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quarta-feira, 13 de junho de 2012

O amor moderno, a moral, a lei e as religiões




O amor moderno, a moral, a lei e as religiões 
(à luz do amor antigo)

Para ouvir enquanto lê http://www.youtube.com/watch?v=7jzx664u5DA&feature=related


Falar sobre o tema, em meia dúzia de parágrafos parece-me impossível, mas tentarei fazê-lo porque creio haver alguns equívocos que nos dificultam a vida, nos criam complexos insanos, nos fazem perder tempo, e são realmente “equívocos”, não podendo, por isso, ter o menor crédito. Adianto que sou Deísta, sendo meu Deus o Deus de Abraão, “Aquele que É”.

Não desejo ferir os princípios de ninguém, mas creio que devem ser colocados os pontos nos “is” para não pecarmos por irmos na “onda” sem sabermos se a onda é de ácido, de pedra, de cal, água ou ar...

Vem isto a propósito de algo que li no Gênesis, e que consta não só da Torá da religião judaica, como também da Bíblia cristã e do Corão muçulmanos. Neles se lê que a serpente era muito esperta e atentava contra os desígnios de Deus (como se Deus tivesse criado algo que tivesse qualquer poder que pudesse sequer atrapalhar-Lhe os desígnios).

Lê-se também que a primeira mulher (não o primeiro homem) foi na conversa da serpente, e que só depois de Eva seduzir a mente de Adão este achou que seria importante e determinante comer da árvore da ciência, do Bem e do Mal.

Não só desta árvore comeram o Adão e a Eva, mas certamente de todos os frutos proibidos que não foi só a maçã. E traçaram-se mutuamente Adão e Eva, ali mesmo, fazendo do Paraíso um Paraíso muito melhor, com uma função que Deus lhes deu, mas que estaria escondida nas sementes da maçã: Procriar e tirar algum proveito da “procriação”. Ou seja: Adão já estava com os escrotos produzindo espermatozóides desde que tinha sido formado, Eva com os ovários cheios de óvulos, descendo-lhe um a um a cada 28 dias (ela era muito regular), e nada!... Era só enfeite! Lá não existiam hormônios, feromonas, atração sexual ?

Mas com base nesses “postulados” dos livros santos, formaram-se sociedades machistas por milênios que determinaram o apedrejamento de mulheres, o uso de roupas que as encobrem por completo, o corte de clitóris para não terem prazer com outros homens, a invenção de cintos de castidade, a criação de Códigos Civis que determinam as leis e os comportamentos, tendo o “Pater Família” como o dono do lar, do destino de mulheres, filhos, família e bens, podendo os homens ter haréns, freqüentar prostíbulos, baixar o sarrafo nas mulheres e nos filhos porque assim fizeram os livros e os livros ditaram as leis.

Como evitar o aparecimento das putas? E por que não surgiram os putos?
Evidentemente, que pelos textos dos livros santos, o mundo estava completamente escancarado ao aparecimento das putas, porque mulheres não podiam procurar por putos para lhes satisfazer as vontades. Os livros foram escritos por homens, e aparentemente, só aparentemente, Deus não transmitia inspiração divina a mulheres. Suspeito da tendenciosidade dos livros. Escreveram os rumos de uma humanidade distorcida da realidade e agora estamos tentando dar-lhe um novo rumo que deveria ter sido o primeiro a seguir.

Não posso acreditar naquela interpretação que consta nos livros, por que essas tais vontades são obra de Deus, fazem parte integrante da natureza e não podem ser negadas nem Ele, porque assim fez a natureza, e Deus não se nega nem nega o que faz porque está bem feito desde a origem dos tempos.  

Para explicar o comportamento da humanidade ao longo dos séculos, tenho que me valer dos descobrimentos da ciência, já que os livros não foram atualizados. Como esses livros foram escritos por “inspiração divina” e sendo Deus completo e Invariável em suas verdades, somente posso atribuir as discrepâncias dos livros como deficiência na interpretação da inspiração divina, face ao pouco conhecimento – na época - das leis da vida, criadas por Deus.

A partir dos anos sessenta, do século XX, o mundo despertou com as mulheres liderando um movimento pelo voto feminino. Eram as “suffragettes” que saíram ás ruas em Paris e em Londres, foram presas, apanharam da força policial. Ganharam!

O feminismo (que chamo de naturalismo) tinha sido iniciado. As instituições religiosas, com medo de perder o crédito, renitentes, continuaram com as mesmas convicções de milênios atrás, mas agora lêem apenas meia dúzia de pequenos parágrafos dos livros sagrados porque o restante já vai contra a “onda” da verdade: Homens e mulheres têm os mesmos direitos, só não são iguais porque os homens têm alguns gramas a mais de onde saem espermatozóides e as mulheres uma vulva que conduz a um útero onde se guardam óvulos que despencam de mais ou menos 28 em 28 dias.

Existem preservativos e controladores que podem impedir que os espermatozóides encontrem os óvulos e provoquem um nascimento que não seria oportuno se tais preservativos e controladores não existissem.  Tanto homens quanto mulheres sentem um prazer indescritível e semelhante quando unem estes dois abençoados órgãos, prazer que pelos vistos existe desde a mordida da maçã. Ainda acho que Adão e Eva transaram e depois comeram a maçã porque lhes deu uma fome danada depois do ato sexual.   

Deus, em sua infinita bondade, deu-nos o raciocínio, a opção de escrevermos a vida da humanidade com a certeza de que será escrita também nos céus e isso sim, é a infalibilidade que Deus aprova. Aí estamos nós, homens e mulheres conquistando a Lua, Marte, Morte. As mulheres de hoje chamam os homens de machistas, os homens de hoje, culpam as mulheres por lhes mudarem as regras, mas nem homens nem mulheres pedem às suas Igrejas que atualizem as escrituras, que lidas a público ou nos lares, ou isoladamente, provocam a intuição de que algo está errado e não seria nos livros porque são considerados sagrados, a palavra de Deus...
Seria necessário voltar urgentemente a escutar a inspiração divina para vermos o que Ele realmente disse ou diz nos dias de hoje. Aparentemente já não existem santos que escutem o que Deus está dizendo, porque Deus não deixou de inspirar.

Os moços e moças de hoje estão na perfeita onda divina de progredir e evoluir, sem ficarem presos a interpretações não atualizadas do que é a humanidade, sua moral, suas leis, suas religiões. Já não casam como casavam, já não amam como amavam, já questionam as leis, a moral, as religiões, a própria humanidade e o caminho que esta trilha, como numa onda, independentemente de tudo isso, sem combinar, sem líder que lhe diga que rumos tomar. A humanidade atropela, passa por cima de tudo e segue seu caminho.

Para os mais idosos, que não se atualizaram, a mulher ainda é escrava de suas vontades, deve fidelidade que os homens não têm, devem receber salários diferenciados porque não são homens e porque, principalmente, foram degradadas, anuladas, rebaixadas a um segundo grau de humanismo nos livros sagrados. Precisam atualizar a mente, mesmo que o corpo não o permita. Assim não farão sofrer a juventude em nome de algo que não dominam nem verdadeiramente conhecem ou sentem.

A Primavera Árabe não é a Primavera que todos pensamos. A Primavera Árabe é o primeiro passo para a entrada de uma outra onda menor, na enorme onda da humanidade.

Crescei, multiplicai-vos e evoluí. Foi isto que Deus disse, mas só escreveram o Crescei e multiplicai-vos... É preciso voltar a escutar Deus, e escrever nos livros o que não ouviram porque a onda da humanidade, de então, não o permitiu.

Honrai pai e mãe, e filhos e filhas, Mas só escreveram Honrai pai e mãe, e os Pais tomaram os filhos como escravos que lhes deveriam fazer as vontades.

Não matarás em qualquer circunstancia, Mas só escreveram não matarás, para justificar os exércitos e a vingança.

Não cometerás adultério, nem com homem nem com mulher... Mas só escreveram Não cometerás adultério, para que fosse aplicado ás mulheres. Os homens podiam ter haréns...

E então? Para onde vamos, e com que fé?


Rui Rodrigues

2 comentários:

  1. Caro amigo Rui, o homem quando descobriu que era a mulher quem realmente escolhia o parceiro (como em todas as espécies de mamíferos), tratou de criar um monte de tabus em torno delas. O amigo sabe o que penso das religiões, por isso nem vou cumprimentá-lo pelo belo artigo, que diz de forma irônica, uma verdade. Somos pensadores, meu caro, por isso não aceitamos os tabus, os dogmas, as irracionalidades. Um imenso abraço!

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  2. Grande abraço,amigo Paulo Pacheco. Sua participação é muito importante neste Blog. Use e abuse...

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