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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A Ordem é uma estrada e por ela vai um Bando...

A Ordem é uma estrada e por ela vai um Bando...




... Entre uma praia maravilhosa que se abre para mar bravio e indomável, e uma pradaria suave e florida que se abre para densa floresta hostil. Não é muito larga. Pelo contrário, só nos permite uma limitada liberdade, e por vezes é tão estreita que se transforma numa linha onde somente passa a moral e a justiça.

Durante doze mil anos religiosos se revezaram no comando da gerência da moralidade, da justiça, da ordem, no sentido de tornar este mundo melhor a cada dia. Milhões, bilhões, trilhões de famílias educaram seus filhos ensinando-lhes os bons caminhos: Os do progresso, da Ordem, da fé, da bondade, do amor... Mas em algum momento entre o nascer e o tomar ciência plena do mundo em que vivemos, muitos de nós tomam um rumo de contestação como parte fundamental e necessária da evolução, porém, se uns exageram em impor uma ordem modificada em tempo que não é compreensível para a humanidade, outros contestam a própria ordem e desandam para aquilo a que chamamos crime, perversão, os males do mundo. Porém, há que ter em conta que a ordem, que inclui a moral, é independente do olhar do observador. A moral não depende da visão de um contestador do lado do crime, nem da visão de um contestador do lado do progresso. Ela é a estrada perfeitamente identificada quer por quem venha do lado do mar, quer por quem venha do lado da floresta. Mesmo até por quem venha dos céus, ou aflore dos subterrâneos do mundo. Há uma consciência latente na humanidade e em cada uma de suas células: O homem e a mulher. Homens e mulheres somente são diferentes pela genitália. De resto, fígado não tem sexo, coração não tem sexo, rins não têm sexo, cérebro e neurônios não tem sexo. Por isso não se pode atribuir os males do mundo, ou os bens do mundo aos homens ou ás mulheres exclusivamente. Nem aos que exibem uma cor de pele, uma bandeira de nacionalidade, uma opção sexual. Parece que ainda não compreendemos que somos partes de um todo que deve continuar vivo, ocupando um lugar perfeitamente definido neste mundo aparentemente sem grandes demonstrações de inteligência. Para continuarmos vivos, temos que ser muito e muito mais inteligentes do que temos demonstrado ser até aqui, após esse longo caminho de 12.000 anos como civilização.




Assim, para andarmos sempre na estrada, ou como diziam antigamente nossos ancestrais, no caminho da retidão, os costumes podem e devem ser alterados para dar liberdade à evolução, mas não devem subverter a ordem, como por exemplo, dar o crime como legal e encarcerar a legalidade. Um assassino tem seus próprios motivos pára assassinar, mas ver um destes no governo de uma nação seria um caminho aberto para a desordem, um abandono da estrada para cairmos na floresta ou nos afogarmos no mar. Estrada é estrada, não é nem floresta nem mar bravio. Um assassino ou um ladrão no governo que usasse o convencimento popular através de “diálogos” sendo o povo ignorante por relapso de outros governantes, pode usar tanto as verdades quanto as mentiras, alegando que os meios servem aos fins. No entanto, se um individuo dessa laia faz o diabo para se eleger, podemos imaginar com quantos diabos fará um inferno para não largar o poder. E foi assim que em terra de papagaios, de Santa Cruz, alguns indivíduos falando entre si, resolveram oferecer verbas públicas a terceiros que não por acaso também eram políticos para que votassem de acordo com suas diretrizes em certos assuntos a serem votados no Senado e nas câmaras federais. Denunciados por um deles, foram denunciados ao Ministério Público, investigados, julgados. Já na época do julgamento se verificou que os ministros tinham sido indicados por alguém muito poderoso que fazia parte de um dos partidos a que pertenciam alguns dos julgados. Um deles tinha sido até presidente desse partido. Parece a qualquer mortal, mesmo dos mais idiotas, que se trata de uma formação de quadrilha. Eles foram presos mas com penas suaves, ou pelo menos apropriadas pelo Supremo tribunal, mas já se notou que havia política misturada com justiça. Alguns dos ministros disseram que não tinha havido formação de quadrilha. Apareceu então uma nova figura na jurisdição: Os embargos infringentes: Uma forma de questionar o julgamento dos ministros. E neste interim novos ministros são adicionados ao Supremo, indicados pelo mesmo partido do poderoso da nação, aproveitando que outros tinham atingido a idade de aposentadoria. E ao julgar os embargos infringentes, foi aprovada moção segundo a qual os réus já presos e condenados com penas definidas – e suaves – o Supremo tribunal federal resolveu que não houve formação de quadrilha. Definitivamente a justiça brasileira saiu da estrada da Ordem, e avançou para mar aberto. Se fosse para a floresta, seria comida pelas feras. Prefere afogar-se no mar bravio que não é de água. Este mar é de lama. Porque a partir de agora, e com todo o “direito”, quadrilhas de bandidos não serão quadrilhas mesmo atuando em conjunto e de forma mancomunada.




Que lei e em qual país, a justiça é realmente justa, se os ministros são indicados por governos e cada governo tem os seus ministros? Que justiça é realmente ilibada neste mundo, se nem os governos são justos? É claro que esta característica não tira os governos nem os seus ministros nem sua justiça da estrada da Ordem, porque no geral, costumam percorrer a estrada da Ordem que dá estabilidade à nação, confiança aos cidadãos. Andam nesses casos pelo acostamento da estrada da Ordem e embora abalada a população segue seu caminho verso ao futuro com Ordem e Progresso. Porém, quando quadrilhas deixam de serem quadrilhas numa canetada com assinatura de um poderoso e seus ministros, fazendo o diabo, então não há retorno para esta situação, porque até o mais imbecil deste Brasil consegue entender que não se fez justiça, mas sim política. Política suja. E certamente para proteger o chefe do bando.




Quadrilha, bando, é tudo a mesma coisa e posto que não seja quadrilha, que seja bando então... Eles foram condenados por “formação de bando”, se o assunto é o “politicamente correto”. O perfil do senhor Barroso é avesso ao uso da palavra “quadrilha” e certamente ele não é veado. Mãe só há uma e muitas vezes ela se engana e engana o pai por amor ao filho. E decididamente, quando a política se intromete na lei e na economia, a estrada desaparece, transforma-se numa trilha onde os transeuntes são assaltados por meliantes provindos da floresta, imprensados que ficam entre o mal e a lama: Ou se unem aos meliantes ou chafurdam na lama, mas já sabemos pelo resultado que temos agora duas quadrilhas, ou como prefere o ministro, dois bandos. Ele pertence a um deles e já conhecia o outro de longa data. 



® Rui Rodrigues 

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