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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sobre a partícula de Deus, o “bóson de Higgs”.





Sobre a partícula de Deus, o “bóson de Higgs”.

Tentarei explicar do que se trata, de forma a que se possa facilmente entender mesmo para quem nunca teve contacto com a Física Quântica. Dedico-me ao estudo da Física Quântica há pelo menos uns 25 anos, sem nunca ter passado do estágio de “entender” o que os físicos constatam e calculam. Para poder lidar com ela seria necessário que eu voltasse para a universidade para complementar meu curso de matemática. Entendendo as dificuldades do entendimento desta matéria, descrevo da forma mais simples possível do que se trata.

1 – Sobre a Mecânica Quântica


A Mecânica Quântica é uma teoria baseada no uso do conceito de uma unidade -quantum- para descrever as propriedades dinâmicas de partículas subatômicas e as suas interações. Foi iniciada pelo físico alemão Max Planck que postulou em 1900 que a energia só pode ser emitida ou absorvida em pequenas unidades chamadas quanta. Também fundamental ao desenvolvimento de Teoria Quântica é o Princípio de Incerteza formulado pelo físico alemão Werner Heisenberg em 1927: é impossível determinar com precisão absoluta, no mesmo instante, a posição e o momento de uma partícula. Quanto mais precisão buscarmos em um aspecto, mais prejudicado vai ficar outro. Ou seja, se temos certeza absoluta de sua velocidade, não podemos saber em que “local” a partícula se encontra e se sabemos exatamente onde está, não podemos ter certeza de sua velocidade.
A Física Newtoniana – ou clássica -permite, para grandes massas, determinar exatamente a posição e a velocidade de um corpo, Ele hoje é aceito como uma aproximação da teoria quântica em sistemas com grandes massas. Ou seja, não há um domínio clássico separado da mecânica quântica.
Para entendermos o que é o bóson de Higgs ou a “partícula de Deus” precisamos primeiro entender o que são físicos teóricos e as “teorias de brinquedo”.

2 – A Física teórica e as “teorias de brinquedo”


Os físicos teóricos conhecem tudo – ou quase tudo – sobre Física. Sem meios de testar praticamente as origens do Universo e muitas das propriedades da Física de partículas, mas tendo a percepção de seu funcionamento, criam “teorias de brinquedo” que as expliquem. Uma vez criada a teoria de brinquedo, ela deve explicar o que já se conhece das origens do Universo, as propriedades do universo visível, e o que também se conhece das propriedades das partículas e de suas interações. A teoria do Universo Inflacionário foi uma delas. Uma vez que atenda a tudo o que se conhece, a teoria deixa de ser de “brinquedo” e pode ser considerada como “factível”. Tem então a aprovação da comunidade de físicos internacionais e é então publicada em revistas especializadas. No entanto nem todas as teorias aceitas partem de teorias de brinquedo.

Em 1964 ainda se temia que houvesse um número infinito de sub-partículas em que a matéria se poderia dividir. Conhecia-se o átomo composto de elétrons, prótons, nêutrons, e suspeitava-se da existência de outras sub-partículas constituintes dos prótons e dos nêutrons – os “quarks”, e bastantes outras partículas livres como os neutrinos (só para exemplificar).  

3 – Os Campos de Higgs e o bóson de Higgs.

Em 1964, o físico inglês Peter Higgs criou uma dessas “teorias de brinquedo” a respeito de campos de força, porque achava que em certa fase da constituição da matéria deveria existir uma partícula mínima que separaria o estado de matéria do estado de energia, sendo ainda matéria. Incrivelmente, ela deveria corresponder a uma “dimensão” mínima, denominada “comprimento de Planck”, a partir do qual a Mecânica Quântica já não pode descrever o estado físico nem as suas propriedades. Para os curiosos o comprimento de Planck é igual a 1,6 × 10−35 metros, ou seja, 0, 00000000000000000000000000000000016 metros.

A “teoria de brinquedo” de Peter Higgs consistiu em imaginar um campo de forças traduzido em vetores que poderiam variar de acordo com a temperatura, a pressão, a densidade, de forma metaestável, isto é, que podiam variar a qualquer momento interagindo uns com os outros. Imaginou também que tal como nos outros campos já conhecidos sejam produzidas ondas e que cada onda produza uma partícula (mais ou menos como na praia vemos uma onda soltando respingos).

Em termos de Física de partículas, o descobrimento da constituição do átomo por elétrons rodeando um núcleo de prótons e nêutrons, idealizado pelo físico Niels Bhor (físico dinamarquês – 1885 -1962, prêmio Nobel), permitiu um avanço substancial na Física Quântica.

Já em 1964 se descobriram os Quarks (Murray Gell-Mann e Kazuhiko Nishijima) como partículas constituintes de prótons, nêutrons e elétrons. A Física deu um salto fantástico. Crendo que a descoberta da partícula do “comprimento de Planck” ou “bóson de Higgs” também poderia permitir outro avanço fantástico, os físicos que trabalham no Grande Colisor  de Àdrons (LHC) em Genebra na Suíça, prepararam este centro de pesquisas para o processo de colisão de partículas que poderia evidenciar e constatar a sua existência, tal como Peter Higgs a havia idealizado através de cálculos exatos usando a sua “teoria de brinquedo”.

No dia 04 de julho de 2012, com Peter Higgs ainda vivo - graças ao Deus Único – foi constatada a existência desta partícula e a teoria deixou de ser de brinquedo... Somente se pode explicar fisicamente a existência do Universo e de nós próprios – tal como Deus iniciou a sua existência – se os campos de higgs existissem realmente, como ficou provado que existem. 


4- A ciência e as religiões

Os seres humanos não querem competir com Deus. Querem descobrir como Ele fez o Universo – devo dizer Universos – com a inteligência que Ele nos deu e que não devemos desperdiçar. Quem compete com Deus são alguns dos religiosos donos de Igrejas e templos, e de quem neles se suporta, que falam, sem saber, sobre o sua Obra e nos dizem o que Ele quer sem saber o que dizem.

Os Físicos, matemáticos, químicos, biólogos, etc, estão não só descobrindo como Deus fez o seu trabalho, como interpretando o que Ele diz. A linguagem de Deus não é a linguagem de qualquer etnia sobre a Terra ou outros planetas habitados: È a linguagem da matemática, da química, da física, das ciências. Unidos, fraternos, somos uma humanidade em evolução que terá todo o tempo do mundo para evoluir. Desunidos podemos aniquilar-nos.

Paz no mundo, paz entre os seres humanos, paz nas religiões e nos templos. Temos muito que trabalhar ainda para gerar conforto e sustentabilidade para este planeta.

Sem a ciência não haveria luz nos templos nem “Papa-móvel”. Se a Terra não fosse redonda e girasse em torno do Sol, não haveria satélites nem celulares, nem TVs nem geladeiras.

Rui Rodrigues

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