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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O Socialismo do século XXI – Nu e cru.

O Socialismo do século XXI – Nu e cru.



Povo estratificado
Poder.
Igualdade dos seres humanos.

Junte estes ingredientes e os diferentes graus de interesses particulares, e poderá inferir uma infinidade de teorias políticas para cada país, métodos para conseguir os objetivos e internacionalização de processos. O fator determinante principal para o sucesso ou insucesso de uma nação ou sistema político é: Quem manda?





Então temos que pensar em outros fatores a que podemos chamar de secundários, mas que influem fortemente na conduta e no processo de “governar”:A religiosidade, a industrialização, as propriedades produtoras de alimentos, o capital, as forças armadas, os serviços públicos, o desenvolvimento autossustentável.




Ao longo dos séculos e já lá se vão cerca de 1.200 séculos desde a primeira civilização humana, que temos assistido a lutas pelo poder, movidas pelos mais variados motivos, motivos que interessavam para explicar essas lutas, mas jamais por motivos abrangentes, concludentes, com visão global, que pudessem demonstrar que o interesse principal era o bem estar geral de TODA a população do país, das nações aliadas, do planeta, de forma sustentável. Todas essas guerras foram geradas por motivação parcial. E em nenhuma delas se perguntou aos cidadãos: Querem esta guerra? Sim ou não? Então, falar de democracia pode continuar sendo fácil, mas explicar que tenha ou haja democracia nessas nações do passado ou nas atuais, fica difícil de explicar. Nem voto dado em confiança se pode retirar quando o eleito perde nossa confiança. Para dar uma explicação “aceitável” como cortina que esconde o que vai por detrás, estabeleceu-se, na democracia da Grécia antiga, há mais de 3.500 anos, que a “representatividade” seria um modo democrático de governar. Os cidadãos elegem seus representantes, estes resolvem tudo o que querem e podem – em nome do povo - durante certo período no qual detêm o cargo. Se não cumprirem sua função a contento, não voltam a ser eleitos, mas o mal estará feito, difícil de ser reparado, muitas das leis que aprovaram em sua ineficiência, continuarão vigentes.




Então, e em oposição aos “cidadãos”, apareceu a definição de proletariado, juntando os trabalhadores do campo e da indústria porque agora tinham relevância por sua quantidade, logo após o inicio da industrialização promovida pelos teares ingleses. Apareceram novos nomes para qualificar o tipo de cidadãos, como “operariado”. Era o socialismo. O socialismo se colocava no caminho entre os “cidadãos” e o “proletariado”. Os cidadãos tinham dinheiro, contratavam os proletários. Mas a luta de classes sempre foi pelo “capital” [i]. Na classe média estavam incluídos os empreendedores, os que tinham maior volume de capital. 

Friederich Engels, George Hegel, Karl Marx, Lenin, Adolf Hitler, Antônio Gramsci, Saul Alinsky, todos eles foram ou socialistas ou comunistas. Não deixa de ser interessante a separação entre comunismo e socialismo, que pregam basicamente a mesma filosofia de ingredientes básicos, mas que chegaram a se odiar no passado. O próprio nazismo, nascido socialista e democrático, pode iluminar o nosso entendimento das sutilezas que as definições de sistemas de governo escondem em suas denominações, o que divide ainda mais a sociedade: Os filósofos entendem perfeitamente todas as sutilezas, o povo, o proletariado privado de educação só entende quando lhe falta o pão, a casa, a roupa, a água, a eletricidade, e somente se junta numa revolução quando lhe falta o pão. Não entende filosofias. Quem assume os governos não lhes proporciona educação. É um ciclo vicioso. 
 Friederich Engels, Georg Hegel, Karl Marx, Lenin, Adolf Hitler, Antônio Gramsci, Saul Alinsky, todos eles discutiram fundamentalmente três dos quatro assuntos fundamentais do socialismo: Como entendem a igualdade social, como chegar ao poder, como se manterem no poder. O quarto, que é como manter a produção e competir no mercado internacional, sempre foi algo a discutir posteriormente, porque o sistema se resolveria por si mesmo.


As designações dos líderes sempre foram importantes para dar a impressão de que algo mudou, como uma marca registrada. Na prática, que diferença existe entre um Rei, um Czar, um Imperador, um Presidente da república, um chefe do Politburo, se há sempre poder definido, povo estratificado pela quantidade de bens que possui (capital ou favores), as forças armadas, os servidores públicos, os trabalhadores do campo, os que trabalham na indústria? Os nomes mudam de regime para regime, mas basicamente nada muda. Quem manda é o governo. Quando o povo não aprecia sua forma de governar vai para as ruas. Os poderosos em qualquer sistema político mandam então avançar a polícia armada, as forças 
armadas. Não defendem o povo, mas o regime. O processo para se manter no poder é a “política” que, em qualquer sistema, inclui o uso de mentiras, de desvios de atenção para o fundamental, a distribuição de favores, a compra de votos [ii]. Sem isto os erros aparecem, os cidadãos e o proletariado se revolta [iii].

Socialismo é um sonho da humanidade, tal como a busca do Eldorado, a do Paraíso no mundo sonhado pós-morte e por todas as religiões. Religiões e socialistas deveriam dar-se muito bem, já que os objetivos são a felicidade terrena, a igualdade, e tantas outras qualidades de vida, e na própria religião católica, se incitam a “largar os bens e seguir a Jesus”, mas paradoxalmente não se têm entendido ao longo dos séculos. Podemos encontrar resposta imediata: Se o que existe de comum entre o socialismo e as religiões é a detenção do poder, então jamais se entenderão, e no dia em que se entenderem, nas décadas seguintes uma delas será aniquilada pela outra.Qualquer associação entre partidos e filosofias, acaba sempre numa operação de diminuição até restar um só, como nas sociedades capitalistas. O ser humano é altamente competitivo.


Se por um só momento aceitarmos raciocinar sobre “poder”, talvez tenhamos uma fortíssima decepção, já alertada num parágrafo acima, quando se disse que não há diferenças fundamentais entre reinados, impérios, repúblicas, teocracias, ditaduras. E qualquer uma destas pode ser capitalista, comunista, socialista. Recentemente fala-se muito em “nova ordem mundial”, começa a falar-se na Democracia Participativa. Com a queda até então imprevisível do comunismo, quando caiu o muro de Berlim que dividia a Alemanha Ocidental da República “Democrática” da Alemanha, fez-se um vácuo na luta de classes: Os cidadãos englobando a classe média, e o proletariado. Estes últimos se viram desprotegidos, e hoje na Europa ainda há uma crise financeira que afeta a ambos. Numa Europa unida pela Comunidade Europeia, voltaram os tempos da emigração. Uma aparente reversão da ordem está promovendo a troca da posse de bens, a classe média está sendo comprimida, cresce em quantidade o proletariado desempregado. A União Europeia é basicamente – ou se diz – socialista, no entanto, a luta continua sendo pelo capital, pela posse de bens.


No entanto há ilhas de "socialismo" - é o que eles dizem ser - eficiente ao norte da Europa, e na Suíça fruto da Democracia Participativa. Por lá, os cidadãos votaram através das redes sociais os itens de sua própria e nova constituição, longe da influência dos interesses do empresariado, de religiosos, de servidores públicos, de políticos “representantes” não se sabia de quem até então, mas não dos cidadãos. Lá, cidadãos e proletários têm quase o mesmo salário, porque investimentos incluem o risco de aplicar capital. E sem margem de lucro não há investimentos, o país decai, os proletários vão para as ruas.



Nem vamos falar de Brasil, Venezuela, Cuba, Argentina, Bolívia. Nestes países emergiram lideres que não têm instrução, que acham que o dinheiro dos impostos pode ser distribuído sem que aja planejamento para a revitalização de tudo o que esses países acumularam de bens e da capacidade de gerar recursos. Quando o dinheiro de impostos começar a diminuir sensivelmente, quer por falência dos sistemas sociais e produtivos, o que inclui a falência dos ministérios e do próprio governo, então esses líderes cairão: Faltará pão. Fidel Castro nunca se preocupou com o seu sistema produtivo, porque isso criaria uma classe poderosa: A dos investidores, os capitalistas. Cuba viveu assim da bondade da comunidade internacional. Recebeu ajuda da China, da URSS, e agora do Brasil. Temendo o aumento de influências, Os EUA tentam reatar com Cuba, levantar o cerco comercial à ilha, que se vê obrigada a exportar trabalho escravo. Fidel não resolveu o problema de seu povo, mas resolveu – tal como todos os outros lideres sob qualquer regime em qualquer país do mundo – sua permanência no poder com o uso dos manuais de Gramsci, primeiro, e com os de Alinsky numa segunda fase. Quando Fidel falecer, se seu irmão não tiver o mesmo carisma Cuba ficará livre numa explosão social. Que não seja sangrenta.




Na verdade, na verdade, a grande vitória do capitalismo é que já encampou e engoliu o socialismo e o comunismo. Líderes precisam de poder e dinheiro. O poder obtêm com frases de impacto filosófico. O capital apanham com os banqueiros e a classe média. E chegamos a um ponto tal na política de tornar todos iguais através da lavagem cerebral, que teremos de dizer em nossas casas, tal como o povo judeu adorava Jeová às escondidas no sótão de suas casas durante a perseguição aos judeus, que minha neta é uma menina, e meu neto um menino... O patrulhamento ideológico do socialismo voltou a provocar perturbações modernas: Querem que homens e mulheres sejam iguais. perante a lei são, sim, mas morfologicamente é uma luta insana, demente, e como é de hábito, os princípios desta atitude são irrepreensíveis. Eles têm razão nos motivos, mas vão muito longe, como sempre. Cigarro proibido, drogas liberadas.  O velho livro de Mao Tse Tung - o vermelho - em ação agora com texto alinskyano.


Quem manda é o capital. Para um mundo mais justo há um novo caminho : A democracia participativa  http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/   

® Rui Rodrigues














[i] Capital é um bem e pode ser um favor, uma propina, um cupom, dinheiro vivo, uma propriedade, um passe de transporte público, etc... E agora, a “felicidade” como na Venezuela chavista.  Muita gente encontra a felicidade se tiver acesso a drogas. Felicidade, portanto, é um fator subjetivo. Perguntar a alguém se é feliz, é um engodo, porque ninguém quer dar parte de fraco. Em regimes totalitários, uma resposta negativa a esta pergunta pode redundar na perda de “capital”, ou seja, um bem, um favor...
[ii] No Brasil, Dilma Rousseff disse que para manter o partido do PT no governo, faria “o diabo”. Ela já foi terrorista, incluindo assaltos a Bancos, guerrilha, sequestros relâmpagos.
[iii] Em qualquer sistema existe esta separação. Cidadãos contratam o proletariado para a execução de serviços. Alguns dos cidadãos são donos de empresas que fornecem bens, serviços, geram o capital que paga a cidadãos e proletários. 

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