Indecisões na vida
Nada pior do que a
indecisão. Corremos o risco de decidirem nossa vida por nós, que sabemos o que
queremos. Muitas vezes não podemos nem discutir o que queremos.
A indecisão é como a esquina de duas ruas para quem atravessa uma encruzilhada e se dirige para a esquina. Não volta para trás, não vai para a direita nem para a esquerda. Pára em frente à esquina e ali fica. Preciosos momentos em que reflete em círculos, sem decidir nada de sua vida. Não sabe o que fazer, ou se sabe, não sabe que lado ou rumo escolher. Há quem não tenha nada para decidir na vida! Pode empacar numa praia, num bar, num cinema, num shopping, mas jamais numa esquina, num deserto, no meio da selva ou no mar. Isso ser-lhe-ia fatal.
Pôr uma banana numa gaiola e
esperar que ela cante, vai nos levar um par de dias sem chegarmos a nenhum
resultado. Depois ela apodrece sem dar nem um pio.
E assim se divide a humanidade em dois grupos: Os que podem empacar e os que não podem, porque para os primeiros, isso não tem importância. Para os últimos, sim. Disso depende o futuro de sua vida.
De todas as indecisões
comuns a todos nós, algumas sobressaem pela sua importância: Namorar esta (e)
ou aquela (e), casar ou não, fazer ou não um curso, trocar um emprego por
outro, gastar numa compra ou economizar, abrir um negócio ou aplicar em outra
coisa, seguir este ou aquele partido político, ter (fazer) ou não um filho.
Nossa vida rege-se passo a
passo desde que começamos a andar. Somos produto de todas as nossas ações. É um
longo caminho em que vamos traçando o nosso caráter, tomando erros como acertos
ou acertos como erros se nos equivocamos na apreciação, ou, de forma consciente
e com bom índice de análise e crítica próprias, corrigindo o nosso perfil, a
nossa identidade como ser humano. O que não vemos, a sociedade enxerga, e assim
teremos amigos mais ou menos fiéis, mais ou menos amigos, mais ou menos
inimigos.
Costumamos varrer os nossos
erros para debaixo de um enorme tapete. Outra forma, talvez mais adequada, é
reciclar o lixo que produzimos através de correção. O saber pedir desculpas
pode ser um bom começo. Isso lhe trará mais benefícios? Depende do que se quer
na vida. Amigos não se compram, e num sistema social corrupto até se pode
comprar muita coisa com dinheiro, mas o tempo costuma corrigir as coisas, e
aqueles que se compram podem no futuro vir a denunciar-nos. É um risco como
outro qualquer em negócios. Podemos passar toda uma vida mergulhada em erros e
até morrer de forma tranqüila numa cama sem sentir dor alguma, remorso,
arrependimento. Deus aparentemente não se intromete nessas coisas pueris da
vida. Muitos nem acreditam que Deus exista.
Mas falar de justiça após a
morte é como perguntar a um morto quem o matou. Não sabemos nada do que
acontece para lá dela. Como a morte é comum a toda a vida na terra, sem jamais
ter havido exceção, poderíamos até presumir que houvesse justiça para quem
atira com arma de fogo num animal selvagem apenas pelo prazer de matar, a que
chamam despreocupadamente de “caçar”.
Vem tudo isto a propósito de
uma situação mundial que não tem paralelo na história. Vivemos a era da
corrupção. Em todo o mundo o povo está indo para as ruas porque há uma crise
econômica que só encontra paralelo na de 1929 que culminou na segunda guerra
mundial em 1939.
Helmuth Koln saiu do governo
e descobriu-se que era corrupto posteriormente. Sarkosy da França,
ex-presidente que perdeu as últimas eleições, está sob investigação pelo mesmo
motivo. Um ex-presidente de Israel assediava e abusou de uma moça que
trabalhava num departamento de estado e está preso. Uma ministra francesa fez
uma compra de aviões para a União Européia e foi corrompida ou corrompeu. Na
Grécia caíram vários governos e em Portugal, Itália, Espanha e por toda a
Europa. O dono de um jornal famoso com sede em Londres utilizava escutas
telefônicas para pressionar indesejáveis ou colunáveis e políticos. No norte de
África o povo muçulmano não suportou anos e anos de despotismo e abriu a caça a
ditadores que se escondiam nas páginas e nas suras do Corão para abusar de seus
cidadãos.
Descrentes das constituições
que permitiam o aparecimento e o enriquecimento de políticos astutos, Islândia,
Suécia, Noruega, Finlândia e Suíça usaram as redes sociais da Internet para
aprovar, item a item, uma nova constituição que não permitisse que interesses
escusos fossem beneficiados em detrimento dos interesses dos cidadãos. Saíram
da crise.
Os índices de corrupção em
todo mundo são alarmantes. No Brasil, várias comissões parlamentares de
Inquérito decorrem num senado que não faz retornar aos cofres públicos as enormes
verbas desviadas e que tanta falta fazem para o desenvolvimento nacional. Um
dia, o ministro Mantega terá que se explicar pela exorbitância dos juros
cobrados a título de “conter a inflação”, e seu enriquecimento vasculhado em
contas internacionais.
Como estamos não estamos
bem. Temos que mudar. Uma das opções parece ser a Democracia participativa,
através de um primeiro passo: Exigir dos governantes uma nova constituição
semelhante às dos países que já as adotaram. Nelas nada pode ser alterado sem que
se proceda a nova votação.
Não fique indeciso: Se
deseja saber o que é a Democracia Participativa, Real, Verdadeira consulte
Se deseja conhecer um modelo
de nova constituição para o Brasil
Rui Rodrigues
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