Os distraídos
Todos nós temos os nossos
momentos de desarranjo mental. Não precisamos ser idosos, na flor da juventude,
ou pequenas crianças que são apanhadas com a mão dentro do pequeno pote de mel,
a mão que fica presa dentro dele para dificultar a situação. Acontece com
todos. Como pintor e fumante, quando usava óculos, já enfiei o pincel dentro do
copo de café, passei o cigarro aceso no quadro e levei os óculos à boca. É
absolutamente normal. Já dizia um grande amigo meu que não podemos nos apavorar
quando pela primeira vez não damos a segunda. Temos que nos preocupar quando
pela segunda vez não dermos a primeira.
Carlos era um safado de
marca maior. Traía a esposa sempre que tinha oportunidade. Tinha uma amante
loura como a esposa dele. Um dia estava na porta do Motel, na fila, quando viu
pelo espelho retrovisor uma grande amiga e o marido no carro detrás. Imaginando
que ela iria contar para a mulher, disse para a amante:
- Luíza, puxa vida! Fiquei
tão louco pra ver você que me esqueci de uns documentos para uma reunião que
não posso perder amanhã. Desculpa-me mas vamos ter que voltar. Fica para outro
dia. Vou direto para o escritório.
Luíza, já habituada ás trapalhadas
de Carlos, reclamou sem incomodar. Carlos deixou-a em casa. Imediatamente ligou
para a esposa e disse-lhe:
- Carminha... Estou com um
tempo livre! Vamos num Motel? A Esposa
ficou agradavelmente surpresa. Carlos apanhou-a em casa e foram
exatamente para o mesmo Motel de onde tinha saído com a amante. Passaram uma
noite muito agradável.
No dia seguinte a amiga que
vira Carlos com a loura no carro, na fila do Motel, ligou para a esposa dele:
- Carminha! Não ia te
contar, mas não agüentei! Vou te dizer a verdade: Ontem eu estava com meu
marido na fila de um Motel e vi teu marido com uma loura, no carro dele, na
fila, bem na minha frente.
A esposa respondeu-lhe: Que
nada!... Agradeço muito o teu empenho, mas era eu, boba!
Um dia, Carlos saiu de casa
com a família. A esposa na frente, as crianças atrás com a sogra. Carlos andava
sempre com mulheres no carro, onde elas costumavam de vez em quando esquecer
algum objeto. Numa conversão à direita, Carlos reparou num par de sapatos no
piso do carro, lá atrás. Discretamente, apanhou-os e um por um, jogou-os pela
janela. Ele não queria confusões. Quando parou o carro, ouviu uns resmungos lá
atrás. Era a sogra!
- Gozado!... Eu tinha tirado
os meus sapatos porque estava com os pés inchados e agora não os vejo!... Onde
será que foram parar? Alguém os viu?
Sem falar de um amigo,
sempre preocupado com as coisas do escritório, que num domingo foi ao shopping
com os três filhos e a esposa. Ele ficou no carro com os filhos enquanto a
esposa fazia as suas compras. Passado um tempo, a filha abriu a porta do carro
e voltou a fechar. Vira a mãe saindo do shopping e abrira a porta para que ela
entrasse. Como a mãe deu uma parada, a uns cinco metros do carro, para
conversar com uma amiga, a filha voltou a fechar a porta. O amigo arrancou de
imediato e começou a conversar sobre as compras que a esposa teria feito,
enquanto a mulher dele, desesperada, ficava gritando e acenando lá atrás na
calçada!
Zeca, um amigo meu que bebia
muito, um dia chegou em casa e custou a achar a chave da porta. Quando a abriu,
foi repetindo para si mesmo:
- Esta a minha casa...
- Esta é a minha escada para
o meu quarto.
- Este é o meu quarto.
- Aquela ali é a minha
cama...
- .. E aquela é a minha
mulher...
- .. OOpss.. E aquele ali ao
lado dela na cama, sou eu !!!!
Minha prima Angélica é muito
distraída e acha que sempre a estão roubando. Um dia entrou num ônibus com um
vestido rodado e uma camisa de mangas largas, com um elástico no pulso. Sentiu
um cara se encostando nela e pensou que ele estava abusando. Talvez fosse um
ladrão. Olhou para o braço que estava segurando aquele tubo onde as pessoas se
seguram para se equilibrarem, e não viu o seu relógio. Rapidamente tirou a
escova de cabelo da bolsa, e encostando-a na barriga do fulano, disse-lhe:
- Bota o relógio aí na minha
bolsa, seu safado!
Quando ela sentiu o peso do
relógio caindo na bolsa, saltou logo no próximo ponto. O sujeito não saiu.
Ao pisar na calçada, a manga
da camisa que estivera levantada enquanto se segurava no suporte, caiu. O
relógio dela estava lá...
Olhou a bolsa: dentro, um
relógio masculino.
Rui Rodrigues
Haha muito bom Rui
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