A Vida terrena
Existem algumas teorias
credíveis sobre a origem da vida na Terra, e nada impede que existam outros
planetas com vida, tal como a conhecemos, neste vasto Universo. Algumas das
teorias não passam de crenças. Outras têm suporte científico, como a que
remonta aos primeiros tempos de existência deste planeta, logo após ter
esfriado, segundo a qual um raio de luz atravessando um cristal, ou uma
descarga elétrica num meio rico em hidrocarbonetos teria dado início a uma
divisão celular criando uma cópia exata do original. Há quem acredite que
um meteorito ou um pequeno cometa seria o responsável por nossa existência
depois de milhões de anos de evolução.
Mas não importa, porque não é sobre o início da vida que pretendo me estender, e sim da vida que levamos neste planeta.
Estamos habituados a ouvir
falar da Lei da gravidade, descoberta por Newton, da lei de Conservação da
Energia, da Lei de Coulomb, da Relatividade Geral e da Relatividade Restrita,
estas duas de Einstein. Há também uma lei para a vida: Tudo o que nasce, morre.
Não há escapatória nem milagres que impeçam a aplicação desta lei. Sabemos
disso. O problema resume-se então, já que a morte é inevitável, ao que fazemos
da nossa vida.
Alguns acreditam em vida
após a morte, e sendo assim, devem ser pessoas sem erro algum, sob pena de
perderem essa oportunidade. Essas pessoas pensam que se não forem para um
paraíso, irão para um inferno queimando eternamente em enormes caldeirões
cheios de óleo fervente, esquecendo-se de que não terão corpo para ser
queimado. Se houver esse castigo deve ser de outro tipo. Anjos também não têm
asas, e como ninguém viu nenhum, duvida-se sabiamente de sua existência.
Purgatório que ninguém sabe como é, deve ser um lugar de castigos mais suaves
para que a alma entre nos eixos. Ou seja, seria mais ou menos como no tempo da
Inquisição em que, pelo castigo, se julgava que poderíamos aprender alguma
coisa. Já sabemos também que com castigos não aprendemos nada e alguém já disse
que não queria a morte do ímpio, mas que se convertesse e vivesse. Parece que
com a liberdade que Deus nos teria dado – para os que acreditam em Deus, como
eu – não há a mínima necessidade de que alguém se converta porque todos os
pecados são perdoados. Basta o arrependimento. Mas não temos certeza de como
será esse céu. Então, voltamos ao ponto zero: Vivemos e temos que viver uma
vida da melhor forma possível.
Mas... O que é viver a vida
da melhor forma possível?
Bem! Estamos sujeitos a dois
tipos de consciência: A nossa e a da sociedade em que vivemos. Temos as nossas
próprias regras do que é “melhor” e as regras, ou leis, dessas sociedades, às
quais estamos sujeitos. Ir contra nossas próprias regras faz-nos sentir mal. Ir
contra as regras da sociedade faz com que nos incomodemos muito e possamos
perder a nossa liberdade. Infringir estas regras, não nos faz nada bem à saúde
física ou moral, espiritual.
Para vivermos bem, temos
então que obedecer a estas regras: às nossas e ás da sociedade. É pelo menos
meio caminho andado.
Afora isto, e para tudo,
temos que calcular sempre os riscos e o custo comparado com o benefício.
Avaliar os riscos começa até ao levantar da cama e decidir o que fazer, como e
quando durante o dia que decorrerá, como atravessar uma rua, por exemplo, ou
entrar em mais um financiamento que nos pode comprometer a existência futura
devido aos juros que teremos que pagar: Poderá faltar dinheiro para o
supermercado. O custo-benefício pode ser, por exemplo, decidir se vamos levar
uma vida dedicada a ficarmos ricos ou quando parar de fazer isso. Ficar rico,
mesmo usando de tramóias, golpes baixos, corrupção, dá um trabalho danado,
provoca sobressaltos no coração, dá-nos cabelos brancos precoces,
envelhecimento, entupimento de artérias. Mas lá está... Sabemos que morremos e
ninguém morre rico. Todos morremos pobres, nus, sem levarmos nada para o lado
de lá. Os filhos que aprendem com os pais a serem ricos sofrerão do mesmo mal e
das mesmas virtudes. Os que não aprenderam, torram tudo o que os pais
economizaram, anulando todos os esforços paternos. Todos estes têm um custo
muito grande na vida e acabam nus, mortos, zerados em seu estoque de bens e
dinheiro. O ideal seria trabalhar até ficar muito bem de vida, e depois ir
gastando até que o ultimo centavo se esgotasse com o último suspiro de vida.
Mas não leve dívidas, porque faz tão mal perder tempo de vida enriquecendo
muito para lá do que pode gastar em vida, como se endividar e viver sempre em
sobressaltos e privacidade de outras coisas da vida.
Finalmente, a terceira
receita para considerar - partindo do princípio do livre arbítrio segundo o
qual cada um faz o que quer e pode.
Nunca alimente o que lhe faz
mal por muito tempo. Tenha a noção de largar, desprender-se de tudo o que o (a)
incomoda. Por exemplo, se seu casamento vai mal e já fez de tudo para mantê-lo
e não deu certo, largue tudo. Recomece mesmo que tenha 100 anos. Vale a pena. Seu
carro lhe dá muitos problemas e o governo multa muito, a gasolina está muito
cara? Venda o carro. Experimente usar o metrô e os ônibus. Suas viagens serão
muito mais animadas, gente a seu lado para conversar. Gente para conhecer.
Misture-se. Ouça a vida dos outros. Vai gostar e emagrecer, porque caminhará
mais, fará mais exercícios. Não agüenta mais o seu vizinho ou vizinha? Esqueça
essa gente ou torne-se amiga deles... Creio que a segunda opção é muito melhor,
e ser “amigo” pode significar apenas “não ser inimigo”, mas também pode ser que
se tornem grandes amigos. A vida apronta coisas que nem imaginamos.
Você já paga cerca de 30% de
imposto de renda, impostos embutidos nos preços, tem prestações para pagar e
ainda paga dez por cento de seu salário para a Igreja, o dízimo... Fale com
Deus e diga-lhe que sua vida está um pouco apertada. Pergunte a Deus o que Ele
acharia se ele lhe perdoasse o dízimo por uns seis meses só para aliviar um
pouco a sua vida... Certamente Deus lhe dirá que sim. Ele é bom... Depois faça
a mesma pergunta ao pastor. Se o pastor disser que não, então é porque não
escuta Deus. O pastor não é bom! Siga seu coração e descanse do pagamento por
uns meses. Quando for rico, ou rica, pague a Deus em dobro...
Viva bem, respire fundo,
caminhe, tenha humor, ria, viva em paz e tranqüilamente sem problemas ou na
pior das hipóteses, com o mínimo de problemas possível, sabendo que um dia
morrerá: sem dinheiro e sem problemas...
Em nudez completa!
Boa viagem...
Rui Rodrigues
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