das notícias, tudo em "visão espacial". Aparecerão governos que imporão uma meia dúzia de regras fundamentais sempre de acordo com a ciência e o desenvolvimento social. Haverá “democracia” para 90% do comportamento humano, e 10% de ditadura terrível para desvios de comportamento sempre que não seja possível o tratamento clínico. A vida será considerada finalmente como um bem pessoal, inatacável, seja porque motivo for, o crime exemplarmente punido por afastamento ou eliminação. Não se pode, em nome da virtude do humanismo, permitir que indivíduos menosprezem a vida dos outros e as elimine, tenha que idade tiver. Se houver tratamento, trata-se. Se não houver, confina-se ou elimina-se. Neste aspecto, os programas de TV continuarão os mesmos, mas não farão opinião. Opinião se fará através da comunicação entre os seres humanos ao redor do globo, tal como se começa a fazer neste início do século XXI. Pesquisas se farão pela NET sem necessidade de empresas que nos “inflijam” opiniões que, de tanto faladas, agem como propaganda vindo a tornar-se realidade por indução, assim como quem vende carne de boi dizendo que é a melhor, e nos perguntam se temos em casa com a tal marca da propaganda.   



® Rui Rodrigues.





[1] Este link explica muito bem como funciona uma TV para quem estiver interessado em detalhes.  http://tecnologia.hsw.uol.com.br/televisao1.htm

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